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Na quarta feira fui com minha irmã tratar os assuntos da herança, que não foi resolvido tudo em um dia e precisamos ir na quinta-feira. Conversamos sobre a intimação, Lana me pediu calma para não ficar sofrendo antecipadamente. Tentei me tranquilizar um pouco, mas não estava sendo fácil para nenhuma de nós.

Isadora poderia ser condenada apenas por me maltratar, porém não achava que isso seria algo tão grande para deixá-la presa por muito tempo. Queria justiça pelos meus pais também.

— Talvez, depois que nós conversaram com ela naquele dia, Isadora conversou com alguém sobre os crime que cometeu — Lana disse quando estávamos conversando numa lanchonete.

— Ela é esperta, se fez isso foi com outro celular e outro chip — falei com sinceridade, eu a conhecia muito bem.

O tanto de maldade, aquela ali tinha de esperteza. Às vezes me pergunto se o tio Rodolfo nunca desconfiou dela, talvez não, ele vivia mais fora do que com a família.

Dias depois, um homem enviado pelo fórum veio até a fazenda procurando por mim. A carta de intimação chegou mais cedo do que imaginamos e com menos de um mês a audiência foi marcada, eles queriam a nossa presença numa sexta-feira. Fiquei toda agoniada. A data que o juiz marcou me deixou bastante apreensiva, mesmo que demoraria um pouco. Alana também disse que estava um pouco ansiosa, ela queria tudo dando certo para nós.

O meu pessimismo falando mais, dizia que a Isadora não seria condenada. Não teria ninguém para testemunhar contra ela sobre a morte do nossos pais. Faltava arrancar meus cabelos de tanta preocupação. Ainda bem que eu tinha a família Rezende do meu lado, agora era sem excessão, pois a Laissa me apoiava totalmente.

— Você deveria parar com essa ansiedade amor — Thiago me pede após sentar no sofá e perceber minha inquietação.

— Estou tentando, mas não consigo — sento ao seu lado.

— O nervosismo não faz bem a saúde, Alice. Tenta se acalmar — é a vez de Marta pedir.

— Não há motivo para isso, quem tem que ficar assim é a sua tia e não você — Laissa afirma.

— Lai tem razão — concorda Cleonice.

— Deveria se distrair com algo — Rê se manifesta. — Videogame por exemplo.

— Não, obrigada. Sou péssima nisso, eu iria passar de agoniada para chateada.

— Boa, a menos você iria ter outra coisa para focar.

— Hã, engraçadinho! — sorrio sem graça.

— O médico foi preso ontem — Thi cochicha em meu ouvido.

Essa notícia me deixa alegre. Esses dias eu não estou assistindo TV, por causa dos últimos acontecimentos e também por nunca tê-lo prendido. Olho para ele e sorrio.

— Sério? Que bom!

— Se nós pudéssemos, iríamos te ajudar Alice, mas infelizmente não temos como testemunhar a seu favor — Marcelo diz enquanto acaricia de leve o ombro da esposa.

— Não se preocupe, Thi disse que vai me ajudar.

— Lice! Está na hora de ir na casa da Mari, vamos? — Cléo se levanta me chamando.

— Sou eu que vou levar vocês né? — Renato questiona.

— Thi não quer ir por causa do Nando — Cléo justifica.

— Vocês deveriam se entender — falo olhando para meu namorado.

— Meio difícil.

— Já vou indo então — dou um beijo nele e afasto.

Sem Direção (Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora