19 - III

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— É, se não choveu até agora, a noite com certeza vai — Cléo diz olhando para o céu através do vidro do carro.

— Vamos descer né? — chamo ela com a porta já aberta.

E a Cléo está coberta de razão, algumas nuvens negras estão vindo da cidade para cá. Antes de acompanhar a minha amiga tiro uma selfie sorrindo e ponho no status do zap. Estou com a sandália que ganhei do Rê de presente, um short jeans preto e uma regata branca falsificada da Calvin Klein. Já Cleonice usa um macaquinho com estampa de flores amarelas e chinelo Havaianas.

O meu namorado segue a nossa frente cumprimentado as outras pessoas, com a sua típica roupa de jogador. E o Renato seguiu para o bar.

— Oi Mari — Cléo lhe dá um abraço.

— Oi — falo tímida.

A sua reação é virar o rosto para o lado com o semblante fechado. Sem Graça eu saio de lá, ficando mais afastada. Sento em outro banco para assistir o jogo e enquanto não começa eu me distraio no celular.

— Olá — Luciana diz sentando ao meu lado. — Por que não está com a Cleonice?

— Na verdade é a Mariana, estamos sem se falar — digo olhando para onde elas estão e vejo a Cléo falar algo e sair.

— Ah, entendi. Posso sentar aqui com você né? — pergunta tocando o seu rabo de cavalo avermelhado.

— Sim. Afinal eu nem mando aqui. Por que a Laissa não veio? — essa pergunta faz parecer que a Laissa estava na casa da Luciana e não comigo.

Nesse momento Rê passa, cumprimenta a ruiva e pega em sua cabeça.

— Lai está com cólicas e não estava disposta a vir hoje — responde cruzando as pernas.

Sua pele é bem clara, com algumas sardas amarronzadas pelo rosto. Seu corpo magro tem algumas curvas e seus cabelos longos acentua a beleza que tem. Usando um cropped roxo com short da mesma cor cintura média revela o seu piercing no umbigo.

— Você já tinha esse piercing? — indago curiosa, eu não lembro de vê-la com ele no riacho.

— Não, coloquei semana passada.

— E doeu?

— Não, quer colocar também? — sorri arrumando o lacinho em sua sandália.

— Não! — nunca passou pela minha cabeça usar essas coisas, completo em meu pensamento.

Cruzo minhas pernas e meus olhos passeiam onde a Mari está, vejo que não encontra-se sozinha, o Renato conversa com ela. Fico preocupada com o que eles estão conversando. Suspiro colocando as mãos cruzadas na frente da minha boca, com os polegares abaixo do queixo e cotovelos apoiados na coxa.

— O que houve? — a ruiva indaga tirando os olhos da tela do celular para mim.

— Não é nada — respondo voltando a postura anterior, com os braços nas laterais do corpo.

Quando o jogo se inicia procuro ficar atenta para que a bola não me acerte, mas uma vez ou outra eu desvio o meu olhar para onde o Rê e Mari estão. Assim que o mesmo sai e volta para o bar, aviso para a garota ao meu lado onde vou e sigo ele.

Sento na pilastra e o espero retornar do balcão do atendente. Tem algumas pessoas sentadas ao redores de mesas quadradas branca com cadeira da mesma cor, um deles é o pai da Mariana e também aquelas mesmas meninas magras que amam dançar.

— Foi conversar com a Mari sobre o quê? — questiono sem rodeios assim que ele senta ao meu lado.

— Nossa, quanta curiosidade! — em seguida ergue a latinha e pergunta: — Aceita?

Sem Direção (Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora