— É, se não choveu até agora, a noite com certeza vai — Cléo diz olhando para o céu através do vidro do carro.
— Vamos descer né? — chamo ela com a porta já aberta.
E a Cléo está coberta de razão, algumas nuvens negras estão vindo da cidade para cá. Antes de acompanhar a minha amiga tiro uma selfie sorrindo e ponho no status do zap. Estou com a sandália que ganhei do Rê de presente, um short jeans preto e uma regata branca falsificada da Calvin Klein. Já Cleonice usa um macaquinho com estampa de flores amarelas e chinelo Havaianas.
O meu namorado segue a nossa frente cumprimentado as outras pessoas, com a sua típica roupa de jogador. E o Renato seguiu para o bar.
— Oi Mari — Cléo lhe dá um abraço.
— Oi — falo tímida.
A sua reação é virar o rosto para o lado com o semblante fechado. Sem Graça eu saio de lá, ficando mais afastada. Sento em outro banco para assistir o jogo e enquanto não começa eu me distraio no celular.
— Olá — Luciana diz sentando ao meu lado. — Por que não está com a Cleonice?
— Na verdade é a Mariana, estamos sem se falar — digo olhando para onde elas estão e vejo a Cléo falar algo e sair.
— Ah, entendi. Posso sentar aqui com você né? — pergunta tocando o seu rabo de cavalo avermelhado.
— Sim. Afinal eu nem mando aqui. Por que a Laissa não veio? — essa pergunta faz parecer que a Laissa estava na casa da Luciana e não comigo.
Nesse momento Rê passa, cumprimenta a ruiva e pega em sua cabeça.
— Lai está com cólicas e não estava disposta a vir hoje — responde cruzando as pernas.
Sua pele é bem clara, com algumas sardas amarronzadas pelo rosto. Seu corpo magro tem algumas curvas e seus cabelos longos acentua a beleza que tem. Usando um cropped roxo com short da mesma cor cintura média revela o seu piercing no umbigo.
— Você já tinha esse piercing? — indago curiosa, eu não lembro de vê-la com ele no riacho.
— Não, coloquei semana passada.
— E doeu?
— Não, quer colocar também? — sorri arrumando o lacinho em sua sandália.
— Não! — nunca passou pela minha cabeça usar essas coisas, completo em meu pensamento.
Cruzo minhas pernas e meus olhos passeiam onde a Mari está, vejo que não encontra-se sozinha, o Renato conversa com ela. Fico preocupada com o que eles estão conversando. Suspiro colocando as mãos cruzadas na frente da minha boca, com os polegares abaixo do queixo e cotovelos apoiados na coxa.
— O que houve? — a ruiva indaga tirando os olhos da tela do celular para mim.
— Não é nada — respondo voltando a postura anterior, com os braços nas laterais do corpo.
Quando o jogo se inicia procuro ficar atenta para que a bola não me acerte, mas uma vez ou outra eu desvio o meu olhar para onde o Rê e Mari estão. Assim que o mesmo sai e volta para o bar, aviso para a garota ao meu lado onde vou e sigo ele.
Sento na pilastra e o espero retornar do balcão do atendente. Tem algumas pessoas sentadas ao redores de mesas quadradas branca com cadeira da mesma cor, um deles é o pai da Mariana e também aquelas mesmas meninas magras que amam dançar.
— Foi conversar com a Mari sobre o quê? — questiono sem rodeios assim que ele senta ao meu lado.
— Nossa, quanta curiosidade! — em seguida ergue a latinha e pergunta: — Aceita?
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Sem Direção (Concluido)
Novela JuvenilEm busca de uma vida melhor e para esquecer os seus problemas, Alice Dantas foge de sua casa. Sem muitas escolhas ela percorre sem rumo por um caminho desconhecido. Ao se ver perdida numa mata, pensando ser o seu fim, um desconhecido salva a sua vid...