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Thiago educadamente puxa uma cadeira dourada e macia para eu sentar. Alana e Nassur senta observando o restaurante. Eles esperaram nós chegar na porta do mesmo, quando vi eles eu fiquei ruborizada, não queria admitir o que tínhamos feito, mas acabei deixando isso acontecer.

Minha irmã percebendo a minha reação me deu um sorriso, não foi malicioso, foi como se dissesse para não se preocupar. Depois que entramos no local fingi não me importar com a situação.

— Dessa vez vou querer um barreado, ele é muito bom — digo ao abri o menu que foi entregue por um garçom. — Recomendo a vocês — olho para os outros dois, Lana ao meu lado e seu irmão na frente.

— Minha comida favorita — meu namorado comenta derramando a água que nos foi servida, em um copo.

— O que é? — Nassur pergunta pondo os olhos em nós.

— É uma mistura de carne com farinha, acompanhado de arroz e banana. Eu particularmente prefiro sem a banana, mas aí é escolha de cada um — Thiago explica. — Eu gosto deste restaurante porque ele tem comidas de todas as regiões do Brasil.

— Vou querer esse prato também — minha irmã diz fechando o cardápio.

— Eu quero — Nassur analisa o menu — uma feijoada — finaliza sorrindo.

Thi faz sinal para o Garçon e não demora um minuto ele já está de pé, próximo de nós.

— O mesmo de sempre Thiago? — questiona com o bloco e uma caneta. Após a confirmação, o mesmo torna a falar: — Sem banana, certo? E os demais? — pergunta voltando a atenção para nós.

— Elas vão querer o mesmo. Sem a banana Alice? — confirmo com a cabeça — E você Alana?

— Pode ser também — responde olhando brevemente para o garçon.

— Eu quero feijoada — Nassur diz por último.

Assim que anota nossos pedidos, ele se retira do local dizendo não demorar com nossos pratos.
Os garotos pedem bolinhos de queijo enquanto espera o prato principal chegar.

Eu passo a observar mais o ambiente, pois na primeira vez não consegui por causa da vergonha. O lugar é pura elegância. Todas as cadeiras são douradas no encosto e na borda do assento contornando o acolchoado marrom. As mesas estão cobertas por forro bege dourado. Combinam perfeitamente com a parede cinza e o piso em granito branco.

***

Nós retornamos a casa dos nossos pais novamente. Ainda falta bastante coisas para olhar. Eu nunca me cansaria de olhar várias vezes as minhas antigas coisas. Quero lembrar de algo que não lembrava mais. O bom da casa não ter sido mexida após a morte deles, é que as lembranças estão todas aqui.

Me pego imaginando se eles estivessem vivo e nós duas ao lado, voltando de um passeio. Sinto uma lágrima solitária rolar bochecha abaixo. Não a enxugo, mas não me permito chorar, devo ficar feliz e muito feliz por saber que nesta casa um dia fui amada.

Desta vez analisando melhor a primeira sala, vejo uma porta no cantinho direito próximo a parede que divide com a segunda sala.

— Que porta é essa? — olho para minha irmã ao meu lado.

— Deve ser que dá para garagem, não? — diz caminhando em direção a mesma. — Está trancada — constata após tentar abri-la.

— Aqui tem uma chave — digo pegando-a sobre a mesa entre os sofás.

Entrego a ela, ao abri tem um canto de ângulo reto que vai até um cômodo não concluído.

— Ah, acho que seria um quarto, talvez de hóspedes ou nossos pais queria ter mais um bebê — comenta voltando a fechar a porta. — Agora vamos ver o quarto dos nossos pais? — pergunta virando-se para nós.

Sem Direção (Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora