Sem Direção (Concluido)

10 - II

Desco do carro com um largo sorriso, do comentário que a Cléo solta sobre duas garotas magrelas rebolando uma música funk que rola no som do bar.

Mari nos esperam sentada na pilastra do bar. Fernando ao seu lado em pé virado de costas para nós, faz gestos maldosos para dois garotos próximo das meninas que dançam.
Eu e Cléo aproximam e cumprimentam Mariana, que sempre está com um sorriso. Mesmo que ainda sorri, seu sorriso não parece de uma felicidade completa, não que sou especialista nisso, mas gosto de observar bastante. E parece que ela esconde algo por trás do sorriso exagerado as vezes.

— Oi Fernando. — Cumprimento-o após a Cléo e nesse momento o mesmo está virado para nós.

Este fecha a cara que antes sorria e sai em direção ao campo. Fico petrificada. Não consigo acreditar que ele me fez passar vergonha em público. Tento não olhar para as duas meninas magrelas que sorriem. Elas estão próximas o suficiente para ouvir que Fernando não me respondeu e com certeza está rindo de mim.
Só consigo sentir o meu corpo e me mover quando a Cléo e Mari me arrasta para longe do bar em direção ao campo.

— Por que o meu irmão agiu assim com você? _ Mari questiona assim que senta no banco.

— Não sei. — Minto.

Cléo toca em meu ombro sentando ao meu lado.

— Alice está namorando com meu irmão Thiago. — Cléo fala toda animada para Mariana, mudando o assunto me deixando aliviada.

— Que ótimo! Felicidades à vocês. — Diz sorrindo me abraçando de lado, mas seu olhos estão um pouco tristonho.

Minutos antes do jogo começar Laissa aproxima do nosso trio com a Luciana, que nos cumprimenta com um sorriso.

— Muitas pessoas estão sabendo do seu namoro com meu irmão, não sei como. — Ela diz olhando diretamente para mim e sai logo em seguida.

Não dou importância, algum dia iriam descobrir mesmo. O que eu não entendo é, por que ela me falou isso?
Tanto eu como as outras percebo que ficam confusa.

— Hoje está muito quente. Vamos comprar gelados? — Mariana levanta puxando eu e Cléo.

Passamos ao lado do campo até o lado oposto de onde estávamos sentadas. Compro um geladinho de morango, o meu preferido, a Cléo pega um de uva e Mari de chocolate. Hoje estava muito quente mesmo, não sei como os garotos conseguem jogar desse jeito, na verdade não só eles, mas os jogadores em geral. Caminhar já é difícil nesse sol quente, imagina correr?

Comemoramos o primeiro gol do time do Thiago e do Fernando. O gol fazem eles empatarem no final do primeiro tempo.
No intervalo ele passa o tempo todo conversando com nós, sentado ao lado de sua irmã.

— Você não está aparecendo no jogo Thiago, cadê o gol para declarar à Alice? — Mari pergunta com um sorrisinho nos lábios e dando uma piscadela para mim.

Fico envergonhada e sorrio sem jeito. Eu já vi jogadores fazer gols e declararem à suas mulheres, mas quando estão grávidas. E se Thiago gritasse do campo que o gol feito é para mim, eu iria morrer de vergonha.

— Já vai começar. Estou indo. — Diz levantando e me dá um selinho, para completar minha vergonha. — Vou fazer um gol para você.

Sorrio em resposta.

— Vou esperar.

Ele sorri de volta e se afasta. Observo o seu corpo até o campo.

— Vocês formam um belo casal. — Mariana diz tirando a minha atenção do meu namorado para ela.