Capítulo 25- Visita

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Para aquele horário da noite, o silêncio era algo comum devido o fato de todos já estarem dormindo, menos Melissa que ainda continuava trabalhando no hospital em que cumpria plantões em alguns dias da semana.

Todavia, Scott dormia tranquilamente em seu quarto enquanto S/n também fazia o mesmo só que em seu próprio cômodo, onde não demorou muito para pegar no sono.

Após terem ido a clínica veterinária encontrou Malia em sua casa comendo algumas panquecas com mel que havia sobrado do café, ela e Scott não estavam mais juntos mas ainda mantinham o respeito um pelo outro, afinal, faziam parte da mesma alcatéia e aquele laço era inquebrável.

Após uma tarde juntas S/n descobriu que depois de Malia ter ido para Paris, Isaac coincidentemente decidiu ir na mesma época. Ela apenas para se divertir e conhecer um pedaço da Europa, já o Lahey para estudar após ter conseguido uma bolsa de estudos na Universidade de Paris.

Pelo que descobriu eles não estavam namorando, mas não pareciam ver problema algum em uma troca de carícias quando a ocasião lhes permitia.

Para alguém que estava prestes a enfrentar o descontentamento de um grupo de caçadores imortais, S/n estava aproveitando muito bem a vida de uma pessoa que não tinha nada com que se preocupar.

Acordou no meio da noite sentindo sede, olhou para o relógio que estava encima da mesa de cabeceira, sua visão estava um tanto embaçada mas conseguiu identificar que já passava das duas horas da manhã. Levantou-se da cama saindo pela porta em direção a cozinha assim que desceu os degraus da escada.

Não se deu ao trabalho de acender a luz da cozinha, sabia que a claridade machucaria seus olhos e não queria perder o sono quando voltasse para a cama. Fechou a geladeira logo que matou sua sede resistindo a vontade de comer um bolo de carne que estava guardado, tinha de confessar que já tinha comido demais antes de ter deitado na cama para dormir.

Voltou caminhando até a escada mas assim que apoiou sua mão no corrimão teve de frear seus passos quando de soslaio notou uma sombra do lado de fora refletir na fresta debaixo da porta da casa. Olhou para a porta ainda vendo a sombra parada lá, ela não se mexia e nem sequer bateu na porta, todavia, isso foi questão de segundos até duas batidas serem feitas contra a madeira.

A McCall olhou para o topo da escada, Scott não devia ter ouvido a batida, mesmo tendo audição aguçada o som não tinha sido muito alto ao ponto de chegar a acorda-lo. Ousava até dizer que, quem quer que estivesse ali, não tinha muita certeza do que estava fazendo ou estava com medo de alguma coisa.

A caçadora soltou o corrimão andando sem fazer barulho até a porta, retirou o cadarço do tênis que claramente era de Scott e estava do lado da porta, enrolou um dos lados em sua mão direita segurando a maçaneta com a outra. Se preparou antes de abrir a porta e quando a fez viu uma mulher parada em sua frente, Íris a encarava com o seu olhar doce de sempre, o que fez S/n semicerrar seus olhos ainda desconfiada, porém não tão surpresa.

- Achei que fossem esperar pelo menos até o amanhecer.- Disse agora segurando a porta com a mão direita.

Íris levou seus olhos até o cadarço de tênis que pendurava da mão da mais jovem antes de voltar sua atenção até ela.

- Eles não estão aqui, ainda não.- Observou não descartando o fato de que a Irmandade em breve chegaria.

- E o que veio fazer, me avisar de que eles estão chegando e que é melhor eu desistir disso tudo antes que seja tarde?- Indagou desconfiando que Íris estivesse apoiando os caçadores.

- Não. Eu quero te ajudar.- Discordou impondo sua verdadeira intenção.

S/n a encarou em silêncio, Íris foi uma das pessoas do grupo que mais lhe acolheu bem quando descobriu sua imortalidade, foi por causa dela que a McCall aprendeu a lidar com os outros e se sentir um pouco menos deslocada do que já estava nos primeiros dias.

De qualquer forma, a Banshee ainda era uma das integrantes que por mais que não fosse uma imortal, ainda era muito próxima da Irmandade. Como confiar em alguém que sempre demonstrou ser tão leal a eles?

- E como foi que me achou, eles te contaram onde me encontrar?

- Antes mesmo de te conhecerem foi eu quem te vi primeiro, eu é quem os ajudei a acha-la, não se lembra?

- Hum...- Murmurou se recordando de quando ela lhe contou isso dois anos atrás.

- Eu sei que não confia em mim, não que eu tenha lhe dado motivos para isso, mas eu ainda consigo entender o que esta sentindo.- Comentou compreensiva.- É claro que querem você de volta, tudo isso faz parte da tradição deles e isso acaba fazendo com que sejam muito cabeça dura. Mas acredite no que eu te digo, eles não são o que você pensa.

- Por muito tempo acreditei no que vocês acreditam, mas o que esperavam que eu fizesse ao ver que estavam torturando alguém que eu conhecia?

S/n esperava uma expressão diferente do que Íris estava demonstrando agora e não de quem parecia não saber do que ela estava falando.

- De quem você esta falando? Vance?- Indagou.

- Não. Um beta, estavam torturando um lobisomem beta.- Exclareceu.- Você não sabia?

A Deveraux meneu com a cabeça negativamente.

- E o que ele fez para ser torturado?- A pergunta da precursora da morte lhe causou estranheza.

- O que ele fez? Você realmente não conhece aqueles em quem diz que confia, cuidado para não ser a próxima vítima deles.- Segurou mais firme a maçaneta indo fechar a porta mas sendo impedida por Íris, que levou a mão até a madeira.

- S/n, eu me expressei mal. Não foi nesse sentido que quis me expressar, desculpa.- Suspirou soltando a porta após conseguir convencer a caçadora.- Só que... Eles me salvaram uma vez, quando eu ainda nem sabia que era uma Banshee.

- Quando foi isso?- Perguntou já que parecia uma história antiga.

- Quando eu ainda tinha 16 anos.- Revelou.- Foi o primeiro corpo que encontrei, achei a pessoa morta na rodovia principal da cidade. Nunca havia ouvido falar que lobisomens eram reais, muito menos desconfiava que quem tinha matado aquele homem ainda estava lá e quase me matou também. Se não fosse Jong-su, eu não estaria aqui te contatando a minha história hoje.

Íris sempre era tão sincera no que dizia que as vezes parecia que S/n tinha de se esforçar para não confiar nela.

- Mas porque se aliou a eles? Você não tinha essa obrigação só porque te salvaram.- Quis saber por curiosidade e entender o porque ela nunca estava contra a Irmandade.

- Eu sou órfã, quando completei 18 anos acabei sendo expulsa do orfanato, não tinha ninguém e por alguns dias tive que morar na rua até que finalmente encontrei eles de novo.- A mulher cruzou os braços.- Eles me acolheram quando eu não tinha ninguém. Como posso não ser grata depois de tudo o que fizeram por mim?

S/n desviou o olhar, entendia o lado dela, a Irmandade era como se fosse sua família e a visão que ela tinha sobre eles era diferente da sua.

Não conseguia sentir raiva de Íris, a considerava como uma grande amiga mas não estava disposta a deixar Beacon Hills novamente apenas para fazer as vontades de outras pessoas. Além disso, não suportaria conviver com Dominic depois de ver com seus próprios olhos o que ele fez com Théo.

- Eu não sabia disso!- Comentou um tanto surpresa mas de maneira disfarçada.

- Esta tudo bem, tenho 30 anos, tive tempo o suficiente para superar meus traumas de infância e adolescência.- Sorriu sem mostrar os dentes.

S/n balançou a cabeça positivamente tirando o cadarço que até agora estava enrolando na mão, atitude que havia tomado com a intenção de se defender caso precisasse no momento em que abriu aquela porta.

- Eu posso te dar um voto de confiança Íris, só não me decepcione.- Olhou firme em seus olhos.- Vem, vamos entrar.

Íris abaixou a cabeça entrando na casa assim que S/n lhe deu espaço para que fizesse isso, sabendo que sua visita ainda não tinha acabado ali.

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Enfim, livro atualizado.
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Capítulo não revisado.

Teen Wolf- A Irmã McCall- Vol.3Onde histórias criam vida. Descubra agora