Capítulo 6 - Perigo à solta

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Ilha onde são realizadas as aulas práticas, 09h10...

Erza

Depois de comer o meu precioso bolo de morango, reequipei para um vestido lilás e que me ficava a meio da coxa. Ainda bem que não precisamos de usar o uniforme da Academia nas aulas práticas.

– Certo, meninos. – O Avôzinho chamou a nossa atenção.

– A aula prática desta semana terá uma duração aproximada de cinco dias, por isso, sem mais demoras, vou passar a explicar o que têm de fazer: o objetivo desta aula prática é encontrarem uma das duas pérolas que se encontram algures nesta ilha. – Surpreendi-me com aquela informação.

– Parece ser bastante fácil, mas na realidade têm que ser bastante fortes para as encontrarem, pois a ilha está revestida de criaturas que dão luta. – O Mestre informou-nos e de seguida deu-nos ordem para sair-mos.

A nossa turma ficou na praia e ninguém falou, por isso resolvi quebrar o silêncio.

– As turmas estão desiguais. Eles têm o Laxus e a Mira... – Levei a mão ao queixo.

– Nós também te temos a ti, as doze chaves do Zodíado, o Jellal (que já foi um dos membros do conselho) e dois Mestres de Dragões da terceira geração. – A Lucy comentou e corei por ela me ter incluido no grupo dos mais fortes.

– Então e eu?! – O Gray e o Natsu gritaram em coro.

– Hey, não me imites! – Eles viraram-se um para o outro, gritando de novo a mesma coisa e ao mesmo tempo.

– Pára! – Voltaram a gritar em conjunto, mas antes que iniciassem mais uma luta, parei-os.

– Parem com isso! – Ordenei-lhes e assim fizeram.

– Bom, alguém tem uma pista sobre onde encontrar uma dessas tais pérolas? – A Yukino perguntou.

– Deixa isso com a Lucy, ela queima os neuróneos e eu queimo os monstros! – O Natsu deixou um dos seus punhos arderem e a loira deu-lhe um encontrão.

– Estamos a competir com a Levy. Ela também é muito inteligente... – A Lucy fez uma cara deprimida.

– Não te preocupes. Nós vamos conseguir! – O Sting encorajou-a e saímos da praia, entrando na grande floresta que se estendia por toda a ilha.

– Que sono... – O Natsu bocejou. Ele é sempre a mesma coisa...

– Não sei mesmo como começar a nossa busca... – A loira comentou enquanto segurava o Happy nos meus braços.

Andamos por mais algum tempo, talvez durante meia hora. Tudo corria bem, até que quase fomos esmagados por algo enorme.

Lucy

Fui projetada para longe e as minhas roupas ficaram rasgadas em algumas partes. Usava um top verde escuro com uma saia cor-de-rosa clara (um conjunto que usei em Tenroujima) e o meu cabelo estava solto. Depois de embater contra o chão, levantei-me devagar. Estava meia tonta.

Estávamos numa zona com árvores em volta, mas com uma grande área aberta, e todos nós tínhamos sido espalhados por essa mesma área aberta.

Surgiu à nossa frente.

Já tinha visto uma coisa destas antes. Chamava-se Dragão...

Este era vermelho e tinha um ar feroz, mas ao mesmo tempo parecia carinhoso.

– É... – Eu estava gaga. Nunca pensei ver um Dragão mais uma vez. A Erza e a Yukino correram até mim mas continuei sem reação.

– É mesmo um Dragão... – A Erza também parecia estupefacta com tudo isto.

– Ele é... – O Natsu levantou-se do chão e olhou para o Dragão com espanto.

– Igneel! – Ele gritou e engasguei-me com aquele nome.

– Igneel?! – Todos os presentes repetiram em coro.

– Não pode ser... – O Gray gaguejou. Já todos se encontravam de pé.

Vi o Natsu correr até à criatura com uma velocidade do outro mundo. Este era mesmo o pai dele?

O rapaz continuou o seu trageto até à criatura, mas de seguida a mesma tentou esmaga-lo. Mas que raio?

Todos gritaram o nome do rosado e correram até ele.

– O que é que tens, Igneel? – Ele berrou e voltou a correr até à criatura.

– Acho que ele não é o Igneel! – A Yukino gritou e deixou-nos a todos surpreendidos.

– O quê? – Dirigi-me a ela.

– Tenho a certeza que é uma armadilha. Este Dragão é apenas uma ilusão. – Ela pegou numa das suas chaves de portal.

– É magia Celestial. Recentemente, ouvi uma notícia de que alguém andava a fabricar chaves de portal negras, que permitem abrir portais de ilusões. – Ela explicou e fiquei confusa. Magia celestial?

A rapariga ergueu uma chave de portal azul clara e com uma forma que eu nunca tinha visto.

– No entanto, também foram criadas chaves de portal para combater estas ilusões. – Ela apontou a chave para o Dragão.

– O que vais fazer?! – O Natsu berrou ao longe. Via-se perfeitamente que ele estava preocupado.

– Forçar o encerramento do portal! – A azulada ordenou e todo o Dragão vermelho que se erguia à nossa frente começou a brilhar, desaparecendo em segundos.

– Igneel! – Ouvi o rosado gritar e vi o quanto ele estava desesperado.

Todos ficaram em silêncio durante algum tempo, mas de seguida a Yukino iniciou uma explicação.

– Tudo começou quando estava numa missão com o Sting e o Rogue. Vi algumas pessoas a venderem chaves de portal que eu nunca tinha visto, por isso resolvi informar-me com eles sobre que tipo de portais é que abriam. Os senhores que vendiam aquelas chaves disseram que alguém andava a criar chaves de portal negras e que criavam ilusões consoante as ordens do seu senhor. Por isso, alguns feiticeiros Celestiais uniram-se para travar esta ameaça, e eu resolvi comprar algumas destas chaves azuladas, criadas por esses mesmos feiticeiros Celestiais para forçar o encerramento dos portais negros. – Ela explicou e todos a ouviram com atenção, menos o Natsu.

Caminhei até ao meu rosado e ele estava sentado no chão. Ajoelhei-me à sua frente e o mesmo deixou escapar um soluço, vi que a mão que lhe tapava o rosto estava molhada, e escorriam lágrimas por ela.

– Lamento muito... – Segurei a sua outra mão. Ele achava que tinha finalmente encontrado o Igneel, mas na realidade era tudo uma ilusão.

Tirei a outra mão que lhe cobria o rosto de perto do mesmo e abraçei-o com força, abafando assim todos os soluços que ele deixava escapar (e que depois do meu abraço se multiplicaram).

– Não chores, Natsu... – Aconcheguei-o junto ao meu pescoço e deixei que o rosado o molhasse com as suas muitas lágrimas.

– Tenho saudades dele... – Disse ele, deixando de seguida escapar um soluço.

– Imagino... – Não sabia muito bem o que responder.

– Lamento muito, Natsu... – Beijei os seus cabelos cor de rosa e continuei a abafar os seus soluços.

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