Fairy Tail - Academia de Verão T3

Capítulo 12 - A verdade

Hospedaria da Guilda Fairy Tail na cidade de Crocus, ante-véspera dos Grandes Jogos Mágicos, 21h40...

Lucy

Saí da hospedaria e os meus pés enterraram-se na neve. Parecia que tinha nevado a semana inteira.

Arrastei-me pelas ruas da cidade e não encontrava a cabeleira rosa (também não me esforçava para tal, afinal, estava a procurá-la contra a minha vontade).

O tempo foi passando e maior parte das ruas ficaram vazias. Circulavam no máximo umas três ou quatro pessoas, ou então um grupo de amigos completamente bêbedos. O vapor saía da minha boca e comecei a ficar com frio. Era mesmo muito estranho estar a nevar no Verão. Muito estranho...

Ao caminhar pela rua, cruzei-me com um rapaz de cabelo cor de rosa e ambos parámos um ao lado do outro.

– Andava à tua procura. – Disse-lhe e ele sorriu-me.

– Eu ando à procura do Happy. Quando estávamos na rua a provar umas comidas ocidentais, ele perdeu-se de mim. – O rosado riu-se e aproximou-se.

– Precisamos de falar... – Senti as minhas bochechas arderem e ele aproximou-se de mim.

– Está tudo bem? – Ele perguntou e desviei o olhar.

– Sinceramente, não sei... – Ele limpou uma lágrima que caiu de um dos meus olhos e só aí é que me apercebi de que já estava a chorar.

– Hey, o que é que aconteceu? – Ele ficou preocupado e limpei as minhas lágrimas.

– Onde é que arranjaste esse casaco? – Mas que raio de pergunta foi esta? Raramente o vejo com outros casacos sem ser aquele de apenas uma manga que ele tem (se é que se pode chamar aquilo de casaco), por isso era normal que eu quisesse saber onde é que ele tinha comprado aquele. Contudo, não era a melhor altura para perguntar isto...

Ele ficou a olhar para mim durante alguns segundos e depois respondeu-me.

– Comprei-o aqui. Como começou a nevar, não quis andar ao frio. –Ri-me com aquela explicação. Logo ele, que é um rapaz do fogo, a dizer-me isto...

– Pois... – Dei-lhe um pequeno sorriso e enchi-me de coragem para lhe dizer a verdade.

– Bom, eu... – Suspirei antes de continuar a minha frase e fiquei algum tempo em silêncio.

– Eu estou grávida. – Disse e desviei o olhar.

Ele arregalou os olhos e ficou com um olhar duvidoso, que só desapareceu quando confirmei aquilo que tinha dito com a cabeça.

Espirrei assim que um floco de neve entrou no meu nariz e ele olhou-me com... Pena? Não consegui entender muito bem aquele olhar, mas alguns segundos depois ele abraçou-me sem dizer mais nada, escondendo o seu rosto no meu casaco.

Ficamos algum tempo em silêncio e o mesmo foi quebrado por um soluço vindo dele.

Espera. O Natsu, a chorar? Isso é raro...

O meu casaco começou a ficar molhado e escondi por algum tempo o meu rosto no seu cachecol branco com o padrão de escamas. Depois de muito tempo com a neve a cair lentamente sobre nós, ele afastou o seu rosto molhado e cheio de lágrimas do meu casaco e beijou-me. Um beijo profundo e muito longo.

Envolvi as minhas mãos nas suas bochechas e limpei as suas lágrimas, deixando cair uma minha. Não sabia se ele estava feliz ou horrorizado com a ideia de ser pai a ponto de chorar, por isso apenas o acariciei. Ele abraçou as minhas ancas e ficamos assim por muito tempo, até que separamos os nossos lábios.

– Tu estás... Grávida...? – Ele perguntou num sussurro. Respondi afirmativamente com a cabeça e ele sorriu-me, deixando mais algumas lágrimas cairem dos seus olhos. Lágrimas que eu limpei com muitos beijos nas suas bochechas.

– Eu vou ser pai... – Ele gargalhou baixinho e escondi o meu rosto no seu cachecol.

– Eu amo-te... A ti e a ele... – O rosado fez uma festinha na minha barriga e eu agarrei a sua outra mão que estava livre.

Pensei que isto fosse correr pior, mas com o Natsu as coisas nunca correm como espero, o que neste caso até foi bom. Agora podia estar muito mais relaxada. Só espero é que ele não me proíba de fazer a minha vida normal, do género "Não dês nenhum passo, isso é um risco para a saúde do bebé!", como os pais demasiado preocupados das novelas fazem...

Enfim... Também não me importava nada que ele fosse assim: fazia-me o jantar, ia às compras por mim, arrumava a casa... Bem, basicamente fazia tudo aquilo que não faz...

Nós vamos ser pais... Meu Deus...