Capítulo 13

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[capítulo atualizado]

Manuela

Eu estava nervosa pela curiosidade. Não conseguia imaginar com o que Tobias poderia me surpreender, conhecendo tão pouco sobre mim. Mas de qualquer forma, já estou muito agradecida a ele por isso.

Assim que chegamos, fiquei maravilhada com o lugar. Era enorme, repleto de arvores e cheio de barracas com comidas e jogos.

— Tobias! — um homem veio em nossa direção — Achei que tivesse desistido!

— Essa é a Manuela. — Tobias me apresentou.

— Oi. — nos cumprimentamos.

— Estão prontos? — o homem perguntou e saiu andando.

— Eu responderia se soubesse para o que eu deveria estar pronta. — apertei o braço de Tobias.

— Você já me respondeu isso há uma semana. — fiquei ainda mais confusa.

Aquelas pessoas pararam perto de algo que mais parecia uma gaiola gigante. E quando vi o guindaste ao lado, olhei para ele totalmente surpresa:

— Vou pular de bungee jumping?!

— Vamos! — ele me respondeu.

Coloquei as mãos sobre a boca, totalmente desacreditada.

— Mas como? Como assim você me traz para pular de bungeejumping e não me fala nada? Eu não estou preparada!

Eu estava eufórica, mas seu semblante mudou e seus olhos pareceram tristes.

— Você me disse que tinha vontade, mas não tinha ninguém para vir com você... Então eu pensei que...

— Você me trouxe aqui, só porque eu disse que tinha vontade?

Me segurei para não chorar, pois era o que eu queria no momento. Na semana em que meu pai morreu, estávamos conversando sobre fazer exatamente isso... Pular de bungee jumping.

— Sinto muito. Eu deveria ter perguntado se você realmente queria...

— Não, não. Eu quero! Eu só... Estou surpresa. Eu não esperava isso. Eu... Não sei o que dizer. — a tensão se foi e agora ele sorria.

O abracei. Pois no momento, se eu dissesse mais alguma coisa, iria acabar chorando e saltando com a maquiagem toda borrada.

— Está pronta?

— Sim!

Tobias me explicou que esse grupo de amigos que ele conhecia, montavam esse parque duas vezes por ano, com o intuito de incentivar o esporte radical. E que por sorte, eu contei para ele sobre minha vontade no momento certo.

Era tudo muito bem organizado e preparado, com pessoas profissionais e responsáveis.

O lugar reservado ao bungee jumping era enorme, com árvores cercando e uma linda vista. O guindaste especializado nos levaria a quarenta metros de altura, de onde pularíamos. Eles me recomendaram, por ser a primeira vez, que eu fosse amarrada pela cintura e peito. A queda seria de cabeça e no final eu ficaria na posição sentada. Era um salto mais "ligth".

Antes de entrar naquela "gaiola gigante" e colocar os equipamentos, Tobias e eu assinamos um termo de responsabilidade.

— Caramba! Nem acredito! — eu estava com um sorriso nervoso de orelha a orelha — Você também tinha essa vontade, não é? — essa era a única explicação para ele estar tendo esta atitude.

— Mais ou menos. — ele parecia tenso.

— O que foi? — perguntei me aproximando dele.

— Nada. Estou nervoso, mas com vontade também. Deve ser a adrenalina.

— Com certeza, é!

Eles estavam colocando os equipamentos em nós dois, quando perguntei:

— Quem vai saltar primeiro?

Tobias me olhou sorridente:

— Vamos saltar juntos.

— Vamos?

— Indicamos o salto em dupla para iniciantes. — um dos instrutores falou.

— Mas se quiser, pode saltar sozinha... — disse Tobias.

— Não, por mim tudo bem. Eu nem sabia que isso podia. — comecei a rir, mas acho que era mais por nervosismo mesmo.

Assim que estávamos com todos os equipamentos individuais, tiramos os tênis e tudo mais que poderíamos perder durante o salto.

— Agora, você precisa abraçar ele. — o instrutor me orientou — E agora, tem que entrelaçar suas pernas na cintura dele.

Tobias e eu nos encaramos, enquanto ele me erguia. Depois terminaram de colocar os equipamentos em nós dois.

— Está vendo? Não me deixou agarrar você aquele dia, estou agarrando agora. E nem foi proposital. — falei e ele começou a rir.

Minhas pernas se prenderam firmes em torno de sua cintura, meus braços se firmaram em torno de seu pescoço e sua boca, ficou direcionada para o meu queixo.

Ele caminhou até a beirada, da onde saltaríamos.

No mesmo segundo que suas mãos estavam em minhas pernas, elas também estavam em minhas costas.

— Pode segurar Tobias. É tudo pela segurança.

Quando suas mãos se firmaram em mim, um arrepio percorreu minha espinha, me fazendo contrair. Agora não sei identificar o que foi isso, mas deve ser pela adrenalina do momento...

O instrutor que segurava nossa corda falou:

Deixem os medos de lado, principalmente o seu, Tobias, e curtam a adrenalina. Quando estiverem prontos é só falar.

Principalmente o dele?

— Tobias? Qual o seu maior medo?

Não acredito que ele fez isso...

— Pode ir, Tadeu! — ele acenou para o instrutor, que começou uma contagem regressiva e depois sorriu para mim. — Tenho medo de altura, Manuela!

E então, saltamos.

Por Caminhos Errados Onde histórias criam vida. Descubra agora