Mais!Música do Capítulo: Bad - Royal Deluxe / Disponível no Spotify e Youtube.
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POV LAUREN
Já faziam alguns dias que Sebastian enrolava Sérgio a respeito de como estavam as coisas por aqui. Não podíamos falar demais porque parecia haver um milhão de coisas que ele não podia saber, e também se contássemos pouco acabaríamos chamando uma atenção que não era bem-vinda. Por isso, no dia após a recuperação da carga e as coisas terem acontecido diferente do planejado, Sebás parecia não conseguir mais ser convincente o suficiente no telefone, mesmo após termos enviado a foto da carga para Sérgio, conforme os gêmeos haviam solicitado. Por isso, o aconselhei a ir até Medellin em uma viagem de bate e volta, para que falasse pessoalmente com o chefe e a situação ficasse sob controle.
Para Sérgio, eu ainda estava me escondendo e deixando a poeira abaixar após o fatídico encontro com os italianos na Colômbia, então as únicas coisas que ele me perguntava era se algo fora do normal havia acontecido. Não me perguntava onde eu estava nem nada do gênero, afinal, isso não era da conta dele. Por qual razão ele ligaria para saber a respeito do bem-estar dos seus funcionários, não é mesmo? Então só agradeci por estar me dando tamanha folga. A verdade é que ele devia estar com medo de eu estragar o andamento das coisas do Cartel e eu iria continuar aproveitando o que, no fim, realmente virou uma pequena férias. Não é como se ele fosse desconfiar que eu estava sendo uma agente dupla em L.A. e fazendo algumas missões para a máfia enquanto provavelmente tinham colocado a polícia na minha cola, certo?
De qualquer forma, foi difícil convencer Sebastian a ir nessa viagem, ele estava com receio de me deixar sozinha e alguma outra recuperação aparecer, mas venci a discussão ao argumentar que não faria nada enquanto Andrea não aparecesse para explicar que merda havia acontecido e, levando em conta como o Sottocapo nos deu uma folga entre seu primeiro contato e a missão, imaginei que provavelmente teríamos alguns dias de tranquilidade.
Padrões. É sempre importante avaliar os padrões das pessoas. Fosse o que fosse, eu realmente não faria nada até ter uma conversa com ele.
Sendo assim, era quinta-feira e Sebastian logo deveria estar voltando, mas ainda estou sozinha outra noite e sem nada para fazer.
E ontem já não foi nada fácil.
Passei minha quarta-feira igual a primeira semana em que cheguei em L.A.: bêbada e deprimida no quarto.
Ficar sozinha era algo que desencadeava uma série de.... situações. Digamos que aguentar os pensamentos que me atingiam quando o silêncio predominava era algo que me consumia e, estando sozinha, parecia uma tarefa impossível me manter distraída.
A impressão que eu tinha é que esses momentos de solidão eram perfeitos para eu sentir o que tentava ignorar na maior parte do tempo. Vinha tudo tudo de uma vez, como uma enorme onda tentando virar um barco que se esforça para continuar naufragando em meio a uma forte tempestade.
Todas as inseguranças por ser como eu era, arrependimentos pelas escolhas que tomei, raiva pelas decisões que me foram impostas, medos que me impediam de ter uma noite tranquila de sono, sonhos de uma pessoa mundana que nunca se realizariam, preocupações com meus pais e saudades que nunca iam embora.
Tudo! Tudo de uma vez.
Desde que Sebastian havia aparecido aqui eu estava "limpa", praticamente a única coisa que consumia era - bastante - álcool e devo que dizer que, para mim, isso era algo surpreendente.

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Plata o Plomo (Camren)
Fiksi PenggemarO que você faria se passasse 10 anos se escondendo de alguém e então, ao ser encontrada, te oferecessem duas possibilidades: cumprir as absurdas ordens impostas ou colocar quem você ama em perigo? Para seu azar, Lauren se encontra nessa situação. El...