Bad Kind of Butterflies

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• Esse cap inclui duas músicas, a primeira como sonoplastia e a segunda que leva o nome do próprio capítulo, segue abaixo:

Música 1 do Capítulo: Bad To The Bone - George Thorogood & The Destroyers / Disponível no Youtube e Spotify

Música 2 do Capítulo: Bad Kind of Butterflies - Camila Cabello / Disponível no Youtube e Spotify

POV LAUREN

- Tem certeza que quer fazer isso? - Meu amigo perguntou enquanto nós dois nos encontrávamos escondidos atrás de um veículo entre os vários que tinha naquele estacionamento.

A touca preta que deixava apenas nossos olhos à mostra ainda estava coberta com a touca de nossos capuzes. A roupa preta continuava sendo a escolha perfeita, ainda mais para situações como essa por se camuflar melhor a noite.

A missão era simples: tínhamos que fazer uma recuperação. Mas o problema era um pouco mais complexo: o local em específico estava lotado de pessoas.

Traficantes, no caso.

Mas não quaisquer traficantes: latinos.

E eram muitos espalhados por esse galpão afastado da cidade, que antigamente deveria ser uma fábrica.

Tudo levava a crer que teríamos que, de fato, ir para o mata a mata contra nosso próprio povo em terras estadunidenses sob a ordem da Cosa Nostra. Mas no último momento eu tive uma ideia melhor, que poderia evitar um tiroteio entre nós dois e os 23 (pelas minhas contas) capangas daquele depósito, nesta quinta-feira à noite.

Se fosse apenas para roubar um caminhão largado no estacionamento estaria tudo certo, mas o próprio bilhete - inesperado - deixado embaixo da minha porta pelos italianos dava a marca e o modelo: uma Kombi 97 e para a nossa sorte, a mesma não se encontrava no estacionamento com os outros veículos. Conseguimos ver pela abertura do galpão que ela estava guardada na parte interna, com dezenas de homens armados a sua volta.

A minha ideia para sairmos vivos dessa situação com um roubo bem sucedido era objetiva, apenas um pouco absurda e que demandava uma cronologia seguida à risca, tanto da minha parte, quanto do meu amigo.

Apesar de nenhum plano ser perfeito, esse precisaria ser executado com o máximo de perfeição possível.

A raiva por saber que Andrea nos mandou praticamente para um campo minado é quase ensurdecedora. Se ele pensa que isso vai me fazer errar, logo vai descobrir que sou capaz de ter sucesso nessa missão de olhos fechados.

[PLAY - BAD TO THE BONE]

- Se eu morrer, volto do inferno para me vingar de você. - Sebastian comentou, enquanto ainda estávamos sentados no chão com as costas encostadas em um carro qualquer. Ele checava sua munição.

- Nós vamos morrer. - Respondi tranquilamente, também conferindo meus bolsos. Quantidade segura de munição, check. - Eu vou morrer. - Soco inglês, check. - Você vai morrer. - Cigarro e isqueiro, check. - Todos vamos morrer. - Cabo preto de borracha, check. O olhei. - Só que não hoje.

Foi tudo que eu disse antes de dar as costas para meu amigo, seguindo agachada entre os carros em direção ao galpão, me esforçando ao máximo para permanecer na penumbra.

Após 15 segundos (tempo já calculado previamente), eu havia me arrastado para de baixo de um carro, observando de perto o movimento e até mesmo tendo uma visão perfeita dos latinos lá dentro.

Não demorou mais de 5 segundos para eu ouvir o primeiro tiro: era Sebás, lançando uma bala perdida no ar de forma a atrair alguns dos homens.

Pude ver de camarote 5 capangas saindo para o estacionamento, um até mesmo passando pelo carro em que eu estava. Com a arma na mão, me preparei caso ele olhasse embaixo. Mas como o tiro de Sebastian claramente havia sido disparado de uma maior distância, conforme o imaginado no plano, ele não conferiu.

Plata o Plomo (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora