Plata o Plomo (Camren)

Smoke

Bora para mais um?

Música do Capítulo: Smoke - BOBI ANDONOV (Son Lux Remix ou a Original) - Disponível no Spotify e Youtube.

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POV CAMILA

Outra recuperação havia sido feita no final de semana que se passou e as coisas ocorreram exatamente da mesma forma: chegaram, pararam o caminhão, um deles levou o motorista no carro e o outro tirou o caminhão dali.

Na última vez, haviam nos despistado e saído como vencedores daquela batalha pelo simples fato de eu precisar seguir as ordens de superiores, mas agora que tinha ganhado o caso poderia tomar decisões de acordo com minha própria estratégia.

O informante nos passou novamente o local exato em que ocorreria a ação, mas dessa vez fiz questão que não fossem instaladas câmeras nas fábricas aos redores, aquilo seria evidente demais. Eles já me provaram que não eram burros, então com certeza da última vez devem ter ligado uma coisa à outra e chegado à conclusão de quem poderia estar os vigiando.

Por isso, dessa vez, coloquei em cena 2 drones à distância para que filmassem a ação, além de homens no topo de um estacionamento próximo ao local. Exigi para os policiais que não fossem vistos e, com muita maestria, encontraram o galpão no qual foi deixado o caminhão. Como o objetivo era reunir provas antes de prender os bandidos que me fariam colocar as mãos no criminoso que tanto desejava, não demos voz de prisão.

Quando os 2 recuperadores de cargas se retiraram, ainda sem serem reconhecidos, aguardamos algumas horas e entramos após ter certeza que o lugar estava abandonado, encontrando-o completamente vazio e com a carga ainda dentro do caminhão.

Drogas e armas estavam ali, aos montes, e essa havia sido a nossa primeira vitória!

O caminhão estava na perícia para analisarmos cada digital que pudesse ser encontrada ali. Enquanto não obtinha os resultados, aqui estava eu de novo, encarando os olhos dos dois bandidos flagrados na primeira vez. Os drones não haviam captado adequadamente o olhar deles devido à distância, mas a linguagem corporal nos levava a crer com tranquilidade que eram os mesmos recuperadores da primeira noite, algo que confirmava a informação do nosso informante.

Eu me sentia eletrizada.

Aquilo havia sido um progresso e estávamos trilhando exatamente o caminho planejado.

- Boa tarde, senhorita, posso falar com você? – David apareceu na fresta da porta enquanto ajeitava nervosamente seus óculos e segurava uma larga pasta.

- Claro, David. Entre, por favor! – Apontei para minha cadeira e ele prontamente se sentou.

- Conseguimos rastrear com mais detalhes as informações desse outro caminhão e ele segue o mesmo padrão: roubado há muito tempo, o antigo dono deu baixa e agora estava sendo usado como contrabando, mas infelizmente ainda não conseguimos fazer nenhuma conexão com o Cartel, em nenhum dos dois casos. – Ele disse me mostrando alguns papéis que continham as informações do caminhão. – Como a senhorita também sabe, nesse último interrogatório também não conseguimos nenhuma informação nova ou diferente em relação ao que disse o homem do primeiro assalto, mas a notícia boa é que conseguimos a autorização do juiz para grampear o telefone desse segundo motorista. Vou acompanhar de perto e se ele disser o nome de Sérgio Martinez lhe informarei imediatamente para que possamos trazê-lo aqui novamente.

Não me contive deixar sorrir com aquela informação.

- Apesar dos pesares, essa grande notícia já fez o meu dia, David, obrigada por isso! – Disse para o rapaz e lhe lancei uma piscadela. – Posso ficar com esses papéis? – O rapaz, que havia ficado visivelmente nervoso novamente, ajeitou os seus óculos antes de responder.