Vigilante Shit

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E aí, voltei rapidinho, hein? Bora para a parte 3 da história?

• Música 1 do Capítulo (Sonoplastia): The Godfather Theme - Nino Rota / Disponível no Youtube e Spotify.• Música 2 do Capítulo (Principal): Vigilante Shit - Taylor Swift / Disponível no Youtube e Spotify.

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POV NARRADOR

De um lado da agência, Lauren se observava pelo vidro fumê da sala de depoimentos. Seu rosto continha rastros de sangue, os olhos estavam... Mortais. Escuros. Repletos de ódio. Raiva por ter sido enganada.

Coitada da próxima pessoa que se colocasse à sua frente e ela pudesse extravasar todos esses sentimentos de forma violenta.

Do outro lado da agência, Sebastian era arduamente interrogado. Foram 10 horas intensas onde tentaram, a todo custo, quebrá-lo. Ele estava sem comer, beber e ir ao banheiro.

Trouxeram para ele seu passado, disseram que quem ele ama em Medellín poderia estar em perigo... Mas essas pessoas não conheciam a realidade de um garoto que já perdeu tudo. Ele não tinha pais, não tinha uma casa fixa, não tinha um lar, não ligava para dinheiro.

A única coisa que ele tinha era Lauren, quem eles já haviam contado estar ali, presa, assim como ele.

Já haviam até mesmo garantido que ele poderia sair dali em poucas horas se a dedurasse. Ouvir essa proposta o fez dar uma alta risada.

Eles acham mesmo que ele seria capaz de passar para trás uma das únicas pessoas com quem se importava?

Sebastian se sentia responsável. Ele veio para Los Angeles para cuidar de sua melhor amiga e falhou. Gostaria de poder dizer que continuaria ao seu lado, que daria um jeito. Mas esses cerdos (como Sebastian os chamava em pensamento) não deixavam que tivessem contato.

Os dois interrogadores - um de pele negra, físico forte e o outro de pele branca, calvo e magro, ambos de roupa social - garantiram uma vida inteira na cadeia se Sebás não cedesse maiores informações sobre Sérgio Fagúndez.

Mas o colombiano vem de um local tão sujo e obsceno que esses homens sequer poderiam imaginar, muito menos sentir na própria pele. Ele poderia aguentar aquilo para sempre. Todas as provas que colocavam em cima da mesa, tudo que o ameaçavam, os fortes socos já desferido em seu rosto - apesar de ser ilegal fazer isso em uma sede do FBI -... Sebastian estava no modo sobrevivência e as únicas coisas que lhe importavam eram Lauren e Ally.

- Eu quero usufruir do meu direito em fazer um telefonema. - Ele havia adiado usar essa carta, até que pensasse melhor para quem ligaria. Com toda a frieza que usava para lidar com essas situações, ergueu a cabeça, como se estivesse apenas perguntando algo aleatório em uma conversa de bar.

E era isso que mais estava tirando os agentes do sério: a falta de reação do acusado, a sua frieza... Eles estavam incomodados, nunca tinham visto alguém como ele. Alguém que não se abalava. O jovem homem sequer havia pedido por um advogado. Só se mantinha sentado, olhando-os com nojo.

Se dando por vencido, o investigador forte, chamado Mark, fez um sinal com a cabeça para o outro, Peter, indicando que deveriam ceder seu pedido.

Ele se levantou da cadeira e foi até o prisioneiro, o puxando pelo braço. Sebastian andava sem jeito, já que tanto suas mãos quanto suas pernas estavam algemadas.

Mark bateu na porta e a mesma foi aberta pelo segurança do lado de fora. Um corredor se estendeu à frente, já vazio e com os telefones. Sebás foi levado até um deles e esperou os investigadores darem espaço. Então pegou o telefone e discou um número que sabia que poderia precisar um dia. Passou horas tentando decorá-lo e no final, estava certo, não havia outra pessoa para quem devesse ligar, se não essa.

Plata o Plomo (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora