Some fairytale - Lee Know

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Feliz aniversário Minho 💓

Devia confiar mesmo em Minho para estar com ele no quarto dos meus pais, mas apenas passamos e fomos direto para a outra sala.
A iluminação vinha do quarto, eu acendo as luzes vermelhas e fecho a porta, esquecendo o quanto aquele espaço não era tão grande assim.
Eu e Minho ficamos lado a lado e com isso eu podia sentir uma tensão crescer em mim. Pego a bolsa e retiro a câmera, de dentro dela pego o filme e o vejo sob a lâmpada, mostrando a Minho também.
-Você sabe como fazer isso?
-Sim, aprendi com papai, ele fazia questão de me mostrar quando criança, acho que queria que eu tivesse um hobby, mas a fotografia para ele é uma paixão, ele sempre passava horas aqui, mas posso entender, é silencioso, escuro e exige paciência.
-Me mostre, eu também quero saber como é.
-Claro, me dê aqueles papéis fotográficos ali?
-A pilha toda?
-Não, apenas alguns.
Pego os papéis e preparo o banho químico para os filmes.
-Isso pode demorar, então no momento que quiser ir embora, fique à vontade- digo, colocando luvas e dando um par para ele.
-Geralmente durmo tarde, não será problema para mim, quero ajudá-la- ele diz sorrindo.
-Ótimo- não posso evitar sorrir também.
Coloco os filmes em banhos químicos separados e não tínhamos nada a fazer a não ser esperar.
-Meus pais estão voltando - digo, para puxar assunto.
-Que ótimo, ainda veremos eles antes da nossa partida.
-Isso é bom, digo, para nossos pais que são amigos.
-Sim...
Olhamos para os lados, eu sabia e ele sabia que eu sabia que não era aquilo que eu realmente queria falar com ele, mas nenhum de nós ceder ao que parecia.
-Parece que eu estava certo- ele diz, de repente.
-Sobre?
-Sobre Felix sentir algo sobre Laura, a sua dama.
-Parece que estava, eles estavam com uma cara muito suspeita, acha que estavam indo a um encontro secreto?
-Provavelmente, eles estavam rindo, então já estão se dando bem de qualquer forma.
-Sim, eles pareciam tão à vontade e conhecendo mais os dois eu posso dizer que eles são parecidos.
-E quanto a nós?
-O que tem nós?
-Somos parecidos?
-Em muitos aspectos.
-É mesmo? Diga um.
-Ambos faríamos sacrifícios para o bem maior da sua própria nação.
-Tem razão, mas esse não é o único sacrifício que faria.
-O que quer dizer?
-No momento certo, se possível, você estará lá para saber.
O que ele queria dizer com estarei lá para saber? Aquilo me deixa confusa e até um pouco preocupada.
-Mas eu acho que temos outro aspecto em comum que você esqueceu de mencionar.
-Qual?
-Eu gosto de você e acho que você também está gostando de mim- ele diz brincando com a pinça que usamos para mergulhar os papéis na água.
Eu me sinto paralisar, sentindo apenas as batidas descompassadas no meu coração, quase podendo ouvi-las com o silêncio que estava ali. Pisco algumas vezes e percebo o olhar de Minho para os meus lábios e como uma atração magnética, meu olhar também se fixa nos seus.
-Talvez, não tenho certeza ainda- digo sem tirar os olhos da sua boca.
-Ainda estou aqui, você pode tirar suas dúvidas.
Eu dou um passo em sua direção, ele move apenas o pescoço em minha direção, o seguro pela nuca e finalmente o beijo.
Ah, ali estava a sensação novamente, estava feliz que ela não tivesse ido embora, a sensação de que poderia fazer aquilo por horas e realmente podíamos, ninguém nos procuraria ali e não havia motivos para tal.
Minho afasta algumas coisas cuidadosamente da mesa para que eu sentasse, fico mais alta que ele e parecia irreal visto de cima com a luz vermelhas e fraca, como um filme antigo e conceitual que vi um tempo atrás.
Também estava satisfeita de não estarmos perdendo tempo, digo, só estávamos esperando ali, era bem mais divertido fazer alguma coisa. Enquanto o beijo, seguro a parte de trás do seu pescoço, quase fazendo um cafuné na parte de trás da sua cabeça, ele parece gostar, pois coloca as mãos dele sob as minhas, como se pudesse impedir que eu as tirasse. Ele intensifica mais o beijo, isso faz com que eu pressione de leve o seu cabelo e ele solta um gemido rouco que mais parece um gato ronronando.
Depois de um tempo Minho passou a me dar vários selinhos me fazendo rir, ele pegou um dos bancos que estavam ali e sentou, mas deitou a cabeça no meu colo, comecei a enrolar seu cabelo, fazer pequenas tranças, ele não pareceu se importar, na verdade estava muito quieto.
-Dormiu?- pergunto.
-Não, mas poderia.
-Levanta, sua cabeça está pesando- brinco.
-Não, não vou sair daqui nunca mais.
-É sério, preciso mudar as fotos de lugar.
Ele levanta, meio atordoado, me fazendo rir, ele realmente estava quase dormindo.
Pego a pinça e com cuidado, mudo as fotos para outro recipiente.
Repito esse processo por mais duas vezes, e entre uma pausa e outra há mais e mais sessões de beijos.