Some fairytale - Lee Know

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  Feliz Ano novo meus amores, desculpem a demora

Minha ficha só caiu quando eu estava chegando no país de Minho, quando eu não via mais nuvens e sim a enorme cidade abaixo.
  Estava nervosa, ainda mais porque ele não sabia que eu estava indo, queria lhe fazer uma surpresa, nunca havia feito aquilo por ninguém, mas nunca senti que alguém merecesse também, não depois de ver uma paixãozinha se esfregando com outra em um dos corredores do Palácio em um dos bailes, depois de jurar que me amava.
  Havia tirado um cochilo, então estava entediada, mas havia trazido comigo o diário, planejava ler tudo até voltar e colocá-lo no lugar sem que mamãe percebesse. Eu folheio e volto de onde havia parado.

Erica chuta forte, tenho a impressão de que ela quer lutar em alguma batalha, Seungmin diz que é isso, mas eu também sou fraca para uma gestação, tudo parece mais intenso, emocionalmente e fisicamente.
  Tenho tanto medo de não conseguir, mas com minha mãe e Seungmin perto eu sinto que posso e que tudo ficará bem com nós duas.
  O casamento agora foi anunciado, tínhamos receio de que as pessoas não quisessem que a noiva já estivesse grávida no altar, mas parece que todo mundo só quer a chance de comemorar conosco. Os pais de Seungmim queriam que casássemos antes da barriga ficar evidente, mas depois de tanta ida ao médico isso acabou perdendo a prioridade, agora eles queriam que o casamento fosse depois que Erica nascesse. Eu não sei quem está mais ansioso por isso, eu, meus pais, os pais dele, mas talvez nenhum de nós ganhe de Seungmim.
  Ele fica falando com ela formando uma concha em mãos, dizendo coisas sem sentido também, porque acha que ela precisa rir.
  "Mas Seungmin" eu digo "ela não tem senso de humor ainda", entrando naquilo junto com ele, "ela é minha filha, claro que já tem senso de humor".
  "Você acha que seremos bons pais, mesmo com toda essa pressão de realeza? Ela nunca vai ser uma criança comum" lhe perguntei dias atrás. "Eu sei que se depender de nós dois, Erica vai ser a princesinha mais amada do mundo."
  É tão bom ter alguém que faz todos os seus medos desaparecem só estando perto e dizendo o que precisa ser dito.
 

Quase não consigo fazer nada mais, a barriga está enorme e mesmo que queira, as criadas e qualquer outra pessoa por perto vem até mim se eu apenas me mover. Sinto que tudo dentro de mim mudou, como se a pequena Erica estivesse reconstruindo minhas estruturas por dentro, brincando com tudo, girando todas as chaves para me tornar adulta.

-Senhorita, o avião está quase pousando - a comissária avisou, então fechei o diário e esperei.
  Quando saímos do avião, um carro preto de luxo esperava com um motorista que eu não conhecia, me aproximando ele disse que estava ali para nos levar até o palácio do rei Jung Woo, às ordens dele. Provavelmente Minho já sabia sobre mim, mas eu não pensava em mais nada além de encontrá-lo novamente.
  Os arredores do palácio eram simplesmente tirados de um filme, cercado de grandes campos e árvores, eu olhei para mim mesma em calça social e terninho de tweed me perguntando se deveria estar mais apresentável, mas novamente, apenas um pensamento me cercava.
  Aos poucos escurecia em um belo crepúsculo, o motorista me ajudou com a minha bolsa de mão e funcionários da casa nos ajudaram com as malas. Entrei na grande sala e esperei quando todos foram levar as coisas para algum lugar.
  Fiquei ali até que ouvi uma voz ecoando no lugar enorme.
  -Ah, ela já chegou, onde ela está?
   O Sr Lee se aproximava junto com o motorista.
  -Aqui- aceno.
  -Erica, que bela surpresa.
  -Bem, acho que não é mais nenhuma surpresa, não é mesmo?
  -Seungmin me avisou, pediu para que cuidássemos bem de você.
  Então foi meu pai…
  -Não se preocupe, o tratamento será de realeza.
  Alguma coisa estava estranha com o rei, ele estava falando comigo, amigável e educadamente, como uma pessoa normal. Será que ele só não gostava da nossa casa? Eu ainda estava com um pé atrás.
   -Cadê a Soyoon? Traga ela aqui e peça para ela levar Erica até o quarto de hóspedes.
  O motorista olhou totalmente confuso para ele, eu entendia, como ele poderia saber?
  -Erica, se acomode bem, vou pedir para prepararem um jantar especial para todos nós hoje.
  Ele disse e saiu, queria ter perguntando sobre Minho, desesperadamente, mas não queria parecer desesperada.
  Depois de minutos o motorista veio com uma senhora que imaginei ser Soyoon, ela ficou calada o trajeto todo até os quartos. Passamos por vários e a cada um eu tentava imaginar o que havia dentro deles e se em algum deles havia Minho.
  De repente, senti o jet lag, minhas coisas já estavam no quarto que também era grande e tinha uma cama enorme no centro com cobertores fofinhos, então me joguei neles e tirei um cochilo até alguém me avisar sobre o jantar.
  Minho teria de estar esperando, certo? Pensei no que usaria e peguei um vestido elegante e preto, coloquei apenas uma gargantilha brilhante e acompanhei o guarda até a sala de jantar.
  Da outra ponta da mesa, de pé falando algo no ouvido de quem estava servindo, Minho estava, fazendo meu coração parar uns segundos para bater descompassadamente. Ele estava de preto desta vez, até então eu só o havia visto em camisas brancas, de preto ele parecia perigoso, ainda mais com os dois botões abertos. Eu respirei fundo e andei até a ponta da mesa.
  Foi quando ele me viu e parou o que estava falando, apontou um dedo para mim e depois me chamou com um movimento.
  -Era apenas isso- ouvi ele dizendo ao rapaz do lado dele.
  -Sim, senhor.
  -Erica- ele disse meu nome como se soltasse o ar.
  -Minho.
  -Como é bom te ver novamente.
  -Queria que fosse uma surpresa, mas parece que não deu certo.
  -Claro que deu, você está aqui, eu estou feliz por isso. Por favor, sente.
  Sentei do lado esquerdo e ele sentou na cadeira ao meu lado.
  -Estamos combinando - digo apontando para as nossas roupas.
  -Ai, meu Deus, será que seremos como aqueles casais que combinam roupas?
-Hmm, acho que não, mas que tal ser o marido que estampa uma foto da esposa na camisa?
  Minho caiu no riso e imediatamente parou quando seu pai apareceu perguntando:
  -Se divertindo?
  Ninguém respondeu, então ele sentou.
  -Tudo bem, podem rir à vontade. Erica, o quarto é confortável?
  -É perfeito, senhor, obrigada.
  -Que bom, você está muito elegante nesse vestido.
  -Obrigada - agradeci e esperei até servirem o jantar.
  Ninguém falou nada, tudo estava em um estranho silêncio até Minho se aproximar do meu ouvido e dizer:
  -Agora você entende que eu estou sentindo muita saudade de Felix.
  Não posso evitar rir.
  -Desculpa, devia ter trazido ele comigo, mas as coisas com a Laura parecem estar fluindo.
  -Você vai me contar tudo depois do jantar.
Ótimo, teríamos um tempo juntos, eu mal via a hora.
  Mas era um jantar formal de qualquer forma, então fomos educados até o fim, depois de toda a tensão, até que uma conversa fluiu com o rei pela primeira vez, definitivamente algo havia acontecido entre ele e Minho, Minho respondia, mas parecia distante e o pai fazia de tudo para trazê-lo novamente à realidade, inserindo ele, contando coisas sobre sua infância. Ao menos eu aproveitei aquela parte, mas se Minho tinha problemas com ele, aquelas lembranças podem ter sido dolorosas, quando se tinha uma infância feliz e de repente isso muda, você se sente totalmente perdido.