4. Freak

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E lá estava eu naquela maldita festa

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E lá estava eu naquela maldita festa. Alguns dos meninos do time estavam presentes, além da Marília, esposa do Everton. O aniversário estava sendo no quintal da casa do Gabriel e eu estava sentado lá, quieto, na minha, procurando algum propósito pra essa noite que não fosse escutar a Maria Clara falando da vida dela em Milão.

E cara, eu realmente não sou de pegar birra com as pessoas. Mas é inacreditável o quanto meu santo não bate com o dela.

Mas o do Victor Hugo parecia bater, sim. O moleque não perdia uma oportunidade de ficar encarando a garota e dava uns jeitos de falar sempre que podia.

Bufei e levantei, indo em direção ao freezer pra pegar um refrigerante. Aproveitei pra dar uma respirada. Mas, infelizmente, a felicidade de ninguém dura muito.

- Tá fazendo o que aqui sozinho? - Maria Clara perguntou, chegando no local. - Posso pegar uma bebida no freezer, por favor?

Eu saí da frente dela e assenti, dando um gole na lata e encostando na bancada do cômodo.

- Beleza. Já percebi que você não é muito de palavras. - Ela deu risada. - Fica a vontade ai, P9. E obrigada por vir.

Ela tinha um tom de debochado que eu não sabia exatamente se era deboche, se era gentileza, se era soberba... bom, de qualquer forma, terminei o refrigerante naquela área antes de voltar ao quintal.

Eu torcia pra que isso estivesse acabando logo. Amanhã temos treino cedo e minha paciência não tá lá das melhores hoje.

- Tá quieto, Pedroca. - Matheuzinho brincou, dando um tapinha no meu ombro.

- To cansado, só. - Menti. - Acho que daqui a pouco to indo pra casa.

- Daqui a pouco eu devo ir também. Amanhã cedo tem treino, né?

- Melhor a gente partir o bolo, então.

Levantamos e fomos todos pra mesinha montada. Maria Clara colocou aquelas velas explosivas no bolo e as velas de 21 anos também. Ficou duas horas pedindo pro Gabriel tirar uma foto que saísse bonita. Fora a roupa dela, que mostrava até coisa demais.

Quando começaram a cantar o parabéns, suspirei de alívio. Ela olhava pra todos ali e parecia feliz por termos vindo. Pelo menos isso.

- Obrigada por virem, gente. - Ela disse, sorrindo. - É muito especial pra mim. De verdade.

Partiram o bolo e foram distribuindo os pedaços um por um. Realmente, era um bolo delicioso e foi o que provavelmente me fez não me arrepender de ter ido no aniversário.

Finalmente consegui uma brecha pra ir embora. A maioria dos caras resolveu ir também. Agradeci mentalmente.

Caminhamos até a porta e Maria Clara acompanhou. Ela nos cumprimentou um a um.

- Você não gosta muito de mim, né? - Falou pra mim, dando uma risada.

- Que isso, po. Nada a ver. - Devolvi a risada. Era verdade.

L O S T  C A U S E | Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora