Capítulo 11

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Assim que Heitor vai embora, eu me jogo sentada no sofá e olho para o teto. Meu coração salta com tanta força que o sinto bater na minha cabeça. Ele não tinha o direito de me beijar. Foi tão repentino que não tive defesa e não fui capaz de resistir. Meu desejo era me agarrar a ele e deixar todo esse desejo velado dentro de mim escapar.

Sinto-me em brasas, nem sei como consegui me afastar, pois foi doloroso me manter longe quando cada partícula do meu corpo gritava pelo seu toque e seus beijos.

Escuto o barulho da porta se abrindo e me viro, assustada. Respiro aliviada ao ver meu irmão. Ele me olha com curiosidade e tranca a porta.

— Encontrei o nervosinho na porta do elevador, ele também estava perturbado — comenta e coloca sua mala no chão e me encara, com desconfiança. — Onde está Geovanna?

— Dormindo — digo me levantando e tentando controlar meu nervosismo.

— Aconteceu alguma coisa entre vocês?

Cruzo os braços e volto a descruzá-los.

— Claro que não. Ele só veio buscar a certidão da Geovanna, e ela estava acordada quando chegou com um presente. Um urso. Ela adorou, inclusive...

Leandro ri.

— Você quando começa a dar muitas explicações é porque algo aconteceu e não quer contar — fala e volta a pegar sua mala, se aproxima de mim e beija minha testa. — Quando estiver pronta, quero ouvir tudo. Vou tomar um banho.

Meu irmão marcha até seu quarto e eu solto o ar. Ele me conhece tão bem.

Leandro volta para sala algumas horas depois de banho tomado, ele me olha com um sorriso cínico e pergunta se o acompanho no jantar. Eu recuso, pois estou sem apetite. Peço que fique de olho na Geovanna enquanto tomo banho e sigo para o banheiro.

Debaixo do chuveiro, eu fecho os olhos e deixo a água molhar meu corpo febril. Penso no beijo de Heitor e no que senti quando seu corpo se colou ao meu. Sua ereção friccionando minha barriga me levou a loucura. Dei-me conta do quanto ainda o desejo e de como sou sensível ao seu toque. Ele ainda tem o poder de me seduzir. E agora será ainda mais agonizante estar em sua presença, tão marcante.

Eu me troco, então aviso ao Leandro que vou dormir, pois Geovanna hoje conseguiu me cansar. Não é somente por isso que me encontro esgotada, na realidade meu esgotamento é mais emocional por conta do pai da minha filha.

No dia seguinte acordo cedo e vou preparar o café, estou na cozinha e escuto a porta da sala se abrir e sinto alguém se aproximar. Olho para trás e vejo Aluísio que acaba de chegar do seu Platão. Ele inspira, sorrindo.

— O cheiro do café está lá no corredor — comenta e coloca o pacote de pão em cima da mesa.

Eu sorrio para ele e me viro para terminar de passar café.

— Como você consegue parecer tão bem, após um plantão de 24 horas? — pergunto, pois meu cunhado parece ter tido uma bela noite de sono.

Aluísio ajuda a arrumar a mesa do café.

— Eu sou uma pessoa noturna, além disso foi tudo muito tranquilo no hospital.

— pensei que você fosse largar a enfermagem, agora que conseguiu se estabilizar como fonoaudiólogo — comento.

Escuto o som dele arrumando a mesa.

— Será difícil. Apesar de adorar ser fonoaudiólogo, tenho uma grande paixão pela enfermagem — responde com alegria.

— E ainda cozinha como um chef. — Meu irmão fala entrando na cozinha. — Bom dia, meu amor! — saúda e dá um beijinho em Aluísio.

Termino o café e levo a garrafa até a mesa, que está posta na cozinha. Aluísio pergunta por Lia e Leandro responde que ela está na casa de uma amiga. Tomamos o café com tranquilidade e antes de eu acabar ouço Geovanna me gritando.

Um CEO InesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora