Capítulo 15

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Heitor dirige para sua casa e eu estou no banco de trás, ao lado da Geovanna, que está bem segura em sua cadeirinha. Não posso dizer que ele não está se esforçando, pois, como um pai responsável tratou logo de providenciar para que a filha viajasse em seu carro com total segurança e comodidade.

Ele conduz o carro e finjo não notar como me olha pelo retrovisor. Não vou mentir e dizer que estou tranquila em passar um final de semana em sua casa, pois não estou. Pensei em não aceitar o convite. Mas não seria justo nem com ele, nem com Geovanna. Ambos precisam desse tempo juntos.

Minha filha carrega o urso que ganhou do pai e noto sua felicidade. Eu sei que essa felicidade é por causa dele, é como se ela soubesse da importância do Heitor em sua vida. Eu me sinto muito feliz por eles estarem se dando bem. Foi como Lia comentou, a maneira que Heitor olha para Geovanna e o carinho e paciência que tem com ela mostra como ama a filha.

Noto que ele passa por lugares diferentes, até que sobe uma rua arborizada e bem iluminada. Heitor para o carro num portão imenso e os mesmo se abre. Ele deve ter se mudado, lembro que ele comentou comigo, algumas vezes, sobre morar em uma casa, ele tinha esse projeto em mente, pois não gostava muito de viver confinado. Como se o seu apartamento fosse minúsculo.

Depois de parar o carro na garagem coberta ele se vira para trás e sorri.

— Chegamos — comunica.

Geovanna tenta se soltar do cinto de segurança, eu olho para ela e sorrio.

— Calma, filha! Nós já vamos tirá-la daí — falo e tento soltar o seu cinto.

Heitor sai do carro, dá a volta com passos rápidos e abre a porta traseira, ao lado da nossa filha.

Ele acaricia seu cabelo, com fisionomia de felicidade e com habilidade solta o seu cinto e a pega no colo. Então me olha, com olhos brilhantes.

— Espere só pouquinho — pede, pisca um olho para mim e fecha a porta.

Não entendo o porquê de ficar esperando aqui dentro, mas cato alguns brinquedos que Geovanna trouxe e coloco na sacola, e minha porta se abre. Eu olho, e Heitor com nossa pequena no colo me estende a mão. Disso eu não posso falar dele. Heitor sempre foi muito cavalheiro. No passado quando estávamos juntos, ele sempre fazia questão de ser gentil comigo.

Dou um sorriso sem graça e seguro sua mão estendida. O calor da sua pele aquece todo o meu corpo.

— Não precisava se preocupar, você sabe que me viro sozinha — comento enquanto saio. Então olho a casa, magnífica, por sinal. — Então você realizou seu sonho — comento.

Ele também olha para casa, pensativo.

— Não chega ser um sonho, mas nada impede que chegue a ser — analisa contemplativo.

— É sua casa? — Geovanna pergunta, e o tira de sua reflexão.

Ele olha, com carinho para nossa filha.

— É sua também, filha — diz e se vira para mim, com olhar intenso. — Ela é nossa, na verdade — completa e sinto um arrepio permear minha pele.

Noto uma senhora sair da casa, ela usa um uniforme, e deve ser sua governanta.

Heitor nos apresenta, e ela é muito gentil. Então olha Geovanna e dá um sorriso, sincero.

— Mas essa menininha é muito linda! — exclama.

Geovanna fica tímida e dá um sorrisinho suave.

Heitor dá um cheiro em seus cabelos e tem uma expressão orgulhosa.

— Essa é a minha filha, dona Sueli — diz com um sorriso.

Um CEO InesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora