Capítulo 18

6.2K 570 59
                                    


A visão da Letícia deitada em minha cama, com seus cabelos castanhos espalhados sobre o lençol, faz com que eu não consiga parar de admirá-la. Ela dorme serenamente, e imagino como seria tê-la aqui comigo, todos os dias. O fim de semana que passamos juntos, foi perfeito. E Geovanna, não sei como, fez com que eu me apaixonasse mais por ela.

Eu sorrio e acaricio os cabelos de Letícia, ela suspira em seu sono e sua boca faz um biquinho. Minha vontade é acordá-la e poder beijar seus lábios. Ela é tão linda, tão maravilhosa... suspiro, me sentindo um pouco desesperado. Porque eu sei que a Letícia não me perdoou pelo que fiz a ela no passado.

Todas as vezes que se entregou a mim, nesse fim de semana, eu senti que ela se entregava por completo, a forma como me olhava e me tocava, mostrou que Letícia, me queria de verdade.

Mas não sou tão idiota assim. Eu percebi como, emocionalmente, ela se mantém afastada. A mais dura realidade é que Letícia não confia em mim. Eu não tiro sua razão, no passado eu fui duro demais com ela. E sempre que penso nisso, sinto uma grande raiva de mim mesmo. Ela não merecia ouvir aquelas palavras cruéis. E eu, agora sinto um medo imenso que ela não seja capaz de me perdoar.

Eu me viro de lado, vislumbro deu rosto. Amanhã ela não estará aqui comigo, pois prometi levá-la para casa antes de ir para a empresa. Tentei persuadi-la a estender os dias e ficar. Mas Letícia se negou. Disse que o melhor seria voltar para casa com Geovanna.

Com toda a certeza ela está com receio que alguém apareça aqui, e é por isso que tomo a decisão de resolver logo essa questão. Eu e ela não temos culpa das brigas entre nossos pais. Não é justo, principalmente com Geovanna, que viva nessa dúvida.

E por isso, essa semana, vou pedir a mamãe que marque um horário. Pois irei conversar com ela e com o meu pai. E se ele vier com suas grosserias e ameaças, eu vou deixar claro para que não se meta na minha vida e nem pense em importunar Letícia e minha filha, pois ele irá se arrepender.

Eu deveria ter feito isso há três anos, mas não. Naquela época acreditei em suas mentiras e armações. E se preciso for, vou procurar Ricardo, e dar o mesmo recado. Desta vez não vou deixar que nenhum desses dois destruam minha vida.

Se eles se odeiam... Que se matem longe de nós.

***

No dia seguinte, acordo antes da Letícia. Tomo um banho, em seguida vou para o closet e visto meu terno. Escolho uma gravata cinza e volto para o quarto. Letícia desperta e se espreguiça, então senta-se na cama. Seus cabelos estão bagunçados e seu sorriso sexy me faz desejá-la como meu café da manhã.

— Bom dia, minha linda! — Eu me inclino e beijo seus olhos.

— Bom dia — responde com voz rouca de sono e me observa dos pés a cabeça, com olhar ardente. — Você poderia ter me acordado.

Eu sorrio.

— Não se preocupe, temos muito tempo. Quis apenas me adiantar para que você se arrume com calma, enquanto eu fico um pouco com a Geovanna — respondo e passo os dedos por seu rosto. — Você tem certeza que não quer ficar? — insisto.

Ela entorta o pescoço e deposita um beijo em minha mão.

— Tenho. Vamos devagar Heitor... É o melhor — sussurra.

Eu aceno, sem vontade.

— Eu já perdi tanto tempo longe de vocês, e agora "o devagar", não faz parte do meu vocabulário, ao menos nesta situação — replico e ela ri. E juro que se não fosse a minha filha, que vai despertar, a qualquer momento, eu tomaria Letícia agora mesmo.

Um CEO InesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora