Capítulo 12

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Letícia entra no apartamento e eu a acompanho. Estou muito perturbado com o que ela me contou. Agora tenho o sentimento de impotência, além de culpa. Porém de todos os sentimentos o que mais me abala é o arrependimento, este sim, está acabando com minhas forças.

— Olá pessoal! — Escuto ela dizer e olho por cima da sua cabeça.

Seu irmão está sentado no sofá, ao seu lado vejo outro rapaz e acredito ser o seu companheiro. Sentadas no chão, está minha filha e uma moça que brinca com ela. Todos me olham, curiosos, e Geovanna dá um sorriso lindo. Só mesmo ela para trazer um pouco de paz para o meu coração.

Vou para o lado da Letícia, ponho as mãos nos bolsos, dou um sorriso, amigável.

— Boa noite, espero não estar atrapalhando — expresso. Letícia anda até Geovanna, abaixa-se e abraça a nossa filha.

Sinto uma dor no coração, por não poder fazer o mesmo, não apenas com Geovanna, mas com sua mãe também.

— Fique a vontade — diz o rapaz ao lado do irmão da Letícia. — A propósito eu sou o Aluísio, cunhado da Letícia.

Ele se levanta e se aproxima, eu noto Letícia cochichando com Geovanna e reparo que a moça com minha filha, dá um sorriso ao observar os duas.

Desvio o olhar para o cunhado da Letícia, que me estende a mão e me encara com riso no olhar.

— Desculpe-me, eu sou o Heitor — apresento-me apertando sua mão.

— Sim eu te conheço por nome, você é o pai da princesa Geovanna — diz e puxa uma das cadeiras da mesa de jantar. — Sente-se, você está com cara de quem acabou de se perder no deserto e lembrou de que esqueceu a garrafinha de água no acampamento.

Dou uma risada, afinal o que acaba de dizer faz todo o sentido. Eu faço como ele sugere e me sento, fico um pouco deslocado, pois pelo que entendi eles são unidos e sabem de tudo o que houve entre nós. É como se eu estivesse sendo julgado, apesar de nenhum deles terem falado nada, mas o olhar diz mais que mil palavras.

Aluísio me oferece um café, é o mais acolhedor, porém recuso.

Letícia volta para perto de mim segurando a mãozinha da Geovanna, que me olha com um sorriso fofo. Ela é muito lindinha.

— Fala com ele, filha — incentiva Letícia e a menina apenas me olha.

Reparo que o irmão da Letícia se aproxima, a moça que estava sentada com Geovanna também caminha até nós e me dou conta de que ela é a irmã da Letícia que vivia no exterior. Todos observam em expectativa, eu fico desconfiado com a maneira que me olham.

Geovanna dá um passinho para frente, sem tirar os olhos de mim, parece um pouco tímida. Eu sorrio para ela.

— Oi, papai! — Nada na vida me preparou para o turbilhão de emoção que enche meu peito.

Minha garganta se fecha, me sinto enaltecido. Eu seguro sua pequena mãozinha e não resisto, caio de joelho na sua frente e a encaro.

— Oi, minha filha! — Minha voz sai arrastada, pois a forte emoção me deixa instável.

Eu subo o olhar, direto em direção a Letícia, ela nos assiste, noto em seus olhos que também está emocionada. Ela tem um sorriso delicado enquanto morde o lábio inferior.

Meu coração se estreita, pois como pude ser tão idiota de perder essa mulher? Como em algum momento eu pude desconfiar de seu caráter? Passei todo esse tempo com raiva dessa mulher, pensando o pior dela. E agora a olhando, vejo que eu não a mereço. Mas sou um egoísta filho da puta e não só a quero, mas farei tudo para tê-la de volta.

Um CEO InesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora