Capítulo 9

7.2K 676 97
                                    


Acabo de tomar banho e escolho uma roupa para vestir, não quero parecer arrumada demais, nem desarrumada. Não se trata de um encontro comum, é somente uma reunião para tratar sobre os interesses da Geovanna.

Leandro e Aluísio entram no quarto, eu olho para eles rapidamente e volta a procurar uma roupa adequada no armário, vejo uma calça jeans e pego.

— O que é isso? — pergunta Aluísio pegando a calça da minha mão e fazendo uma cara de espanto.

Eu rio.

— Uma calça jeans. Não reconhece?

Ele olha para Leandro e meu irmão revira os olhos e pega a calça das mãos dele.

— Eu te falei, ela só não vai com um saco de batatas porque não tem um aqui — expressa Leandro.

Eu franzo a testa e arrumo a toalha enrolada no meu corpo.

— Vocês vieram aqui para fiscalizar o que vou vestir? É isso? — indago cruzando os braços e olho de um para o outro.

— Claro, nós não podemos te deixar sair vestida com qualquer trapo — aponta Aluízio e me empurra com os ombros, quase me desequilibro. Ele para em frente ao meu armário e espia dentro dele. — Vejamos se tem algo que preste aqui.

Meu irmão me segura pelos ombros e me põe para trás, eu fico indignada com esses dois. Ponho as mãos na cintura e faço uma careta. Um cochicha com o outro e só posso ver as costas dos dois.

— Olha aqui vocês dois, não estou indo a um encontro amigável ou amoroso. Não pretendo me emperiquitar para aquele lá depois ficar pensando que me arrumei para ele — especifico, porém os dois parecem não me ouvir. — Ei, vocês dois...

— Calma aí, irmãzinha. Não vou deixar que saia daqui como uma adolescente desleixada.

— Não iria me vestir assim — defendo-me, contrariada com eles.

— Querida, você ia pôr essa calça jeans que já sabe até o caminho até a padaria, de tanto que você a usa. Nem quero imaginar a blusa. Provavelmente iria com aquela preta de Madri — responde Aluísio sem me olhar e mexendo no armário. — Aqui está — diz, animado e se vira para mim, segurando meu vestido azul bebê.

Eu não digo nada e nego com um gesto de cabeça.

— Sim, este é perfeito — grita Leandro, batendo palmas.

— Não vou com esse vestido, vou me sentir inibida e como disse não quero ficar arrumada demais — declaro olhando para o vestido.

Leandro, balançando a cabeça, estica os braços e aperta meus ombros com suavidade.

— Querida, esse vestido não é demais. Porém você vai arrumada sim. Vai passar aquele perfume maravilhoso, deixar seus cabelos soltos, sem aquele rabo de cavalo medonho, e nada de inibição — recita com olhos fixos nos meus.

Aluísio também para na minha frente.

— Letícia, mostre para o Heitor o que ele está perdendo. Mostre que você é poderosa, linda e que continua gostosa. — Ele sorri e eu mordo o lábio enquanto olho o vestido. — Olha, não dê a ele o gostinho de te ver desajeitada.

— Isso minha irmã, e faça ele sofrer, não deixe que o bravinho te seduza com aqueles olhos azuis de príncipe do deserto — previne meu irmão.

Eu dou uma risada.

— Esse risco eu não corro. Pois nem ele e muito menos eu queremos nada um com o outro — afirmo.

Aluísio e Leandro se encaram e dão uma risadinha.

Um CEO InesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora