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🌹Os olhos que brilham para mim🌹

Acordo me sentindo menos atordoado, já que não tive pesadelos essa noite, me levanto e sigo para o andar inferior, preparo meu banho e me arrumo como de costume.

Chego ao caminho de pérolas negras ao amanhecer e noto o trabalho dos que já estão, pairo sobre eles apenas, não pego tanta velocidade no ar, apenas observo cada um deles e seus trabalhos.

Passo pela ninfa do destino e ela apenas me olha de relance e continua organizando as coisas perto de suas tulipas. Levo meu dia tranquilamente até chegar ao final e ouvir o rugido alto de um gigante.

Olho para o sul e vejo um deles se aproximando. Noto a quantidade de alados voando ao redor dele e atacando, vejo o exato momento que um deles entra pela boca do gigante e momentos depois o coração do gigante parece parar, ele leva a mão ao peito e cai. Os que estão ao redor se afastam e a terra estremece quando ele alcança o chão.

Ele não tem vantagens em ser tão grande, acaba se tornando indefeso perto de criaturas pequenas e dispostas a lhe matar. Ouço alguém limpar a garganta e me viro, vejo Tuli e cruzo os braços.

- Milagrosamente não me incomodou hoje de manhã. - alfineto e ela estende a mão com a tulipa. - Até quando fará isso? - pergunto e ela abaixa a mão e me olha com muita mágoa no olhar.

- Me acompanhe quando seu turno acabar. - ela diz e arqueio a sobrancelha.

- Por que deveria? - indago. Ela suspira.

- Descubra. - ela diz e se afasta caminando rápidamente.

- Zur... - me viro para o lado contrário outra vez e vejo Maiana. - Amanhã a noite vamos nos reunir na taberna de Shiva, como é alguém de alta patente, deveria conhecer e se aproximar mais dos outros rapazes. - assinto.

- Nos vemos. - digo e ela assente. - Vou patrulhar até a trilha estar completamente vazia hoje. - concluo e alço vôo.

Faço o restante da patrulha até o sol se pôr e vejo quando um ogro agarra um duende e o arrasta para a floresta enganosa, uma das fadas nota o movimento do ogro e adentra a floresta, apenas continuo minha patrulha e quando me certifico de que tudo está vazio, vôo em direção ao castelo.

Acabo interrompendo meu percurso ao notar que Tuli está sentada no barranco perto da trilha e ainda não foi embora. Pouso e ela me encara em silêncio.

- E se eu não aparecesse? - indago. Ela se levanta pegando as coisas que lhe pertencem e apenas entra na floresta. Sigo Tuli e voamos entre as árvores da floresta. Depois de um tempo, Tuli pousa perto das águas termais que me apresentou antes.

- Ninguém é obrigado a aceitar uma flor do destino. - ela diz e deixa as coisas no chão, Tuli se aproxima e me encara. - Mas não dou flores a qualquer um, se tem uma flor a você, é porque pode escolher entre mais de um destino... Vai pagar o preço de escolher seu próprio caminho se não quer minha flor, mas estou chateada por um bom motivo.

- E qual seria ninfa? - ela suspira.

- Eu sou seu destino. - ela diz e congelo. "O quê?" Fico um tempo assimilando as palavras, mas desvio o olhar da ninfa momentos depois, já que os olhos dela tem a capacidade de prender minha atenção. Sinto um aperto no peito e aperto o maxilar. As palavras dela fazem muito sentido se eu levar em conta o problema que tenho em encarar ela ou o porquê continuo me guiando em sua direção apesar de tentar não me importar.

Volto a encarar a ninfa e ela sorri tristemente.

- Ainda não vai aceitar minha flor? - ela pergunta. Nego.

Asas do Mal - Nova Geração Onde histórias criam vida. Descubra agora