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🌹 Sob o mesmo céu 🌹

Visto a roupa da guarda real e me encaro no reflexo do espelho. Olho para as golas e ajusto elas como devem ser. Encaro as minhas mãos e suspiro.

Diferente dos outros alados, não uso espadas com frequência, nem luvas metálicas, grandes armas afiadas, lanças ou arcos, prefiro usar minhas próprias unhas, já que elas nasceram afiadas o suficiente para rasgar o peito de alguém e ainda segurar um coração latente.

Movo as asas e me viro, desço as escadas e caminho para fora da casa. Abro a porta e encaro o céu azulado com raios de sol começando a nascer atrás das casas, vejo muitos moradores do vilarejo se locomovendo, a maioria deles nesse horário se dirige para algum ponto de vendas, seja a muralha, a praça ou em frente ao castelo perto dos estabulos.

Alço voo e sinto o vento em meu rosto, nunca me canso de subir os céus de Pearl. Vôo alto o suficiente para ver a vastidão do reino Alado e me questiono o porquê jamais houve um reino para bruxos e porque é tão errado viver como vivemos...

Estranhamente, sempre tem lugar ao sol para aqueles que julgam ser moralmente justos, mas nunca houve um tempo onde fosse considerado sobrevivência viver como manda meu próprio sangue e me pergunto o quão moralmente correta seria a mãe do guardião para conseguir converter ele em alguém digno de ter uma coroa e gerar filhos se seus próprios irmãos vivem escondidos dentro de florestas matando para viver.

Sobrevôo o castelo e vejo a diversidade de seres místicos caminhando ou voando em direção a trilha de pérolas negras ou em direção ao castelo. Fecho as asas sobre meu corpo e caio em queda livre até perto da trilha, abro as asas e pairo sobre ela enquanto encaro os diversos seres cultivando alimentos pela trilha.

Os olhares alegres em seus olhos enquanto os primeiros raios de sol se projetam no céu. Vejo a fada responsável pelo batalhão das fadas e pouso perto dela. Maiana me olha de cima a baixo e sorri.

- O alado responsável por capturar o bruxo que aterrorizava nossas ninfas agora é meu irmão em campo de batalha... - ela diz e estende a mão. - Prazer, Maiana. - estendo minha mão e seguro a dela. Maiana encara minha mão por um tempo e solta em seguida.

- Me chamo Zur. - digo e ela franze o cenho.

- Faz sentido querer trabalhar conosco, já que até seu nome remete a algo tão firme. - ela diz e assinto.

- Creio que encarar gigantes tem seu desafio. - digo e Téo pousa ao nosso lado, o reverencio e ele sorri.

- Bom dia. - ele diz e me olha com seriedade. - Preparado? - assinto.

- Farei o meu melhor, sei que era apenas um guarda sem treinamento. - digo e Téo assente.

- Não vou exigir muito até sentir que pode dar conta de um gigante completamente sozinho. - ele diz e assinto. - Já entrou dentro de um deles? - nego.

- Sou melhor capturando e matando seres mais frágeis. - digo com seriedade e sorrio em seguida. Eles riem e o duplo sentido do que digo acaba me fazendo olhar de relance para algumas ninfas que cuidam de roseiras e flores para enfeitar o caminho de pérolas negras. Suspiro. - Creio que alguém do meu tamanho era mais simples do que um gigante de mais de dez metros. - digo. Ele assente e apoia a mão em meu ombro.

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