🌹Capítulo 19🌹

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E como da última vez, vejo dia amanhecer, mas dessa vez é diferente. É manhã do terceiro dia, e hoje pela tarde os melhores guerreiros estarão retornando a Pearl. E até lá, apenas Ada e poucos lados prodígios desse lado realmente conseguem me encarar de frente.
Os primeiros raios de sol começam a surgir e me levanto do telhado de casa, afinal hoje eu tinha que ver o sol nascer de um lugar alto, mas baixo o suficiente para saber que é dia para todos.
Levanto vôo em direção ao castelo e pouso com os guardas reais abrindo as portas e entro atravessando o salão em direção ao corredor dos quartos, já que a guardiã desse estar terminando de se vestir para tomar café da manhã. Abro a porta dos corredores e caminho parando em frente a primeira porta onde tem o nome de Ada gravado na madeira.

Abro a porta sem bater e vejo o olhar de Ada vir em minha direção quando a porta é aberta. Ela parece descrente ao me ver abrindo a porta sem permissão e me olha abismada terminando de dar o laço no espartilho do vestido.

_ Zur? Aconteceu algo? Tudo bem? - ela pergunta e sorrio levemente.

_ Talvez usar o vestido hoje não seja adequado guardiã, já que ele dificulta os movimentos em uma luta. - Ada pisca algumas vezes.

_ Gigantes na trilha? - nego.

_ A luta seria comigo. - ela assente e sorri.

_ Quer extravasar? Só  um momento e eu me troco novamente para algo adequado. - ela diz e assinto.

_ Merece essa vantagem. - finalizo e ela sorri.

_ Sou uma excelente lutadora até carregando pesos e com um vestido arrastando no chão. - ela brinca e assinto. "Não hoje." Penso comigo mesmo.
Fecho a porta novamente e momentos depois Ada sai do quarto vestindo calças de combate uma camisa larga de Faruk provavelmente. Ela apoia as mãos na cintura. _Que tal? - ela questiona e levanto a mão levemente. Não toco em Ada, mas causo uma onda eletromagnética no ar capaz de empurrar ela e lançar contra a parede do castelo, a parede é destruída e caminho pelo corredor até a abertura caindo aos pedaços na parede. Vejo que ela está caída no precipício que separa a parte do castelo do vilarejo a uma boa distância do castelo. Vejo Ada se levantar e alçar vôo, ela se aproxima e paira no ar me olhando do céu. Seus olhar confuso. Ela parece não entender nada. _ Como fez isso?! - ela grita em confusão. _ Primeiro que aqui não é lugar! Vamos para a floresta engano... - interrompo ela estendendo a mão e causando hemorragia da mucosa de seus olhos, Ada para de falar e leva a mão ao rosto e passa na bochecha e em seguida olha para a mão manchada de vermelho. Ela pisca vezes seguidas e paro de produzir hemorragia. Sei que se eu quisesse, ela morreria rapidamente. Ela me encara com choque rasgando o olhar e com as laterais dos olhos em vermelho e as manchas de sangue descendo por suas bochechas.

_ Sim. Sou o bruxo que procurava. - digo e ela fica pasma. _ eu sou o seu vilão guardiã. - seu olhar aturdido empalidece um pouco no ar e ela me olha com fúria tomando seus traços.

_ Você... - ela cospe a palavra em tom crescente e aperta as mãos em punho, vejo seu corpo ir acendendo desde as pontas dos cabelos, mãos e pés e a roupa que ela usa sendo consumida pelo fogo. As asas começam a brilhar intensamente e enquanto a camisa branca se desfaz no fogo expondo sua pele, as manchas vermelhas cobrem seus seios e o fogo se alastra ao seu redor cobrindo e deixando poucas partes sem queimar no intenso fogo avermelhado. Ela parece irada. _ Você machucou Ana e matou Petrus! - ela exclama e se lança em minha direção. Alço vôo saindo de seu caminho e ela se move no céu rapidamente, acabo ascendendo e me movo no céu desviando de golpes de Ada. Ela se lança uma vez mais e gira no céu, fecho as asas levemente caindo para trás no ar para impedir que seu pé me acerte e que suas asas queimem minha roupa. Caio e bato as asas pegando distância novamente. Ada parece ainda mais furiosa e grita no céu enquanto se lança em minha direção e se ela sequer tocar em mim, meu corpo derrete com o calor que ela emana e sei muito bem o que ela pode fazer, mas eu não posso ser tocado e posso usar minhas habilidades de cinética contra ela. Ada se vira em minha direção com fúria e começo a pegar distância no céu, subindo cada vez mais alto e voando cada vez mais rápido até entrar em meio as nuvens e atravessar, Ada em meu encalço e a cada vez que bato as asas subindo no céu, sinto o ar mais e mais rarefeito, o céu começa a perder a luz e a pressão no céu aumenta até eu ver a chama de Ada ir diminuindo e sei que a pressão a cada vez que subimos comprime e estingue as chamas. Ela tenta voar mais e mais alto e acabo parando em uma parte onde a porcentagem de oxigênio é ínfima. As chamas quase somem completamente de seu corpo e evito usar o fôlego para emitir palavras. O negro do universo e o céu escurecido pela altura que estamos... O silêncio ao redor e a dificuldade em respirar parecem exatamente ser como a minha agonia diária e ver a paisagem distorcida e apenas cores abaixo perdidas na longa distância me fazem entender que é esse o ponto que eu estou. Estando no mundo, mas completamente sozinho como se estivesse a milhares de pés do chão em uma escuridão e silêncio esmagador, onde é difícil respirar e usar palavras se torna um sofrimento.

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