🌹 Capítulo 15🌹

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Gelo sobre Feridas🌹

Acordo escutando uma voz doce a me chamar e encaro o teto branco do quarto, olho ao redor e nada vejo. Não existe nada para ser visto, já que a voz doce ecoando aqui dentro pertence a Tuli. A ninfa que morreu e eu amei em vão.

Tuli era para ser alguém muito importante e talvez que mudasse minha vida, mas agora encarando o teto do quarto, me dou conta de uma coisa... Eu não tenho exatamente ao que me apegar e nada importa ou importava antes.

Me sinto desprezível e sem esperanças, talvez antes eu tenha achado brilho, mas agora me resta a pena e me sinto adormecido... A culpa não é de ninguém, mas minha... Unicamente minha.
Eu não deveria ter nascido e preciso achar qualquer coisa que seja capaz de me tirar desse mundo. Me sento na cama e estendo a mão para frente, o fogo brilha sobre a palma de minha mão e me levanto disposto a fazer que esse fogo se apague completamente.

Alguém vai apagar ele. Certo?

Saio do quarto e caminho pelo corredor em direção a janela, subo no peitoral da janela e me lanço para fora. Sigo para o vilarejo e pouso em frente a minha casa, olho para a casa de Drake e decido dar um ponto final em minhas fantasias, aliás, o foco delas morreu. Entro em casa e tomo um banho lento, em seguida faço algo para comer e me sento na varanda, como lentamente e acabo deixando boa parte da refeição no prato. Fixo os olhos na casa de Drake, a noite cai e o dia passa como se não fossem horas, mas segundos em meu ponto de vista, espero algum momento até ver Petrus voando em direção a floresta e o sigo com a intenção já feita em meu ser, depois de segui-lo, vejo que ele pousa perto de uma cachoeira e como sempre dialoga com uma sereia. Eles brincam na água e depois de um tempo, me aproximo mansamente até ser capaz de ouvi-los.

- Sua mãe deve estar preocupada. - Ele diz. A jovem assente.

- Irei, mas deve prometer vir novamente, amanhã te trarei uma escama como prometi. - arqueio a sobrancelha e me pergunto que escama que a jovem pensa trazer a Petrus.

- Obrigado, significa muito para mim . - ele diz. - Prometo guardar. - Ele finaliza e ela assente e pula na água desaparecendo por instantes e voltando a aparecer mais distante e acenando para ele. Suspiro. Espero ela desaparecer e Petrus ameaça levantar voo. Estalo os dedos e ele é forçado no chão.

Ele olha ao redor e e me busca entre as árvores, mas antes que ele possa me encontrar, estalo os dedos novamente e sangue desce pelas laterais de seus olhos. Ele range os dentes e segura um gemido.

- Olá. - digo e saio de onde estou, ele mantém os olhos fechados e imóvel no chão.

- Quem está aí?! - ele pergunta e ignoro a pergunta.

- Sabe... Antes eu repensei se realmente deveria seguir o caminho que estou seguindo, mas decidi que o único jeito de realmente alcançar meu sonho é sendo cruel, então a partir de agora, volto a não temer o que sou. _ digo e ele parece não entender. Ele abre os olhos e os buracos vazios onde um dia habitou visão, já não podem me ver.

_ Me solte! _ ele exclama e suspiro.

_ Seu pai matou minha mãe e pensei em um preço justo por isso. _ Ele tenta se mover e suspiro. _ Quais suas últimas palavras garoto? _ pergunto e ele parece aterrorizado por instantes e sorri em seguida.

_ Vá se foder! _ ele exclama e estalo os dedos. Seu crânio suja a grama e fico alguns segundos ainda olhando o corpo e não sinto absolutamente nada. Meus olhos marejam. "Eu realmente estou vivo?"

Me afasto do corpo e vôo em direção a minha casa novamente e durmo o restante das horas que faltam antes de amanhecer.
Acordo sentindo cada célula do meu corpo em um frenesi de pânico e silêncio absurdo.
"Alguém vai me parar, certo?"

Asas do Mal - Nova Geração Onde histórias criam vida. Descubra agora