Capítulo 9 - Juliana Rodrigues

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Nós fomos para a diretoria, Janete levou para a sala da diretora Sarah.

Janete – Diretora, olha quem está aqui, novamente.

Sarah – Vocês aqui de novo? O que aconteceu?

Janete – Elas colaram na prova do Zimmermann.

Sarah – Humm... Vocês estão abusando, hein.

Alexandra – Diretora, me desculpa, mas a prova dele é muito difícil e eu não sou muito boa em Química e a Juliana quis me ajudar.

Sarah – Por que você não estudou, Alexandra? Simples.

Alexandra – Ah, é que aconteceu tanta coisa, diretora... Eu tive que ajudar o Bernardo esse fim de semana e não pude estudar.

Sarah  - Falando em Bernardo, eu não esqueci o que aconteceu na sua casa, você vai ter sua advertência, na verdade, duas agora.

Alexandra – Que? Ah, não...

Juliana – Diretora, não tem outra coisa que a gente possa fazer sem ser uma advertência? Não posso receber uma advertência e muito menos uma suspensão.

Sarah – Hummm... Então acho melhor se comportar melhor, Srta. Rodrigues, mas como é o seu primeiro ano vou dar uma colher de chá.  Deixa ver aqui. Tem uma coisa que eu quero que vocês façam. Quero que vocês arrumem a sala de artes hoje.

Juliana – E a prova? Não podemos fazer?

Sarah – Tá tá...Tá bom, mas salas separadas.

Eu e a Alexandra fomos para salas separadas terminar a prova. Quando terminamos fomos direto para a sala de artes, onde estava uma bagunça: quadros, tintas, pincéis, estiletes, todos jogados para arrumarmos.

Janete – Vocês vão ter que arrumar essa sala até o final do dia.

Alexandra – Meu Deus! Eu prefiro uma advertência!

Juliana – Calma, vai ser moleza.

Um silêncio se instalou na sala. Ela começou a mexer em algumas coisas, mas olhava pra mim sem jeito. Eu peguei um saco de lixo e comecei a jogar as tintas secas dentro do saco. Os únicos barulhos eram de plásticos remexidos, papéis amassados e cadeiras sendo empurradas. Era estranho ficar naquele lugar sujo com Alexandra Lehamann, porque não combinava com aquela garota linda. Após um bom tempo em silêncio, ela quebrou o gelo e falou comigo:

Alexandra – Por que você falou? Não precisava.

Eu sabia o que ela estava falando.

Juliana – Ué, eu que passei o bilhete pra você.

Alexandra – E agora estamos aqui sozinhas.

Sozinhas. Ela não quer ficar sozinha comigo? Será que está incomodada comigo? Talvez eu não deveria ter ajudado, também ela roubou um caderno. Eu sou idiota por ajuda-la. Eu sou idiota de ficar pensando nela. Eu sou idiota de olhar pra ela e achar que não vejo mal nenhum. Eu sou idiota deixar que ela me pegue pelos braços... QUE?

Eu estava tão introspectiva que não percebi ela tinha chegado perto de mim. Ela segurou meus braços fixando seus olhos azuis nos meus. Ela estava com um olhar de tesão absurdo que me deixou mole, eu queria aquele beijo, estava sedenta e ela me deu. E que beijo! O beijo que pareceu por horas, mas foi apenas alguns segundos.

 E que beijo! O beijo que pareceu por horas, mas foi apenas alguns segundos

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