A história se passa no Colégio Teixeira Amorim, onde duas garotas, Juliana e Alexandra, se apaixonam inesperadamente durante o 2º ano do ensino médio. O sentimento que nasce entre elas é intenso e genuíno, mas como todo relacionamento adolescente, e...
Já tinha passado algumas semanas depois da mini conversa com Bernardo. Ele teve alta e foi para a casa no morro do Vidigal, onde não conseguia vê-lo com frequência, ainda mais com morro de estado de alerta após a prisão dos Ribeiros.
Kelly e Mateus mandavam algumas mensagens sobre a saúde dele, mas não estavam um pouco afim da minha presença. Porém, eu tinha que focar no colégio e nas provas, pois estava quase reprovada em TODAS as matérias.
Fiquei realmente focada nos estudos e por um bom tempo sem saber o que rolava nas fofocas do colégio, Mariana e Jéssica apareciam de vez em quando lá em casa, mas não era pra estudar e sim pra contar as novidades.
Mariana – Amiga, você tem que ficar mais no colégio... Não tá acontecendo nada sem você.
Jéssica – É mesmo...
Alexandra – Gente, eu tenho que estudar.
Mariana – Aí, fala pra Sarah e você não vai reprovar.
Alexandra – Mari, eu não vou fazer isso.
Mariana – Eu tô ficando sozinha, cara... Você vai pra casa e a Jéssica some depois da aula.
Jéssica – Eu? Eu vou pra casa. – desconfiando
Mariana – Some sim! Seu carro ainda tá no estacionamento! Eu tô voltando de ônibus, sacanagem!
Alexandra – Jéssica, isso tá muito estranho... Tá ficando com alguém escondido?
Jéssica – Que isso, gente...
Mariana – Tá ficando sim! Desde do meio do ano! Você some, aparece num lugar estranho... Fala logo!
Jéssica- Gente, calma... Eu não posso falar!
Alexandra- Por que?
Mariana – Sonsa! Fala logo!
Jéssica- Ele pediu sigilo, meninas... Não posso! Não vou falar!
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Alexandra – Que porra de namoro é esse?
Mariana – Aí, quer saber? Vou embora... – sai do quarto
Alexandra – Eita... Acho que ela tá com ciúmes. HAHAHA
Jéssica – Ela quer saber de tudo!
Alexandra – Vai atrás e explica pra ela.
Jessica – Mariana! – sai do quarto atrás da amiga
Essas duas se amam. Será mesmo? Imagina. Minha irmã entra no quarto segurando um balde de pipoca rindo da cena que acabou de acontecer na casa.
Cameron – Essas garotas ainda vão se matar.
Alexandra – Também acho.
Cameron – Vem... Vamos ver um filme.
Alexandra – Tenho que estudar.
Cameron – Já estudou o dia inteiro. Já até aluguei. – fechando os cadernos.
Fomos para a sala e a TV já estava pronta para o filme "O Resgate da Onça Pintada". Não acredito que ela alugou o próprio filme. Eu estava sendo irônica que queria ver, mas tá bom... Vamos ver, né.
Cameron – Você precisa rir um pouquinho.
Alexandra – Taaa...
O filme começou. As imagens eram incríveis. O cenário da floresta amazônica era de tirar o fôlego. O elenco também era bom, mas minha irmã com certeza era a mais divertida e expressiva, ou seja, as melhores cenas eram com ela. Durante o filme, ela começou a puxar um papo do nada sobre relacionamento que eu tentava desviar, mas ela toda hora voltava o assunto.
Cameron – É incrível que nos filmes se não tiver um romance, o filme não vale a pena.
Alexandra – Ah, acho que não... Se for um filme de terror, não precisa de um romance.
Cameron – Claro que precisa. Imagina você está numa casa cheia de espíritos e uma guerreira vem de salvar?
Que minha irmã tá falando, cara? Vou ignorar.
Cameron – Igual a sua "amiga" que te resgatou no hospital.
FUDEU. Ameacei falar alguma coisa, mas ela me interrompeu.
Cameron – Deixa eu falar... – Ela diminuiu o som da tv – Alexandra, eu não sou muito boa nas palavras, então vou direta com você... Já sabia antes mesmo de você se descobrir, que você gosta de... de... é... meninas, porque eu te conheço. Eu descobri quando você comprou aquela blusa xadrez vermelha e preta. Meu Deus... Ela é horrorosa. E sei porque sou sua irmã mais velha, quase sua mãe, por isso eu vou te apoiar em qualquer decisão que você tomar.
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Nesse momento, estava encolhida debaixo dos cobertores e almofadas só com os olhinhos aparecendo.
Cameron – Você é uma mulher forte e que incrivelmente já passou por muita coisa esse ano. Você merece viver por você mesmo agora. Não pelos outros. Se liga, maninha... – tirando as almofadas perto de mim.
Ela olhou para a TV viu que o filme já tinha passado um bom tempo e pegou o controle remoto.
