Capítulo 23 - Juliana Rodrigues

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As semanas foram passando e eu, Cecilia e Markus fomos voltando a ter uma amizade normal. Markus e Lucas finalmente contou o que tinha acontecido naquele dia sobre a briga e mais uma vez ficamos em choque. Eles até chamaram a Mariana e o Fred para ter mais detalhes, o que realmente não esperava isso.

Cecilia estava decidida que não ia para a delegacia denunciar Bruno e isso incomodava demais o Markus, que já tinha feito queixa da briga após convencer o Lucas. Apesar da nossa amizade ter voltado, alguns pontos ainda estavam soltos.

Cecilia – Amiga, eu não vou no laboratório hoje não, estou sentindo enjoada, tá bom?

Juliana – O Markus já foi embora?

Cecilia – Acho que sim.

Juliana - Quer que eu te acompanhe?

Cecilia – Acho que vou precisar sim.

Juliana – Tá bom, vou pegar minha mochila.

Fui no laboratório pegar minha mochila e quando voltei vi Cecilia conversando com Alexandra, era uma cena inusitada. Deixei as duas conversarem à sós até que Alexandra foi embora sem perceber minha presença.

Juliana – O que foi isso?

Cecilia – Incrível que uma criança pode amolecer um monstro.

Juliana – Como assim?

Cecilia – Ela só veio perguntar se estou bem e se precisava de alguma ajuda.

Juliana – Ah, sim... – surpresa – Vamos então?

Levei-a para a casa do Markus, mas não fiquei lá por muito tempo. Saí e peguei um ônibus direto para casa, durante o trajeto fiquei pensando sobre Alexandra, os momentos que já passamos e o tempo que a gente não se falava. Eu entendo que ela está passando por um momento difícil com o Bernardo, mas toda vez que a vejo as memórias voltam e não consigo mais controlar meus sentimentos.

Eu tentei esquecer que rolou entrei a gente, mas tudo que acontece naquele colégio tem o seu nome, fotos e vídeos vestida de uniforme das Leoas, as pessoas amam ou odeiam falar o nome dela, mas mesmo assim é mencionado e até minha mente parece ser controlada por ela, ou até mesmo meu coração. Mas, eu não posso ficar sentindo isso e não fazer nada... Esqueço ela de vez ou...

Cheguei e só minha vó estava em casa, vendo jogo de pólo na televisão, tentei não atrapalhá-la, mas ela ainda tinha um ouvido muito apurado.

Cece – Ué, chegou cedo?

Juliana – Tive que ajudar a Cecilia.

Cece – Aquela garota grávida?

Juliana – Uhum...

Ela me olhou de pés à cabeça.

Cece – Juliana... Vem cá, você não consegue esconder quando tá triste.

Juliana – Eu não tô triste, vó...

Cece – Senta aqui e desembucha...

Sério, minha vó era vidente ou minha cara entregava muito fácil.

Juliana – Vó, você tá vendo televisão e nem vai prestar atenção. – sentei do lado dela

Cece – Eu fico preocupada com você, sempre sozinha...

Juliana – Vó, você não vai entender...

Cece – Minha filha, uma coisa que eu entendo é de ficar sozinha, já tive mais de 3 casamentos e olha que deu... Estou sozinha, mas eu não quero isso pra você. Você é uma menina inteligente, esperta e bonita. Quem é a pessoa que está mexendo com você?

Juliana – Vó... (RESPIRA FUNDO) É uma pessoa totalmente diferente de mim. Não vale a pena e ela já tem alguém.

Cece – Hummm... Você já falou que você gosta dela?

Juliana – Não... É complicado.

Cece – Por que é complicado? Vai lá e fala o que está sentindo, menina...

Juliana – Vó, acabei de falar que é complicado e... ela está namorando.

Cece – Dane-se! Você é uma Rodrigues, Juliana! Quer que eu conte como eu comecei a namorar o seu avô? Que Deus o tenha!

Juliana – De novo, vó?

Cece – Talvez você precisa lembrar de uma história de amor pra ter coragem. – acende um cigarro - Seu avô estava quase casando com ela sirigaita da Solange e eu apenas a mandei pro outro lado do mundo, nunca mais a vimos. E cá, está você aqui.

Juliana – Vó, era outros tempos...

Cece – Minha filha, só estou falando que o tempo não para e às vezes precisamos ter atitude para conquistar certas coisas.

Juliana – Eu não sei, vó... Você não conhece ela.

Cece – Não tenha medo. Você não precisa ter medo no que você sente e o que as pessoas vão pensar, principalmente a sua família... Eu posso ser a avó mais careta da face da Terra, mas escuta pelo menos uma vez... Escuta o seu coração.

Eu levantei e estava indo para o meu quarto, mas tive a atitude que minha vó pedia:

Juliana – Vó, e se a pessoa que eu gosto fosse uma pessoa totalmente diferente que vocês esperam?

Cece – Você não tá namorando um marginal, não é?

Juliana – Que isso, vó! – sem graça

Cece – Ah, então tá tudo valendo!

Cece – Ah, então tá tudo valendo!

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