A história se passa no Colégio Teixeira Amorim, onde duas garotas, Juliana e Alexandra, se apaixonam inesperadamente durante o 2º ano do ensino médio. O sentimento que nasce entre elas é intenso e genuíno, mas como todo relacionamento adolescente, e...
As semanas foram passando e eu, Cecilia e Markus fomos voltando a ter uma amizade normal. Markus e Lucas finalmente contou o que tinha acontecido naquele dia sobre a briga e mais uma vez ficamos em choque. Eles até chamaram a Mariana e o Fred para ter mais detalhes, o que realmente não esperava isso.
Cecilia estava decidida que não ia para a delegacia denunciar Bruno e isso incomodava demais o Markus, que já tinha feito queixa da briga após convencer o Lucas. Apesar da nossa amizade ter voltado, alguns pontos ainda estavam soltos.
Cecilia – Amiga, eu não vou no laboratório hoje não, estou sentindo enjoada, tá bom?
Juliana – O Markus já foi embora?
Cecilia – Acho que sim.
Juliana - Quer que eu te acompanhe?
Cecilia – Acho que vou precisar sim.
Juliana – Tá bom, vou pegar minha mochila.
Fui no laboratório pegar minha mochila e quando voltei vi Cecilia conversando com Alexandra, era uma cena inusitada. Deixei as duas conversarem à sós até que Alexandra foi embora sem perceber minha presença.
Juliana – O que foi isso?
Cecilia – Incrível que uma criança pode amolecer um monstro.
Juliana – Como assim?
Cecilia – Ela só veio perguntar se estou bem e se precisava de alguma ajuda.
Juliana – Ah, sim... – surpresa – Vamos então?
Levei-a para a casa do Markus, mas não fiquei lá por muito tempo. Saí e peguei um ônibus direto para casa, durante o trajeto fiquei pensando sobre Alexandra, os momentos que já passamos e o tempo que a gente não se falava. Eu entendo que ela está passando por um momento difícil com o Bernardo, mas toda vez que a vejo as memórias voltam e não consigo mais controlar meus sentimentos.
Eu tentei esquecer que rolou entrei a gente, mas tudo que acontece naquele colégio tem o seu nome, fotos e vídeos vestida de uniforme das Leoas, as pessoas amam ou odeiam falar o nome dela, mas mesmo assim é mencionado e até minha mente parece ser controlada por ela, ou até mesmo meu coração. Mas, eu não posso ficar sentindo isso e não fazer nada... Esqueço ela de vez ou...
Cheguei e só minha vó estava em casa, vendo jogo de pólo na televisão, tentei não atrapalhá-la, mas ela ainda tinha um ouvido muito apurado.
Cece – Ué, chegou cedo?
Juliana – Tive que ajudar a Cecilia.
Cece – Aquela garota grávida?
Juliana – Uhum...
Ela me olhou de pés à cabeça.
Cece – Juliana... Vem cá, você não consegue esconder quando tá triste.
Juliana – Eu não tô triste, vó...
Cece – Senta aqui e desembucha...
Sério, minha vó era vidente ou minha cara entregava muito fácil.
Juliana – Vó, você tá vendo televisão e nem vai prestar atenção. – sentei do lado dela
Cece – Eu fico preocupada com você, sempre sozinha...
Juliana – Vó, você não vai entender...
Cece – Minha filha, uma coisa que eu entendo é de ficar sozinha, já tive mais de 3 casamentos e olha que deu... Estou sozinha, mas eu não quero isso pra você. Você é uma menina inteligente, esperta e bonita. Quem é a pessoa que está mexendo com você?
Juliana – Vó... (RESPIRA FUNDO) É uma pessoa totalmente diferente de mim. Não vale a pena e ela já tem alguém.
Cece – Hummm... Você já falou que você gosta dela?
Juliana – Não... É complicado.
Cece – Por que é complicado? Vai lá e fala o que está sentindo, menina...
Juliana – Vó, acabei de falar que é complicado e... ela está namorando.
Cece – Dane-se! Você é uma Rodrigues, Juliana! Quer que eu conte como eu comecei a namorar o seu avô? Que Deus o tenha!
Juliana – De novo, vó?
Cece – Talvez você precisa lembrar de uma história de amor pra ter coragem. – acende um cigarro - Seu avô estava quase casando com ela sirigaita da Solange e eu apenas a mandei pro outro lado do mundo, nunca mais a vimos. E cá, está você aqui.
Juliana – Vó, era outros tempos...
Cece – Minha filha, só estou falando que o tempo não para e às vezes precisamos ter atitude para conquistar certas coisas.
Juliana – Eu não sei, vó... Você não conhece ela.
Cece – Não tenha medo. Você não precisa ter medo no que você sente e o que as pessoas vão pensar, principalmente a sua família... Eu posso ser a avó mais careta da face da Terra, mas escuta pelo menos uma vez... Escuta o seu coração.
Eu levantei e estava indo para o meu quarto, mas tive a atitude que minha vó pedia:
Juliana – Vó, e se a pessoa que eu gosto fosse uma pessoa totalmente diferente que vocês esperam?
Cece – Você não tá namorando um marginal, não é?
Juliana – Que isso, vó! – sem graça
Cece – Ah, então tá tudo valendo!
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