A história se passa no Colégio Teixeira Amorim, onde duas garotas, Juliana e Alexandra, se apaixonam inesperadamente durante o 2º ano do ensino médio. O sentimento que nasce entre elas é intenso e genuíno, mas como todo relacionamento adolescente, e...
Alexandra – Ahhhh! Porra!! – olhei para algumas meninas que estavam no banheiro – Que é!? Sai! Sai todo mundo! - Fui lavar o rosto.
Ela me bateu, caralho!? Ela não tinha direito nenhum de me bater... Que merda. O que eu estava fazendo também!? Cecília é uma escrota do caralho. Ela sabe onde o Bruno está.
Alexandra – Não tem nem papel nessa merda! – entrou numa cabine
Sentei no vaso sanitário e comecei a chorar compulsivamente, que cena repugnante. Minha mãe com certeza ia me desertar da família se me visse nesse estado. Mandei uma mensagem para Kelly e Mateus sobre o que estava acontecendo, porém escutei alguém entrando no banheiro.
A pessoa abria as portas das cabines parecendo que estava procurando alguém, ou seja, eu. Ai, se for Mariana e Jéssica vamos parar de nos falar novamente, porque não estou com nenhuma paciência pra falar com elas agora, porém aquele momento de terror realmente se concretizou quando Isabela apareceu na minha frente.
Alexandra – Ah, porra... O que você quer?
Isabela – É... Pena que não trouxe o meu celular. – me olhando sentada no chão do banheiro
Apenas olhei pra ela com reprovação.
Isabela – Vim em paz. – fazendo um movimento nas mãos fingindo que tinha uma bandeira da paz – Eu só quero saber o que você vai fazer em relação ao Bruno?
Alexandra – E por que quer saber?
Ela só me olhou porque eu sabia a resposta.
Alexandra – É você que está visitando o Bernardo se passando por mim?
Isabela – Passando por você? Ah, Alexandra... Você está deplorável e sua cabeça está confusa. Vem! - estende a mão para eu sair da daquela fossa.
Eu não queria a ajuda dela, pois não confio nem um pouco nela, mas olhando pra mim mesma, eu estava podre sentada no vaso sanitário. Aceitei a ajuda dela e ficamos de frente uma com a outra, a última vez que ficamos assim, não foi uma bela cena, pois meu cabelo ainda sentia o puxão que ela me deu.
Isabela – Você tá fedendo...
Alexandra – Se você quis me ajudar, não reclame do meu cheiro.
Isabela – Tá... bom. Olha, eu sei que não somos melhores amigas e nem colegas, e também não querendo me intrometer, mas já intrometendo... Você e a Juliana tem que se resolver, hein.
Que porra ela tá falando?
Alexandra – Que que você tá falando, garota!?
Isabela – Nossa, vejo uma grande tensão... ou tesão entre vocês. – olhei pra ela furiosa – Calma! É que está muito na cara que vocês se gostam! Pronto, falei...
Como assim? Tá tão na cara? É impossível! Como um tapa na cara mostra que a pessoa gosta de você? Isabela mente. Não confio nela e nunca vou confiar.
Alexandra – Está vendo esse roxo na minha cara? Isso é uma bela demonstração de amor.
Isabela – Aí, Alexandra... Para de drama! Eu vi vocês na sala de artes se beijando... Só não entendi porque você saiu do nada, estavam bonitinhas...
Alexandra- Cala a boca, Isabela! Você não veio em paz? Fica calada.
Isabela – Você é tão bruta e arrogante. Não sei como as pessoas gostam de você, principalmente o... Bernardo.
Eu estava olhando para o espelho para não ficar encarando ela, mas percebi que ela não ia sair daquele banheiro tão cedo.
Alexandra – O que você quer de verdade, Isabela?
Isabela – Sério, você é lerda ou realmente sua cabeça está no mundo da lua? Eu quero saber o que vai fazer com o Bruno? Mas, parece que não vai fazer porra nenhuma!
Alexandra – Se você não percebeu, a única que sabe onde ele tá é a Cecília, vai lá perguntar pra ela!
Isabela – Pra fazer aquela cena ridícula igual você fez? Prefiro pensar e tirar informação dela.
Alexandra- Nossa, você é muito esperta...
Isabela – Sou mesmo, Alexandra! Você é uma ogra que não pensa antes de agir! Deu nisso... – apontando o roxo
Alexandra – Tá, Dona sabichona ! E como você vai descobrir?
Isabela – Gata, eu tenho meios que você não conhece... – mexendo no cabelo
Alexandra – Subordinação?
Isabela – Aff... Claro que não. Não sou igual ao meu pai. A Cecília está sensível com essa gravidez e eu sei que ela é única pessoa que me respeita nessa droga de colégio, então por que não agradar um pouquinho ela?
Alexandra – E...?
Isabela – Descubro onde tá o Bruno! Vai dar certo!
Mariana e Jéssica entraram no banheiro desesperadas procurando por mim e ficam surpresas daquela conversa "amigável" que eu estava tendo com Isabela.
Mariana – Amiga!! Estávamos te procurando! Você tá bem?
Jessica – A gente te procurou pelo colégio inteiro e nada.
Alexandra – Claro, né... Eu só fui pro banheiro do lado da lanchonete e vocês ficaram igual loucas no colégio.
Mariana – Ah, é que ficamos pra ver o desfecho da briga.
Isabela – Que briga?
Jessica – A Cecília não gostou muito que essa tal de Juliana contou que estava falando com o Bruno pra você e discutiram horrores...
Isabela – Nossa, então elas não estão se falando? – ela me cutucou
Mariana – Ah, sei lá... Mas, cada uma foi para um canto.
Jessica – Ela também é uma fofoqueira, né? Por que foi falar pra você? Nem te conhece.
Eu olhei pra Isabela que tinha tampado a boca segurando o riso. Elas não suspeitavam de nada, ótimo. Mas, a Isabela saber de tudo me deixava com desvantagem, eu não sabia quase nada dela e não queria confiar nela à ponto de deixa-la resolver a vida do Bernardo assim, mas depois de agir do jeito idiota com a Cecília, não iria conseguir nada com ela. Isabela pode estar certa agora.
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Janette entrou no banheiro com uma cara furiosa. Olhei para o meu relógio e já tinha passado o tempo do intervalo, e nem escutei o sinal.
Janette – Garotas, estava procurando por vocês pelo colégio inteiro! Pra sala agora!
Isabela – Meu Deus... A gente só estava no banheiro. Que drama todo.
