Capítulo 11

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Mark ficou muito animado com a gravidez, o que deixou Addison surpresa. Ela não queria contar pra ninguém até depois da 12ª semana, mas não podia controlar o quanto Mark estava obcecado com aquele assunto. Se em casa ele não conseguia falar outra coisa, ela esperava que pelo menos fora ele pudesse controlar.

- Addie... _ Nancy disse parando ao seu lado em um dos balcões da obstetrícia e ginecologia.

- Oi, Nancy. Eu ainda não consegui contratar ninguém pra substituir o Johnson na obstetrícia, mas eu já estou lendo alguns currículos...

- Você está grávida? _ ela perguntou interrompendo.

Parou imediatamente o que está fazendo e olhou pra cunhada.

- O quê? O que você está falando?

- O Mark comentou comigo. Você está...

- Idiota! _ ela sussurrou desviando o olhar _ Eu disse pra ele não falar pra ninguém.

- Então é verdade? Você está grávida?

Não respondeu. O que poderia responder?

- Esse filho é do Derek? _ Nancy perguntou movimentando o rosto pra entrar no campo de visão da cunhada _ Porque se for, você prec...

- Não é do Derek _ Addison se adiantou _ É do Mark.

- Quanto tempo de gravidez? Você fez um exame de sangue pra saber?

- Não tem como ser do Derek, Nancy. Pelo número de semanas, não tem como ser do Derek. Ele não estava mais aqui quando eu fiquei grávida.

- Esses tempos nunca são 100% precisos, principalmente se você só fez um teste de farmácia. Com quanto tempo você está?

- Seis semanas.

- Seis semanas... Seis semanas foi...

- O Derek não estava mais aqui.

- Espera aí, tem uma margem de erro. Uma semana pra menos, sete semanas, era a semana que o Derek estava aqui, a semana que tudo aconteceu, quando o Derek sumiu, você transou com o Mark... O filho pode ser dos dois! _ Nancy falava daquela forma acelerada que os pensamentos dela ficavam quando ela estava argumentando algo _ Naquela noite, o Mark finalizou o trabalho?

Addison revirou os olhos. Tudo o que não queria era discutir os detalhes daquela noite com uma das irmãs do marido.

- Eu estou tentando entender, Addie!

- Mas você não tem nada pra entender. Isso não é da sua conta!

- Addie...

- Você está sendo invasiva e inconveniente _ ela disse _ Eu já disse que esse filho não é do Derek. Não tem a menor possibilidade de ser. E você nem pensa em comentar isso com a sua mãe, com o Derek, ou com quem quer que seja. Não é dele! _ afirmou.

E se afastou soltando a respiração. Era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que nem lembrou que em algum momento teria que lidar com aquela desconfiança, e com as irmãs do marido. Tentou voltar ao trabalho, mas parecia impossível. Não conseguia pensar em nada além do que estava acontecendo. Nas poucas vezes que se olhou em frente ao espelho por mais que o necessário – quando estava se maquiando pra ir trabalhar – percebeu que seu corpo estava mudando, que sua mentalidade estava mudando, que ela estava passando por um processo de transformação que era silencioso e independia de sua própria vontade.

Ela não queria que nada daquilo estivesse acontecendo, mas não podia evitar passar por aquela transição. Quanto mais o tempo passava e ela não realizava o aborto, começava a pensar na maternidade sob outras perspectivas. Até aquele momento de sua vida, ela se sentia sozinha e abandonada – mesmo que estivesse com Mark. Agora ela não se sentia mais assim. Era como se aquela criança crescendo em seu ventre fosse sua companhia mais íntima. A cada dia aquela se tornava uma decisão mais difícil.

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