Capítulo 42

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Christopher estava impressionado com tudo o que o pai lhe contava sobre o trabalho que fazia. Por mais que soubesse que tanto Derek, quanto Addison eram médicos, não imaginou que eles pudessem trabalhar com qualquer coisa além do hospital. Era a primeira vez que estava se dando conta de verdade do que era o trabalho do pai, e que ele não apenas atendia pacientes como a pediatra em que Addison o levava de vez em quando. O que Derek fazia, em sua cabeça, era algo que se comparava com a ficção que ele sempre admirou.

Derek assistia a empolgação do filho com felicidade e tinha a impressão que nunca viu seus olhos brilhando daquele jeito para algo que veio dele. O menino queria saber sobre tudo – o que era uma novidade, já que Ella era a pessoa mais curiosa daquela casa.

- E como é que o computador sabe o que o cérebro quer fazer? _ ele perguntou olhando para o pai.

- O cérebro emite alguns comandos que podem ser captados pela máquina _ Derek explicou na linguagem mais simples que conseguia.

- Como? _ Christopher insistiu.

- Por eletricidade. O computador lê os impulsos elétricos emitidos pelo cérebro.

- Eletricidade?! _ o garoto perguntou parecendo surpreso.

- Sim. Os nossos neurônios são uma rede elétrica muito poderosa. O que esses sensores aqui leem são as cargas elétricas que os neurônios emitem quando fazem ligações.

- Como?

Derek arqueou as sobrancelhas e olhou em volta buscando por algo com que pudesse fazer uma associação para explicar. Era difícil explicar assunto um complexo como aquele para uma criança de 6 anos de idade. Não tinha certeza de como ele estava visualizando tudo na mente. Às vezes alguns internos tinham dificuldade de aprender mesmo depois de terem passado por um curso de medicina.

- Uh... Eu vou te mostrar uma animação e você vai entender melhor como isso funciona _ disse mexendo no computador.

Encontrou um vídeo na internet que explicava sobre o funcionamento dos neurônios em uma linguagem acessível para crianças. Na verdade, deveria ser em uma linguagem acessível, mas Derek encontrou alguns erros de abordagem no vídeo. Pensava que era inútil tentar explicar alguns termos técnicos com seus conceitos propriamente ditos, mas era evidente que o filho não tinha experiência suficiente para perceber aquilo. Ele, certamente, estava prestando atenção na animação dos neurônios se conectando. Quando terminou, Derek voltou-se para ele.

- Você entendeu? _ perguntou.

- Tem energia elétrica na nossa cabeça! _ o menino disse.

Era óbvio que aquilo chamaria mais atenção que qualquer outro fato.

- Os sensores leem a ordem dessa energia.

- Mas como é que o computador consegue saber disso? _ Christopher perguntou.

- Bom, eu não sei muito bem como, cara. Isso são os engenheiros que elaboram, mas o que eu sei é que nós temos uma rede muito poderosa aqui na nossa cabeça _ disse tocando a testa do filho com a ponta do indicador _ E que quando nós soubermos todos os recursos que podemos usar, isso vai resolver muitos problemas.

- Dá pra ler os pensamentos das outras pessoas?

Derek não respondeu por alguns segundos. Ficou surpreso que mesmo depois de ter ouvido sobre tanta informação real, o filho ainda se preocupava com fantasia. Arfou um riso baixo.

- Não, filho. Ainda não dá para ler os pensamentos de ninguém _ respondeu.

- Mas dá pra fazer uma mão de robô mexer sem apertar nenhum botão! _ o menino argumentou.

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