The Only Exception

Capítulo 13

Addison continuava vivendo com Mark como se tivesse o conhecendo a cada dia. Agora ele parecia mais responsável que antes, inclusive no trabalho. Diversas vezes ele ficava no hospital por períodos além do turno de trabalho, o que não costumava ser normal, mas continuava sem fazer plantão.

Naquela noite ele ainda não tinha chegado em casa até depois do jantar, então ela imaginou que poderia ter acontecido alguma coisa no hospital para prendê-lo por lá. Foi dormir sozinha e acordou sem ter noção de que horas era quando sentiu uma pontada aguda em seu ventre. Luna tinha feito um movimento repentino dentro dela, o que já a deixou em alerta. Nesse exato momento ela pegou o celular na mesa de cabeceira e deixou ao seu lado na cama pra tê-lo em mãos caso precisasse de alguma coisa. Viu a hora no display. Eram 02:00 da manhã e Mark ainda não tinha chegado, ou sequer enviado uma mensagem para avisar que não chegaria.

A dor aguda não se manteve por muito tempo, mas deu início a uma série de desconfortos que fez com que ela soubesse exatamente o que estava acontecendo. Se sentou na cama com dificuldades e tentou ligar pra ele algumas vezes, mas ele não atendia nenhuma de suas tentativas. Poderia estar em uma cirurgia, ela imaginou.

- Ai, Luna... Calma... Tem que ser agora? _ perguntava enquanto respirava fundo algumas vezes.

Por mais que tenha passado a vida inteira estudando aqueles sintomas, nunca pensou que senti-los era tão diferente da teoria. Não sentia uma dor dilacerante – como sempre imaginou que era, afinal, seus ossos estavam se afastando para abrir passagem pra um bebê atravessar – mas sim uma sensação de cólica muito forte. Mais forte e incomoda do que as cólicas que sentia no período menstrual.

- Calma... Vai passar... Só um minuto _ dizia pra filha, como se a dor fosse nela e não em si mesma.

Talvez fosse uma forma de dizer pra si mesma, de falar consigo mesma, já que não tinha ninguém ali pra lhe dizer isso. Ou era um pedido pra que a filha não causasse aquela dor, pois ela precisava levantar, trocar de roupa, pegar as coisas dela e chamar um taxi pro hospital. Pensou que era um pensamento idiota também. Não era a filha que estava causando aquela dor e sim seu próprio corpo. Tentou levantar novamente pra fazer tudo o que tinha que fazer, mas não conseguiu.

- Luna... Você precisa ajudar a mamãe... _ disse.

Apertou a testa quando sentiu uma nova contração e espremeu os dedos no lençol.

- Hummmmm...

Continuou naquela posição, respirando até que a dor passasse. Finalmente conseguiu levantar e fez o que tinha que fazer.

Durante todo o período de gravidez ela planejou ter a filha no New York Hospital, que era onde estava fazendo o pré-natal, e também onde teve parte de seu treinamento médico quando era estudante de medicina. Mas Mark não estava com ela naquele momento, ela estava insegura, então pediu pro taxista levá-la para o Mount Sinai Hospital, onde ele deveria estar. Naquele momento ela não pensava mais nos olhares de julgamentos que receberia no local, nem no quanto as pessoas estranhariam vê-la grávida depois de todo aquele tempo afastada. Só queria passar logo por aquilo, dar à luz, e se livrar das dores que ela tentava disfarçar para não assustar o taxista. A bolsa ainda não tinha estourado e ela estava com medo que aquilo acontecesse no carro. "Por favor, filha. Agora não, agora não, agora não..."

Quando o taxi parou na emergência do prédio de obstetrícia e ginecologia, o taxista a ajudou a descer e imediatamente uma das internas que estavam de plantão se apressou com uma cadeira de rodas, sem notar, de longe, que a mulher que estava chegando, era sua chefe. Quando percebeu quem era, Rachel Connor arqueou as sobrancelhas e abriu ligeiramente os lábios.

- Dra. Montgomery?

- Eu preciso de uma epidural. Eu não estou mais aguentando essa dor. Aaaah! _ tentou abafar o gemido de dor.