Saindo do Leblon, onde era o apê de Lennon, ficamos presos num transito jamais visto. Apesar de todas as boas intenções não conversamos.Paramos em um outro bairro, se chamava Lapa. Ao chegarmos, dois homens já nos esperavam na entrada do bairro. Ret se estreitou no banco, chamando minha atenção.
- Emili, presta atenção. Vou subir ali pegar um negócio. O carro vai ficar trancado, aqueles dois moleques ali fora, vão ficar de olho, então ninguém vai chegar perto do carro. Fica de boa e em hipótese alguma, abra a porta.
Aquela enxurrada de comandos me fez ficar mais alerta que nunca. Não tinha certeza do porque era tão serio, mas não me aventurei em fazer nenhum tipo de gracinha. Estávamos em uma favela, as pessoas passavam olhando para o carro como se fosse algo de outro mundo, eu os entendia, aquele carro parecia um Transformers até pra mim que era Pobre Premium.
Do lado de fora, os dois jovens seguravam um fuziu cada. Eu ficava nervosa só de pensar por qual motivo seria necessário tudo aquilo. Estava dentro do carro com o coração saindo pela boca, até que finalmente escutei Ret rir e tagarelar com alguém do lado de fora. Numa tranquilidade absoluta, ele abre a o porta do carro, e ainda de pé do lado de fora, se inclina para dentro.
- Abre o porta luva ai pra mim. - Pede ele.
Levei a mão ao botão e o puxei, deixando se abrir. Lá dentro, haviam alguns cabos eletronicos, um Mentos, um álcool em gel, um boné e um envelope preto e grosso.
Ret apontou o dedo para o mesmo.
- Esse envelope, me alcança.
Apanhei o envelope, pesado, por sinal, e o lancei.
Ret em um ato breve, o abriu virado pra cima, dedilhou algumas vezes na boca do envelope e de lá retirou um maço de notas de cem, dobrando e jogando no teto do carro. Um dos garotos apanhou o maço.
- Pode crê, Ret. Apareça logo mais. Fé.
Com um breve aceno, Filipe escorregou de volta para cima do banco. Devolveu o envelope para dentro do porta luvas e de repente, ergueu sua camisa, sacando uma pistola dourada de seu quadril e o jogando no mesmo lugar que levou a mão fechando-o em seguida.
- Meu Deus.- murmurei porque minha voz se negou a soar alto, quase se recusando a sair da garganta.
Ele me lançou um olhar tranquilo, ligou o carro e desceu a viela numa calma jamais vista. Como se tudo aquilo fosse super normal. Bom, talvez fizesse parte do cotidiano dele, mas não do meu.
- Oque?- Gaguejava sem parar, a boca incapaz de formular frases completas - Porque?
- Ei! - Ele me olha sério mas ao mesmo tempo descontraído. - Relaxa, tá legal?. - seu olhar divide a atenção entre mim e o transito.
- Ret, pra que a arma?
- Bom, vamos para um lugar distante daqui, sozinhos. Estamos sendo perseguidos pela impressa, tudo que você já sabe. - Ele suspira - E, bom, eu sempre carrego uma comigo. Você não entende porque não mora aqui no Rio.
Assenti apenas balançando a cabeça, não tinha muito o que dizer. Por um lado ele tinha razão, era tudo muito perigoso por ali. Mas independente da situação, ter visto uma arma tão de perto pela primeira vez me deixou em choque por alguns minutos.
Mas pensei, se ele estava tranquilo, tudo bem. Me tranquilizei aos poucos enquanto seguíamos pela rodovia.
[...]
Endireito o pescoço e a dor se apossa do meu corpo enquanto me ajeito com lentidão e pisco para afastar o sono. Esfrego os músculos doloridos, tentando os relaxar.
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Sra. Ret
FanfictionAcordar ao lado de um desconhecido já é angustiante por si só. Então imagine acordar CASADA com tal? 🥈2º #ret 24/11/22 🏅7º #L7nnon 30/11/22 🥉3º #rap 15/12/22 🥇1º #orochi 21/12/22 Uma história com vibe romântica e claro, com oque mais amamos na...