Acho que eu preferiria ver o Jeffrey Dahmer olhando para mim do outro lado do balcão em vez de Carmen. Não sei não, o museu dos Warren ou Carmen, era difícil escolher... Ambos eram horrendos, de maneira específicas.O movimento do almoço diminuiu restanto apenas alguns fregueses, que vieram para se acomodar com seus cafés e bolinhos. Tinha sido um dia agitado e Roberta se mostrava distraída, confundindo pedidos. E ela não era de fazer isso. Eu a acomodei numa das mesas, com um bule de chá para descansar um pouco. Depois voltamos a ficar lotados. Quando lhe perguntei o que havia de errado, ela apenas me dispensou. No fim, eu a encurralaria num canto e descobriria. Mas agora, ali estava Carmen.
- Precisamos conversar. - diz ela.
Seu cabelos escuros estão presos e a maquiagem é mínima. Não resta nada da sua opulencia demonstrada no Rio. Ela parece mais sombria, reprimida. Com um certo ar superior ainda, mas, veja bem, aquela ainda era a Carmen. E que diabos ela estaria fazendo ali?
- Rob, tudo bem se eu fizer uma pausa agora?
Jo estava repondo as prateleiras, ela tinha recem voltado do descanso dela, então, era minha vez. Roberta assente, lançando um olhar malévolo para Carmen.
Pouco importa o que estivesse acontecendo com ela, Roberta é uma boa pessoa. Reconhece um monstro marinho ladrão de maridos quando se depara com um.
Carmen volta para fora com o nariz empinado e eu a sigo. O transito costumeiro flui aquela hora. Acima, o céu estava todo azul, um perfeito dia de verão. Eu me sentiria mais confortável se a natureza virasse um balde de água em forma de chuva naquele cabelinho perfeito dela, mas eu não tenho tanta sorte assim. Depois de uma breve inspeção de sua superfície, Carmen se senta na ponta de um banco.
- Gabriel me ligou. - ela começa.
Me sento um pouco distante dela. Ela continua:
- Pelo que entendi, ele tem que se desculpar com as pessoas como parte da sua recuperação. - unhas muito bem-feitas tamborilaram no banco de madeira - Mas, na verdade, não foi bem um pedido de desculpa. Ele me disse que precisava vir a Porto Alegre para limpar a sujeira que causei entre você e o Ret. - Ela ficou olhando a frente com determinação. - As coisas não vão muito bem entre ele e o Djonga. Amo meu irmão. Não quero que ele se indisponha com o Ret por minha causa. Eles são grandes amigos e trabalham muito bem juntos, eu quem estava no meio de intrometida, e acabei me acostumando mal.
- O que espera que eu faça, Carmen?
- Não quero que faça por mim. Só quero que me ouça - ela abaixa a cabeça e fecha os olhos por um breve instante. - Sempre pensei que poderia tê-lo de volta quando quisesse. Nunca foi um mar de rosas, sempre tive que dispor tempo a ele, parecia que ele me enrolava o maximo que podia. Ele nunca ligou para sexo casual, fomos os primeiros, um do outro, sabe. Por isso, apenas barganhei meu tempo, deixando que ele curtisse a vida e a carreira o quanto quisesse. Eu era o seu verdadeiro amor, certo? Não importava o que eu tivesse feito. Ele ainda estava cantando aquelas musicas sobre mim por aí, noite após noite, usando o nosso diamante depois de todos esses anos...
Os carros passavam, as pessoas conversavam em nossa volta, mas Carmen e eu estavamos á parte disso tudo. Eu não sabia bem se queria ficar ouvindo aquilo, mas observava cada palavra de todo modo, desesperada para entender.
- Os artistas sabem ser muito sentimentais - seu riso soa auto escarnecedor - Não quer dizer grande coisa - ela se vira para mim, os olhos inflexivel carregados de ódio. - Acho que eu era apenas um habito na época. Ele nunca desistiu de nada por mim. Por certo, nunca mudou de cidade para se encaixar em algo que eu quisesse...
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Sra. Ret
FanfictionAcordar ao lado de um desconhecido já é angustiante por si só. Então imagine acordar CASADA com tal? 🥈2º #ret 24/11/22 🏅7º #L7nnon 30/11/22 🥉3º #rap 15/12/22 🥇1º #orochi 21/12/22 Uma história com vibe romântica e claro, com oque mais amamos na...