15. Cafajeste

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Adrian parecia extremamente curioso com os hematomas no rosto de Ret. Tampouco pareceu contente em me ver novamente. Filipe parece feliz como criança no parque, tinha me dito que estava com saudades dos cultos, apesar do cansaço.

Era como se tudo aquilo fosse um vicio, lhe satisfazendo e lhe trazendo abstinência e cansaço ao mesmo tempo. Tenho um breve deslumbre do lindo rosto entusiasmado, antes que ele se apressasse para um canto do vestuário bem longe de mim.

Steff, sua fotógrafa partículas, manuseava sua câmera robusta de um lado para outro. Aquela mulher era linda. Minha insegurança gritava cada vez que ela o tocava, o conduzindo para as poses ou ajeitando sua roupa, bem perto dele. Mas a pouco, logo que chegamos, ela me cumprimentou em sua essência de simpatia. Por vez, algo nela me trouxe respeito e segurança, me fazendo confiar em tocar nele onde bem quisesse, pois senti que era extremamente profissional. 

Os seguranças ficam do lado de fora, permitindo a entrada apenas daqueles convidados no santuário interno. O show é num grande estádio. Muitas luzes neon e mesas com toalhas brancas espalhavam pelo camarim. Havia outra mesa com comes e bebes de melhor qualidade, ia de fruta a champanha.

Tinha muitos amigos dele lá, tirando a equipe. Cada um tinha acompanhante, uma mais linda e sensual que a outra, todas pareciam ter saído de um book rosa de luxo.

Ainda bem que eu não estava destruída, desta vez. Estava usando meu vestido Azul caro, o único que cobre as partes intimas remotamente, e um par de saltos altíssimos , que Carmen encomendou.

Talita, a Garota do Biquíni, a antiga amiga de Filipe, estava do outro lado da sala, com um vestido vermelho e uma carranca. Ela acabaria com rugas se continuasse assim. Felizmente, ela se cansa de fazer beicinho depois de um tempo, e se afasta. Não a culpo por estar brava. Se eu perdesse Filipe, também ficaria furiosa.

Mulheres pairam próximas a ele, na esperança de chamar sua atenção. O modo como ele as ignora é louvável. Ele havia me avisado que seria assim, passamos a manhã daquele dia conversando sobre as patifarias que costumavam ocorrer em eventos e show, e eu me sentia obrigada a escutar e absorver, se queria fazer parte da vida dele, teria...

Não há sinal do Gabriel. Lennon esta sentado com um a asiática maravilhosa num joelho e uma loira peituda no outro, ocupado demais para conversar comigo.

Eu ainda não conheci o cabeça daquilo tudo, Djonga, o qual ouvi eles falando diversas vezes enquanto trabalhavam no estúdio em Angra dos Reis. Mas estava ansiosa, pelo jeito, todo mundo amava ele, e eu precisava de mais pessoas amáveis naquele cenário todo. Ou o clãn A.C.G ( Adrian.Carmen.Gabriel) provavelmente me deixaria louca.

- Ei - diz Ret trocando minha taça de Champanha intocada, por um copo de café bem quentinho e espumado - Pensei que preferiria isso. Está bem?

- Sim, amor. Obrigado.

Que homem maravilhoso! Ele bem sabia que eu ainda não tinha me recuperado por completo do episódio de CopaCabana para me arriscar a beber algo alcoólico novamente. Ele assente e coloca a taça na bandeja de um garçom que passa.

Depois, tira a jaqueta estilo College. Outras pessoas podiam vestir um smoking, mas Ret é fiel aos seus jeans e tênis. Sua única concessão para a ocasião foi vestir uma camisa Pollo Branca, que marcava seus braços, me fazendo lembrar do nossos momentos no box, diante da luz azul. Aqueles mesmos braços que me seguraram com tanta facilidade enquanto estocava dentro de mim incessantemente.

Aquele tipo de lembrança me levava longe, muitas vezes me fazendo perder os dialogos ou o mundo ao meu redor.

- Oooii? - ele tenta chamar minha atenção de volta ao planeta.

Sra. RetOnde histórias criam vida. Descubra agora