VIII • A Dança dos Dragões

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Lucerys entrou no fosso dos dragões acompanhado dos anciões valirianos e escoltados pelos guardas Targaryen. O príncipe esperou até que Arrax fosse trazido das galerias e quando o viu, seu coração se encheu de alegria. Andou na direção da fera, ainda jovem, de couro acinzentado e escamas avermelhadas e passou a mão perto do pescoço onde Arrax respondeu positivamente ao toque de seu montador. Lucerys deu um comendo em alto valiriano para que Arrax se abaixasse e assim pudesse ser mais fácil de subir em sua cela. Quando Luke estava montado e firme, Arrax bateu as asas rugiu, os guardas deram passagem e o dragão começou a correr em direção ao grande portal de pedra da entrada do fosso. Antes mesmo de sair, Arrax já estava voando e executou uma manobra ágil com as asas para poder passar em segurança em direção a cidade de Porto Real. Lucerys sentia o vento gelado bater em seu rosto enquanto Arrax aumentava a altitude, ele batia suas asas com força e Luke tinha que se segurar firme na cela para se manter estável. Quando estava vem no alto, Arrax lançou o corpo para o chão caindo em um rasante, antes de ficar muito baixo, o dragão voltou a abrir as enormes asas fazendo-o frear a queda. Lucerys e Arrax sobrevoaram a cidade até a Fortaleza Vermelha onde alguns membro da corte conseguiram. Aemond andava pelos jardins com sua irmã gêmea Helaena quando a sombra de Arrax passou por eles. Helaena virou seu rosto para cima e observava Lucerys voar.

— Quando ele dormiu, os dragões dançaram. — A princesa disse e Aemond não compreendeu. — Mas o senhor da luz iluminou o caminho para que a rainha não lutasse.

— O que está dizendo Helaena? — Aemond perguntou e então sua irmã o olhou.

— A dança de um dragão pode ser muito perigosa, é tolice tentar controlá-los. — Helaena sussurrou e então voltou a caminhar pelo jardim.

Lucerys e Arrax voaram tão alto que ficaram acima do nível das nuvens. O príncipe olhou para os lados, encarando a paisagem etérica. Respirou o ar mais puro que seus pulmões já tinham sentido enquanto Arrax planava com a brisa forte dos céus altos. Ele fechou os olhos e aproveitou o calor dos raios de sol que tocavam seu rosto. Arrax rugiu mais uma vez e se direcionou para baixo voltando ao fosso dos dragões em segurança com o seu montador.

...

No jardim da fortaleza, perto de uma arvore grande cheia de frutas silvestre, Aemond e Helaena estavam sentados em um banco de pedra aproveitando o calor dos raios de sol.

A princesa bordava um aracnídeo de pernas longas em um lenço enquanto seu irmão lia um pequeno livro em valiriano, eram poemas antigos.

Os dois aproveitavam a companhia e o silêncio um do outro até que Jacaerys e Aegon surgiram rindo alto. Aegon tinha uma jarra em sua mão e Jace segurava duas taças de metal em cada uma de suas mãos.

— Helaena! Está especialmente esplendorosa hoje! — Jacaerys diz alto.

— Vocês precisam provar desse vinho. — Aegon começa a encher as taças que estão nas mãos de Jace. — Chegou ontem de noite do novo carregamento de Essos, e é simplesmente o melhor vinho que eu já tomei em anos! É doce pra caralho então cuidado para não vomitar, mas é uma delícia! Jace e eu já tomamos uma garrafa — Aegon estica uma das taças para Helaena que pega o copo sem fazer contato visual com seu irmão mais velho. Jacaerys oferece uma taça para Aemond que apenas a pega em sinal de educação, mas não faz menção de beber.

— Jacaerys, preciso te levar para conhecer o quarto de Maegor! Porra aquele quarto é maravilhoso! — Aegon diz entusiasmado. A falta de modos do príncipe incomoda Aemond, mas ele prefere continuar calado.

Jace e Aegon voltam pelo caminho que vieram deixando os gêmeos sentados no banco se pedra do jardim. Os dois começam a cantarolar uma música vulgar em valiriano e quando estão prestes a voltar para dentro da fortaleza eles esbarram em Lucerys. Aegon e Jace apenas gritam "Luke!" para cumprimentá-lo e então continuam sua jornada.

Lucerys olha para os dois enquanto somem na esquina de um corredor, ele se lembra de quando eram crianças e moravam juntos naquele castelo. Logo, o garoto Velaryon se aproxima de Aemond e Helaena. Luke está usando sua armadura de montaria. Um traje cravejado de escamas de dragão negro com ombreiras de metal e os brasões das casas Targaryen e Velaryon dentro de um escudo estampado em seu peito.

— O que aconteceu com aqueles dois? — Luke pergunta quando se aproxima de Aemond.

— Bêbados e felizes. — Helaena responde. Ela toma um pequeno gole do vinho que estava em sua taça antes de voltar a bordar sua aranha de muitas pernas. Lucerys esboça um sorriso com a resposta da princesa.

— Você... hm... Vejo que estava voando. — Aemond comenta. Ele encara Lucerys com puro desejo em seu olhar. Vê-lo naquela armadura de couro e metal o deixou inesperadamente excitado.

— Arrax é bastante jovem ainda, os anciãos me disseram que ele precisa voar com mais frequência que os outros para se fortalecer. — Lucerys responde. Ele não percebe a maneira como Aemond está o olhando.

— Luke! — a voz da princesa Rhaenyra se faz presente. Ela vem acompanhada de Daemon que lança um curto, porém mortal, olhar em Aemond. — Como foi hoje?

— Olá, mãe. — Lucerys a abraça de lado. — Foi tudo bem. Arrax ficou bastante contente em me ver.

— A conexão entre um dragão e seu montador é única. Logo, você vai aprender a conversar com seu Dragão e ele vai conseguir obedecer a seus comando com a força do seu pensamento. — Daemon diz.

— Não subestime a força de um dragão. — Helaena diz ainda concentrada em seu bordado. — Zaldrīzes buzdari iksos daor. — A princesa diz em alto valiriano a expressão que significava um dragão não é um escravo e então olha para sua irmã mais velha, Rhaenyra. 

...

Notas do autor:

Gostam de capítulos mais longos ou curtinhos como esse?  

Valyrian Boys • Aemond and LucerysOnde histórias criam vida. Descubra agora