Valyrian Boys • Aemond and Lucerys

XXXVIII • O Príncipe Ousado

 — Quantos rostos animados e alegres nesta noite de inverno. — O príncipe Daeron andava de uma maneira confiante e seu sorriso perfeito jamais se desfazia em seu rosto. — Ah! Meu rei! A saudade que habita em meu coração não poderia ser traduzida em palavras. — Ele caminha até o rei. Nenhum guarda ali tenta o impedir, afinal ele era um príncipe e filho de Viserys.

— Daeron, meu filho, faz muito tempo realmente. — Viserys diz ao segurar a mão de seu filho. O príncipe faz uma saudação real, colocando o punho fechado em seu peito e então depositando um beijo em cada lado do rosto de seu pai.

— De fato, meu pai, e vejam só. — Daeron solta a mão do rei após beijar seu anel dourado e se voltar para mesa repleta de parentes. — Toda a família reunida novamente. — O jovem sorriu e voltou seu olhar para a irmã mais velha. — Rhaenyra! Princesa de Dragonstone... — Ele tinha um tom de voz que ninguém ali conseguiu ao certo identificar sua real intenção com a maneira em que ele proferiu o título da princesa.

Rhaenyra, no entanto não fez mais do que acenar com a cabeça.

— Por que não nos avisou de sua chegada? Teríamos preparado uma recepção apropriada. — Alicent, ainda de pé, falou. Daeron caminhou até ela e a beijou no rosto.

— Não seria necessário, um gasto desnecessário para alguém tão meramente ilustrativo na família como eu. — O príncipe respondeu com uma risada.

Aemond não estava confortável com a presença de seu irmão mais novo ali. Toda a postura dele e a linguagem corporal que estava usando gritavam que havia algo de errado. Aemond conseguia quase sentir que Daeron representava uma ameaça. Ainda assim ele preferiu permanecer sentado em silêncio, mas atento a tudo o que seu irmão estava fazendo.

— Não diga uma coisa dessas! — Alicent o repreendeu.

— Ah não? — Daeron respondeu presunçoso se fingindo de assustado. — Perdoe-me então, vossa graça, pensei que esse fosse o protocolo adequado para mim dado o histórico da família. — Ele riu mais uma vez e fez o caminho a passos curtos até a mesa lateral para se servir de vinho.

— O que quer dizer com isso? — Alicent o questionou. Todos a mesa prestavam o máximo de atenção em Daeron que estava de costas para seus parentes, e por estar de costas, ninguém pode notar o sorriso sádico que apareceu nos lábios do rapaz platinado.

— Pensei que fosse o tratamento apropriado para um membro exilado da família. — Ele disse com a voz rouca e bebeu seu vinho. Daeron sentiu o prazer de finalmente tomar um vinho decente e não o suco de uva fermentado e podre que era preparado em Oldtown. Ele voltou seu corpo novamente para mesa e então andou para perto deles. — Mas não vamos nos ater ao que aconteceu no passado, não é mesmo? — Daeron diz não dando a oportunidade de sua mãe falar algo. O príncipe parou perto da mesa, entre Jace e Luke. — Porque, afinal de contas, apenas o presente importa. — Daeron diz com o olhar voltado para seu sobrinho Lucerys. Os olhos de Daeron eram amedrontadores e Luke se sentiu sendo observado por uma víbora. — Lucerys, não é? — Ele perguntou ao garoto, que apenas confirmou com a cabeça. — Você mudou, desde a última vez que nos vimos, não que eu espere que você se lembre era apenas uma criança...

— Eu me lembro. — Lucerys respondeu inocentemente. Daeron sorriu de maneira larga. Os caninos afiados do tio assustaram um pouco Luke.

— Perfeito. — Daeron respondeu e bebeu todo o vinho de sua taça de uma vez deixando-a em cima da mesa perto do prato de Jace.

— O que te traz de volta? — Daemon perguntou, atraindo a atenção do sobrinho mais novo. Daeron ainda analisou o rosto de Luke por vários segundos antes de olhar para Daemon.