XI • Termos Justos

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A estadia da princesa Rhaenyra estava terminando. Ela ficaria apenas mais dois dias antes de retornar para Dragonstone onde tinha instalado residência após conflitos na Corte. Daemon estava com Jacaerys, os dois conversavam no pátio de treinamento sobre alguma história da época de Daemon como comandante da patrulha da cidade. Lucerys acompanhava sua mãe que caminhava lentamente para se exercitar e aliviar as dores de uma leve cólica provocadas por sua gravidez.

Lucerys apoiava o braço de sua mãe no seu enquanto eles andavam em silêncio pela fortaleza. Rhaenyra mantinha a mão livre em sua barriga um pouco proeminente e respirava fundo algumas vezes quando o seu bebê se movimentava, claramente também, desconfortável com aquelas dores.

- Está tudo bem? - Lucerys pergunta em tom preocupado.

- Sim. - Rhaenyra sorri. Aquele sorriso faz Luke lembrar do mesmo sorriso que a rainha Aemma lhe deu em seu sonho noites atrás.

- Mãe... A senhora não deveria retornar para Dragonstone, não é melhor ficar aqui? - Lucerys continuava com o semblante preocupado.

- Não se preocupe, quando estava gravida de você, eu quase empunhei uma espada contra seu pai depois dele tentar me acalmar com as dores de seis meses. - A princesa comenta, mas Lucerys não tem certeza se ela se refere a Laenor Velaryon ou Harwin Strong e esse pensamento faz seu estomago dar uma pontada incomoda.

Os dois permaneceram em silêncio por mais alguns passos.

- Como era a sua mãe? - Lucerys pergunta para Rhaenyra que fica um tanto surpresa com a pergunta.

- Bondosa, as vezes brigava comigo quando eu saia para voar com Syrax, ela dizia que eu ficava fedendo a dragão. - Rhaenyra fiz aquilo com uma risadinha triste. A saudade de sua mãe ainda existe em seu coração.

- Você não costuma brigar com a gente quando vamos voar pelo menos. - Lucerys tenta aliviar o clima. - Aemma era muito... religiosa? - O garoto pergunta.

- Ela não se importava com isso. Na verdade, apenas uma vez eu a vi rezar, para meu pai quando ele caiu e bateu com a cabeça e ficou dois dias desacordado. - Rhaenyra respondeu não entendendo muito bem o que seu filho queria com aquilo. - Mas não era uma reza para os Sete, era uma oração em valiriano para algum deus antigo.

- O Senhor da Luz? - Lucerys diz, mais para si mesmo do que para sua mãe, mas ela mesmo assim percebeu. A princesa ouviu e então parou de andar quando sentiu a dor em sua barriga aliviar.

- Senhor da luz? - Rhaenyra repetiu. - De onde você tirou isso Luke? - Ela questionou o menor.

- Ah... de nenhum lugar... eu... - Ele começou a se atrapalhar com as próprias falas.

- Lucerys, querido o que está acontecendo? - Rhaenyra perguntou, agora um pouco preocupada.

- Eu ia conversar com vovô sobre isso antes, ele deve entender melhor do que todos nós, mas ele ainda não teve tempo. - Lucerys falou como se aquilo pudesse fazer algum sentido para Rhaenyra, porém a mulher continuou sem entender o que o menino queria dizer. Ele respirou fundo e decidiu falar de uma vez. - Na outra noite, eu estava com... sozinho. - Ele se corrigiu e sentiu as bochechas ficarem vermelhas. - Estava sozinho, no quarto, e eu tive um sonho. Um sonho com a rainha Aemma, estávamos perto do trono de ferro e ela me disse coisas estranhas, eu não entendi, mas ela me disse que eu deveria ser forte pela minha família, que eu deveria te apoiar e apoiar o Jace... Ela disse que eu não podia deixar alguém morrer. - Lucerys contou sobre seu sonho.

- Quem não poderia morrer?

- Ela não me disse um nome, apenas disse que era um príncipe. - Luke disse. E então completou. - Um príncipe prometido...

Valyrian Boys • Aemond and LucerysOnde histórias criam vida. Descubra agora