Valyrian Boys • Aemond and Lucerys

XL • Nova Herdeira

Já haviam se passado horas desde que a Princesa de Dragonstone entrou em trabalho de parto em seus aposentos na Fortaleza.

A princesa estava se contorcendo na cama procurando a melhor posição para a terrível dor nas costas que seu bebê estava a causando enquanto lutava contra a incrível vontade de chutar o rosto da parteira que a estava olhando com um sorrisinho calmo durante todo o processo.

— Deuses! — Exclamou a princesa em dor.

Daemon estava ao seu lado na cama, segurando a mão de sua esposa enquanto seus dedos eram completamente esmagados pela força dela. Daemon poderia jurar que uma flecha em chamas no ombro doeria menos do que aquele aperto e apesar disso ele não se importou com a dor pois ainda havia verdadeira preocupação em seu rosto enquanto ouvia os grunhidos de dor de Rhaenyra.

— Apenas respire querida... — O Príncipe Consorte de Dragonstone tentou tranquilizá-la.

— Se me chamar de querida mais uma vez eu vou ordenar a Syrax que o devore vivo.... ooohh meus deuses sua... cretina bastarda! — Rhaenyra rugiu para a parteira que a tocou em um local sensível causando a ela um rasgo de dor que quase a fez desmaiou.

— Perdão, princesa. — A parteira pediu com uma expressão de medo, mas continuou o trabalho. — As contrações estão aumentando, mas o caminho para a criança ainda está muito pequeno, alteza.

— O que isso quer dizer? — Daemon perguntou ansioso.

— Quer dizer que... — A parteira ia responder, mas foi interrompida pela princesa.

— Quer dizer que ele vai nascer, mas meu corpo não quer deixar. — Rhaenyra respondeu em agonia. Ela estava cansada e suada, com dores e quase não sentia as próprias pernas. A princesa então se ajeitou na cama, colocando a cabeça em uma posição mais alta quando uma contração de dor terminou, respirando fundo o máximo de ar que poderia porque ela sabia que em poucos minutos outra contração a atingiria e ela talvez perdesse mais uma vez os sentidos. — Eu só preciso... de um pouco de calma. — A princesa falou recuperando o folego.

— Mãe! — Lucerys entrou no quarto, pela porta lateral do cômodo, acompanhado de seu irmão mais velho e um Meistre da fortaleza. Eles traziam uma bandeja com alguns potes de metal contento balsamos e cremes para a dor.

— Trouxemos algo para ajudar. — Jacaerys disse. Ele desviou o olhar de sua mãe para o final da cama onde um pouco de sangue manchava os lençóis, fato esse que o fez procurar outro ponto no quarto para se concentrar.

— Meninos... que bom que voltaram, mas eu preciso que vocês saiam agora e só voltem quando... quando o irmão de vocês nascer. — Rhaenyra pediu sentindo a dor chegando.

— Mas mãe... — Lucerys tentou argumentar.

— Vão, agora. — Daemon ordenou e acenou para que Sor Erryk os escoltasse para fora do quarto.

A muito contragosto, os dois saíram do quarto escoltados por seus guardas. Jacaerys disse algo que Luke não conseguiu entender antes dele sair andando deixando o mais novo entre ele parado do lado de fora do cômodo com Sor Erryk.

— Se me deixar entrar eu o nomeio chefe da guarda real. — Lucerys ofereceu a propina para o soldado.

— Nós dois sabemos que, mesmo que o senhor tivesse esse poder, eu ainda assim não desrespeitaria uma ordem direta da herdeira do trono de ferro, vossa alteza. — Sor Erryk respondeu servindo de muralha entre Lucerys e a porta do quarto.

— E se eu o ameaçar de que cortarei sua língua se não me deixar passar? — Luke tentou, mas não conseguiu soar nem um pouco ameaçador na frente do Guarda do Rei.