IV • Flor de Dragonstone

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Quando o sol da manhã tocou as torres da Fortaleza Vermelha, pairava sobre Porto Real uma nevoa gelada que irritava qualquer dragão mais temperamental. Jacaerys acordou e encontrou seu irmão sentado em sua cama, olhando para o nada.

— Luke... acordou cedo. — Jace comenta com a voz rouca antes de se espreguiçar até algumas vertebras estalarem em suas costas. — Já tomou café?

— Ainda não serviram. — Lucerys respondeu e virou o rosto para encarar Jace. Ele quis contar o que aconteceu na noite anterior. Quis contar que depois de sair escondido e ter encontrado Aemond na biblioteca ele o agarrou e disse coisas estranhas e que depois explicou que a rainha Alicent havia contato a ele sobre um sonho-profecia que os deuses tinham entregado para ela dias antes do Mão do Rei, Otto Hightower morrer. Queria desesperadamente contar que Aemond disse que não queria ficar longe dele por causa de seu cheiro, e que ele o achava bonito e atraente e que, por alguma razão, Lucerys também achava Aemond atraente em certo nível, mas que estava confuso demais para entender o porquê daquele sentimento. Queria tanto contar a Jace que passou a noite conversando com Aemond no chão da biblioteca, sobre sua vida em Dragonstone e como treinava voo com seu dragão aos arredores daquela ilha. E queria mais ainda contar que Aemond levou ele de volta até a porta do quarto e disse que naquele dia ele mostraria uma coisa a Lucerys. Ele queria contar tudo aquilo, mas não contou. Apenas ficou em silêncio, esperando que as criadas entrassem para preparar os banhos dos dois.

— Espero que tenha cerveja preta e pão negro, faz muito bem para caçar. — Jace pulou da cama e foi em direção ao que era o banheiro do quarto.

Não demorou para que cinco criadas entrassem no quarto acompanhadas de guardas fortes carregando os toneis de cobre com água fervente para o banho dos garotos. Jace mergulhou em sua bandeira e sentiu todos os músculos se relaxaram, ele foi o primeiro a entrar porque não pediu nenhuma preparação especial além da água com sabão. Lucerys por outro lado, solicitou que sua banheira fosse infusionada com um óleo que era extraído de orquídeas de fogo em Dragonstone, elas floresciam perto das cavernas onde os dragões costumavam chocar seus ovos e eram bastante perfumadas. Deixavam a água com um aspecto leitoso e todo o quarto foi tomado por um aroma indescritível de fruta silvestre fresca com baunilha. Jace não se importava mais com aquele cheiro, seu irmão gostava assim como sua mãe. E as vezes até Daemon se banhava com aqueles óleos depois de descobrir que deixavam os dragões mais calmos. O banho levou pelo menos uma hora, assim que acabaram a princesa Rhaenyra entrou no quarto de seus garotos para buscá-los para o café da manhã. Seria servido na sala do pequeno conselho onde a vista dava para a cidade alta e o mar.

Na mesa, sentaram-se como na disposição do jantar da noite anterior, porém agora com a presença da princesa Rhaenys.

Às vezes, Aemond e Lucerys trocavam olhares, que não eram despercebidos por Daemon dessa vez. O irmão mais novo do rei percebeu que sempre que Lucerys pegava Aemond o olhando ele sorria de forma constrangida como se estivesse escondendo um segredo. Rhaenys também percebeu que sempre que Lucerys estava distraído saboreando alguns morangos frescos, Aemond ficava incrivelmente interessado em seu neto mais novo.

— Hoje eu levarei os meninos para caçar, espero que não se importe Rhaenyra, não faremos nada muito arriscado apenas uma caçada rápida pelas florestas perto da Estrada do Rei, voltaremos no fim do dia. — Viserys anuncia.

— Claro, meu pai. Eu me arriscaria em acompanhá-los, mas a gravidez me impede de andar mais de alguns passos. — A princesa Rhaenyra responde em tom amistoso.

— Aegon e Aemond também irão nos acompanhar, a experiência deles pelas floresta ajudará os mais novo. — Viserys conclui olhando para seus outros dois filhos homens.

Valyrian Boys • Aemond and LucerysOnde histórias criam vida. Descubra agora