Valyrian Boys • Aemond and Lucerys

XXVI • Castigo do Trono de Ferro

Após o pedido de casamento do Lorde Baratheon, muitas outras cartas chegaram de Casas grandes e Casas vassalas em busca da mão do príncipe. Cartas que Aemond não fazia questão de ler, tão pouco, ter conhecimento delas. O rei Viserys, no entanto estava um pouco impaciente com a displicência de seu filho. O rei queria ver o filho feliz e para isso ele achava que estar ao lado de alguém em matrimonio era a solução.

Aemond passava cada vez mais tempo em seu quarto, raramente ele participava dos jantares e muito menos dos almoços com seus pais e irmãos. Ele tinha enviado ao menos duas cartas para Lucerys, mas o garoto não respondia, o que fazia ele se sentir mal e inseguro, com raiva e sem saber o que fazer. Aemond odiava particularmente a sensação de dependência que sentia do garoto de cabelos escuros. A sensação de que não aguentava mais se sentir entediado o dia todo porque não podia conversar com ele ou apenas ficar olhando para ele.

— Você está horrível. — Aegon disse quando encontrou seu irmão mais novo sentado nos degraus da escada que iam para o pátio de treinamento.

— Você é horrível. — Aemond rebateu arisco enquanto bebia água de um cantil de couro. Ele estava ofegante e suado após uma seção de treino pesado. Seus músculos doíam e suas mãos estavam avermelhadas pela maneira agressiva que segurou sua espada.

— Que bicho te mordeu? — Aegon questionou. Ele cruzou os braços e se recostou no corrimão de pedra das escadas.

— Eu não tenho mais paz. — Aemond suspirou. — Essas... vadias não param de me encher!

Aegon ficou surpreso com a expressão de seu irmão. Talvez ele nunca tenha ouvido Aemond xingar uma mulher daquela maneira.

— Pensei que você estava animado com o casamento. — Aegon disse.

— Eu pareço estar feliz, seu idiota? — Aemond encarou o irmão mais velho com certo ódio no olhar.

— Deuses, não precisa ser agressivo dessa maneira. — Aegon falou e se preparava para sair, quando estava dois degraus de distância ele se voltou para o irmão novamente. — Ah, eu me esqueci, Lucerys desejou felicitações.

— Felicitações pelo que? — Aemond questionou curioso.

— Para seu noivado com a Lady Baratheon. — Aegon diz. Aemond fica de pé encarando seu irmão sem entender.

— Quando ele disse isso? — Aemond sentiu um frio nascer em sua barriga.

— A dois dias atrás? Ah, quando eu fui para Dragonstone. — Aegon explicou e viu mais uma expressão de dúvida nascer no rosto de Aemond.

— Você foi para Dragonstone?? Quando... por quê? — Aemond sentia seu estomago revirar em enjoo.

— Eu fui pedir a Jace e Luke para realizarem as Sete Bençãos em meu filho. — Aegon não estava entendendo a reação do seu irmão.

— Você disse para eles que eu estava noivo? — Aemond deu um passo para frente subindo um degrau. Aegon não gostou da maneira que seu irmão disse aquelas palavras e quando Aemond subiu em sua direção, ele também deu um passo para cima para manter a distância de dois degraus.

— Eu posso ter comentado algo... — Aegon parecia incerto do que dizia. O rosto de Aemond estava ficando vermelho e sua expressão não estava nada amigável.

— Eu acho que vou matar você. — Aemond disse aquilo em um tom de voz que assustou verdadeiramente Aegon. Ele tinha proferido aquela frase com uma certeza estranha. Seus olhos estavam fixos em Aegon como um dragão no momento da caçada. — Sai de perto de mim, Aegon. — Aemond rosnou o nome de seu irmão.

Aegon balançou a cabeça rapidamente e então subiu de maneira apressada o restante dos degraus para dentro do castelo.

Aemond tinha sua respiração pesada, seu peito subia e descia de maneira irregular. Um quebra-cabeça começa a surgir em sua mente, as peças lentamente se encaixando. Ele não poderia odiar mais o seu irmão do que naquele momento. Lucerys não respondia as cartas porque achava que ele estava noivo. Toda aquela situação deixou o seu estomago contorcido. O Targaryen ainda cogitou a possibilidade de montar em Vhagar e ir em direção a Ponta Tempestade, destruindo aquela torre entalhada na montanha com toda a sua fúria.