XXIII • Graça dos Sete

2.4K 293 62
                                    

Aemond Targaryen caminhava impacientemente pelos corredores da fortaleza em direção a sala do trono. O príncipe estava um tanto suado e seu rosto sujo de poeira e terra do pátio após as horas de treino.

Um mensageiro foi ao seu encontro minutos antes para informar que a rainha e o rei estavam solicitando a sua presença.

O príncipe não demorou e se encaminhou para a sala do pequeno conselho imediatamente. Ao chegar, um guarda abriu a porta para que ele pudesse entrar.

Alicent estava em pé ao lado de Viserys, que estava sentado na cabeceira da mesa. A rainha sorriu para seu filho.

— Aemond, meu rapaz tenho boas notícias para você! — Viserys diz animado com uma carta em mãos. — Lorde Borros Baratheon acaba de me escrever oferecendo a mão de sua filha em casamento para você. Não é uma ideia maravilhosa?

Aemond sentiu sua boca secar instantaneamente. Ele estava ofegante por ter andado rápido, mas aquela noticia o pegou como um soco no estomago.

— O que? — O príncipe perguntou olhando para sua mãe e depois para seu pai. — Casamento? Eu não pensei sobre isso, na verdade não achei que eu precisaria...

— Bobagem! Seu casamento é tão importante como o de qualquer outro do seus irmãos e sobrinhos. — Viserys parecia genuinamente animado, mas seu sorriso foi sumindo aos poucos quando percebeu que seu filho não partilhava do mesmo sentimento. — Aemond, não está feliz com a notícia?

O rapaz não respondeu, ele suspirou fundo e encarou o rei.

— Diga a Lorde Borros que eu não aceito a proposta. — Aemond disse simplesmente e saiu da sala sem a permissão de seus pais.

Alicent e Viserys se olharam. Aemond andava pelo corredor sentindo seu estomago revirar e arder. Casamento. Como ele não pode pensar nisso até agora? Ele se questionava a cada passo. Ele já estava na idade de se casar e ter filhos, era verdade, mas ele não sentia que precisava de fato uma vez que não estava perto da linha de sucessão ao trono de ferro.

O pensamento do Targaryen se voltou rapidamente para Lucerys. Ele viu o garoto de cabelos negros cacheados desenhado perfeitamente em sua cabeça, em uma lembrança dele sorrindo após ganhar uma flor de Aemond.

Ele sentiu um aperto no peito quando se deu conta que apesar de ele não estar na linha de sucessão do trono de ferro, Lucerys herdaria Driftmark o que significava que ele deveria se casar e prover herdeiros para continuar a linhagem Velaryon.

Aemond foi apressado para seu quarto, onde bateu sua porta quando entrou. Ele pegou a espada que estava presa no cinto e jogou longe com raiva. Se sentou em sua cama e colocou o rosto nas mãos. Ele não conseguia entender o que estava sentindo. Era um misto de raiva e medo. Mas medo do que? Ele não sabia dizer.

O Targaryen se levantou, tirou toda a sua roupa ficando completamente nu, caminhou até o banheiro onde felizmente sua banheira estava completa de água fria. Ele não fez muitas cerimonias, apenas entrou e mergulhou o corpo sentindo os músculos gritarem de agonia devido ao choque térmico. Aemond encostou a cabeça na beira de banheira grande que conseguia comportar seu longo corpo, e fechou o olho tentando afastar toda a angústia que estava o consumindo, inebriando seus sentidos e tornando seus pensamentos turvos.

Ele encarou o teto do banheiro, seu rosto estava pegando fogo, ele sabia que era de raiva. Aquele sentimento ele entendia bem. Já tinha o sentido diversas vezes durante sua vida. A única vez que ele lembrou não se sentir tão pesado pelo ódio que circulava seu coração como uma sombra densa foi quando estava ao lado de Lucerys.

Batidas foram ouvidas na porta do quarto e sem autorização do príncipe ela foi aberta. Alicent era quem entrava no cômodo de seu filho. Ela chamou por ele.

Valyrian Boys • Aemond and LucerysOnde histórias criam vida. Descubra agora