Valyrian Boys • Aemond and Lucerys

XXXIII • Um Príncipe Sem Valor

Luke e Aemond pousaram na praia de Dragonstone com o sol perto de se esconder atrás do mar. Eles não conversaram durante o voo. Assim que Vhagar tocou as areias da praia eles desceram da cela.

Lucerys começou a andar em direção as escadas que levavam para a ponte do castelo quando Aemond o segurou pelo braço. Luke olhou para o seu tio e então algumas lagrimas começaram a surgir em seu rosto. Aemond puxou o sobrinho para os braços o apertando forte. Lucerys chorou um pouco em silêncio, soluçando no peito de Aemond.

— Ele me disse que não queria que eu o decepcionasse como Laenor... — Luke sussurrou. — Como ele pode dizer isso? Laenor foi um homem honrado! — Lucerys disse encarando o rosto de Aemond.

— Corlys está fora de si. — Aemond disse. — Deve ser algum efeito colateral da doença que ele enfrentou, me admira muito ele ter saído com vida de toda a situação.

— Eu achei que ele gostasse de mim... — Lucerys lamentou. Aemond limpou o rosto dele com os dedos.

— Você não precisa ocupar seus pensamentos sobre isso, Lucerys. — Aemond falou.

— Eu estou cansado de ser tratado como uma simples peça no jogo sujo deles. — Existia raiva na voz de Lucerys. — Eu nunca mais vou voltar para Driftmark!

Aemond não disse nada pra Luke. Ele sabia que o garoto Velaryon estava chateado com a situação. Na verdade, Aemond era quem estava se concentrando para não montar em Vhagar e voltar pra Driftmark para reduzir aquele castelo a cinzas.

O príncipe Targaryen esperou até que o garoto de cabelo escuro subisse as escadas para ponte antes de voltar até sua dragão e levantar voo de volta para a capital. 

...

— Pelos deuses, Aegon! — Alicent disse em um tom cansada. — Será que você não pode simplesmente esquecer isso? — A rainha pediu em súplica.

— Como você pode viver assim? Você deve mesmo ter um coração de pedra. — Aegon retruca. Ele estava agoniado.

— Eu sou sua mãe, você me deve respeito! — Alicent falou com raiva.

— Respeito é uma coisa sem valor nessa família. — Aegon disse em um tom baixo e amargo.

Os dois estavam na sala do pequeno conselho. Estavam sozinhos após o jantar. Aegon estava incrivelmente abatido e tentava buscar a ajuda de sua mãe para alguma questão que o estava perturbando.

— Cuidado com suas palavras. — Alicent advertiu.

— Ou o que? — Aegon questionou encarando os olhos da rainha. Aquele olhar continha muitas informações. Alicent deu um passo para trás, ela parecia enjoada.

Já era noite. A corte toda estava praticamente recolhida em seus aposentos. Alguns guardas estavam do lado de fora da sala do pequeno conselho aguardando a rainha e o príncipe.

— Por favor só cala a boca! — Alicent ordenou ao filho. Ela estava muito cansada daquela conversa.

— Você precisa contar para eles. Eu não consigo viver assim... — Aegon disse e tentou ir para perto de sua mãe, mas ela caminhou para longe dele indo encarar a vista da janela ficando de costas para o filho.

— Nós não vamos falar nada. Isso já acabou! Por que trazer tanto tormento para nossa família que finalmente encontrou a paz? — Alicent disse em tom baixo olhando pela janela.

— Paz? Que tipo de paz é essa baseada em uma mentira? — Aegon falou verdadeiramente indignado.

— Você pode simplesmente ir se embebedar na cidade baixa, como sempre fez! — Alicent devolveu em um ataque sujo.