XXVIII • Preparando-se Para a Batalha

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Aemond tinha certeza de algumas coisas. A primeira, ele gostava de Lucerys. A segunda, ele não saberia dizer se se sentia confortável com a ideia de gostar de Lucerys daquela maneira.

Já tinha se passado um mês desde que seu garoto tinha voltado para Dragonstone. Aemond enviou pelo menos três cartas a Lucerys tentando se explicar, mas o Lucerys não o respondia. Aquilo estava deixando Aemond impaciente e irritado. Olhar o rosto de Aegon todos os dias também não ajudava, ele sempre se lembrava de que seu irmão mais velho tinha aberto a boca e colocando uma mentira na cabeça de Lucerys.

Aemond estava impaciente. Muito impaciente. Mais do que ele conseguia admitir e ainda mais do que ele conseguia disfarçar ou esconder. Alicent notou, talvez na primeira semana, que seu filho estava com um humor muito estranho. A rainha, no entanto, não quis interferir já que Viserys a havia informado de que os dois tiveram uma conversa produtiva juntos. Alicent pensava que o humor alterado de Aemond fosse a maneira do rapaz de processar a nova realidade.

As coisas na capital estavam se tornando complicadas ainda com a pressão que caía em cima de Viserys para ele escolher um novo Mão-do-Rei. Desde a morte de Otto, nenhuma outra Mão foi escolhida. A verdade era que as responsabilidades de administração do reino estavam sendo partilhadas entre Alicent e Viserys, além dos outros membros do pequeno conselho. O que, talvez, aliviasse o anseio dos Lordes da Corte por um novo Mão fosse o fato de que a princesa Rhaenyra logo estaria perto da coroa novamente e assim ela poderia de alguma forma indicar um aliado para o cargo de Mão.

As coisas não estavam tão boas nas ilhas de Driftmark e Dragonstone também. Em Driftmark, Lorde Corlys tinha acordado de seu estado de coma, mas continuava com a mente cercada por névoas e incertezas, uma sequela conhecida da febre do mar. E em Dragonstone os ataques de dragões selvagens se tornaram mais comuns, ao ponto de Daemon ter que montar Caraxes e os expulsar de volta para a floresta negra.

Lucerys teve uma briga feia com Daemon por causa disso. O mais novo insistia em continuar suas visitas ao vilarejo, mas Daemon queria o proibir. Rhaenyra foi obrigada intervir e ficou a favor de seu filho naquela questão. Lucerys conseguiu conquistar, novamente, o direito de sair do castelo para ficar próximo das pessoas da vila.

As primas de Jace e Luke, Baela e Rhaena, estavam passando os últimos dias em Dragonstone a convite de Daemon. Rhaenys retornou para Driftmark no mesmo dia em que teve uma briga com Rhaenyra sobre a sucessão de Lucerys. Os mais novos não ficaram sabendo do embate entre as princesas.

Baela e Jacaerys estavam se tornando próximos, eles gostavam de aproveitar a companhia um do outro no jardim, na biblioteca e, o que surpreendeu Jace, nos treinos de espadas onde Baela se mostrou uma excelente duelista. Ela até derrubou Jace duas ou três vezes na areia da praia enquanto treinavam.

Lucerys e Rhaena ficavam juntos por falta de opção, não que fosse uma coisa ruim, os dois gostavam um do outro, mas as vezes era um pouco estranho. Lucerys estava incrivelmente ocupado, ainda mais por seu tempo na ilha estar acabando, e Rhaena as vezes parecia não saber o que dizer para o seu primo.

— Alteza, mais uma carta de seu tio, Aemond. — O Meistre do castelo apresenta o envelope para Lucerys que o segura com uma expressão estranha no rosto.

— O que ele escreve para você? — Rhaena pergunta a Lucerys que desvia o olhar dela para responder.

— Organizações dos nossos quartos na fortaleza. — Lucerys mente. Aqueles quartos já estão prontos a muito tempo.

— Ah sim. — Rhaena concorda sorrindo e volta a atenção para seu livro.

Os dois estavam na biblioteca. Jace e Baela logo se juntam aos dois.

Valyrian Boys • Aemond and LucerysOnde histórias criam vida. Descubra agora