Capítulo 14

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   Durante todo o caminho, ele andava mais alerta do que nunca. 

    Todos os alfas daquela rua agora sabiam sua identidade, e ele sentia a presença marcante que agora faziam em busca de tomá-lo como seu. Parecia que a casa Lan estava a quilômetros de distância na rua silenciosa, mas era apenas alguns metros naquele dia nublado onde o sol era tapado pela grande nuvem cinza carregada que tapava boa parte da cidade, naquela manhã. Ótimo, mais uma coisa para que seus sentidos fiquem mais alertas. Nenhum desses dois fatos anula seu receio de encontrar Lan WangJi naquela manhã de segunda-feira, poucos dias depois de ter beijado o alfa na sacada da casa de seus irmãos. 

     Ele estava um pouco bêbado de tanto álcool que ingeriu para anular sua ansiedade em estar de frente ao alfa que descobriu por vez quem ele era. Mas diferente dos outros, ele não o atacou. Para Wei ficar bêbado, era muito difícil, já que durante sua vida toda, ou melhor, desde o início de sua pré-adolescência, ele bebia constantemente para esquecer de todos os seus traumas, mesmo que fizesse outras atividades que tinham o mesmo objetivo. Em todo caso, aquele meio parecia mais fácil para si, mesmo sabendo que esse mesmo método iria prejudicar sua saúde. Mas, um vício não é fácil de abandonar e foram dois longos anos na tentativa de que ele conseguisse passar os dias sem precisar ingerir uma gota de álcool para se sentir bem. 

     Estranhou quando Lan Huan o chamou de canto, com uma cara que Wei sabia bem que ele não queria só uma conversa casual. Antes disso, ele já havia passado uns dias pensando sobre a possibilidade de que seu chefe se atraísse por si. Depois do beijo, ele não conseguiu esquecer a sensação de como Lan Zhan o dominava instintivamente. Chamar de paixão ou amor ainda era muito cedo. Mas havia uma atração. Tal qual que o fez acordar todas as noites para um banho gelado depois de sonhar que aquela mesma boca que o beijou, passeava por seu corpo todo com maestria e tanto desejo... sentia o toque fantasma de seus sonhos mesmo depois de acordado. Ele precisava tirar aquele beijo da cabeça logo, estava enlouquecendo. Nunca, em nenhum de seus casos, somente um beijo foi o suficiente para deixá-lo assim, tão sedento por mais. 

     E sabendo de todo esse desejo, além de ter medo da reação do homem assim que o visse, tinha medo de perder o controle e pular no homem assim, do nada.

    Quando percebeu, já estava parado em frente a porta a uns cinco minutos. 

     Respirou fundo e sentiu-se observado, um tremor passou por seu corpo e ele entrou na casa. 

     — Wei-gege! – Foi a primeira coisa que ouviu antes de um ser pequenininho agarrar suas pernas a abraçá-las. – Finalmente você voltou! 

     — Pois é, lobinho, chega de folga. – ele responde sorrindo enquanto pega o menino que cruza as pernas em volta de si. – Hora de voltar ao trabalho. 

     Lan Yuan ri e aproxima o rosto de seu babá, esfregando seu nariz no do homem enquanto Wei o acompanhava com o movimento. 

     — Lan Yuan. – A voz grave fez o coração de Wei WuXian errar uma batida e acelerar logo em seguida, seu olhar se direcionando imediatamente ao homem que aguardava o menino perto do sofá. 

     — Papai, o Wei-gege voltou! – Lan Yuan fala se remexendo para sair do colo do mais velho e ir até o pai para pegar a maçã descascada que tinha pedido minutos antes de seu babá chegar. 

     Se Wei WuXian não estivesse tendo um treco ao ver Lan Zhan em roupas azuis, ele teria repreendido o menino, falando que a casca da fruta faz bem para sua saúde e para que tenha um crescimento saudável. 

     Mas o homem à sua frente, vestido com uma calça de alfaiataria e uma blusa social azul claro, lhe prendeu a atenção por conta dos músculos marcados na roupa. 

meu (nosso) filhoteOnde histórias criam vida. Descubra agora