Capítulo 4.

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     Um mês.

     Um mês que seu filho vinha tendo um comportamento completamente inadequado.
     Lan Zhan já odiou ler um bilhete do professor dizendo que Lan Yuan não estava atento às suas aulas, e se isso não era aceitável, falar durante a refeição e querer brincar durante as aulas, era bem pior.

    Lan Yuan andava agitado, fazendo bagunça e até mesmo aprendeu a fazer birra para conseguir o que queria. Se nega a comer seus alimentos e pede por coisas como “salada de frutas” do tio Wei ou o bolo de laranja que o outro trazia em sua mochila às vezes.

      E mesmo que Lan Zhan o repreenda por falar tanto, a todo momento ele quer falar, não importa sobre o que seja.

       Seja sobre os meninos que vieram naquele dia, ou no quanto o Wei-gege é legal, ou os desenhos que ele assiste, as brincadeiras que fazem dentro e fora de casa, no quintal, Lan Zhan não gosta de pessoas falantes. E seu filho começava a irritá-lo dessa forma.

      Seu lobo não concordava com a atitude do Lan mais velho, ao ver como o filhote era necessitado de atenção e queria ao menos um pouco de carinho, mas nada fazia também, Lan Zhan mostrava quem estava no controle e não deixava nem mesmo seu lobo opinar.

      A empresa também está lhe dando nos nervos!
      Os gráficos estão caindo cada dia mais e eles perdem dinheiro constantemente, juntamente com seus clientes. Já não sabe mais o que fazer quanto a empresa concorrente que está roubando suas idéias, mesmo que na reunião que teve pela manhã, decidiu que apenas uma equipe confiável faria parte do planejamento dos projetos. A equipe era composta por sete integrantes, se as ideias continuam sendo roubadas, então será mais fácil achar quem é que está traindo a própria empresa e o contrato.

     Suspirando, ele desliga o carro e sai do mesmo, pega sua maleta e sai em passos pesados para dentro de sua casa, onde não encontra Wei WuXian na sala, como de costume.

     Procura pelo andar de baixo e não encontra, somente depois de deixar a maleta e o paletó no seu próprio quarto é que ele vai até o quarto do filho, já que viu a luz acesa e uma voz suave contando uma história para a criança dormir.

     Wei WuXian está sentado no chão, ao lado da cama baixa enquanto conta com a voz baixa o final de uma história para a criança que já está pegando no sono, pois a voz suave, o carinho no cabelo e mais a proteção de Wei o fazem se sentir seguro e confortável.

     A luz do quarto reflete em sua camisa vermelha, cor completamente comum de se encontrar no lobo misterioso, a calça preta estava um pouco amassada e os pés estavam descalços. O cabelo do homem está preso em um rabo de cavalo, grande como era caía sobre seu rosto e não deixava o Lan o ver, somente os fios negros e a fita vermelha que era vista.

      — E então, eles viveram felizes para sempre.

      Qualquer um que fosse um bom observador, notaria o sarcasmo e incredulidade que Wei proferia toda vez que contava esse final de frase.
   
      Primeiro que a história nunca é contada depois do “felizes para sempre”. As brigas entre os casais, a parte ruim da história, as preocupações, nada jamais foi contado.

     Segundo que ele não acreditava tanto na felicidade assim.

       Quando Lan Yuan finalmente começou a respirar mais suavemente, Wei se levantou devagar, depositou um beijo na testa do menino, como sempre fazia e só então apagou a luz do abajur. Em seguida, ele sussurrou:

        — É feio ficar ouvindo a conversa alheia por aí, sabia?

      O tom do homem era divertido e mais leve.

meu (nosso) filhoteOnde histórias criam vida. Descubra agora