Precisamos conversar

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Dois dias que Pamela não havia visto sua namorada e por incrível que pareça, também não havia visto Valerie. E por mais que ela achasse estranho, não perguntou nada pra ninguém. Toda noite agora ela jantava com seu pai e conversavam sobre o dia a dia e o aniversário do Charlie, o tio mais novo de Pamela. 

-Então, vamos até a casa do titio? - ela perguntou após o jantar, quando os dois estavam sentados no sofá assistindo uma série.

-Sim, um jantar em família. Nada demais. Pode levar sua namorada se quiser. 

-Hm, não sei se é uma boa ideia! - agora o homem tirou o olhar da televisão

-Por quê? Não estão bem? 

-Não é isso, é só que não quero tornar mais sério do que parece. E não é porque a vovó aceitou, que eu vou escancarar isso na cara dela. 

-Tudo bem, não vou mais tocar no assunto. - o pai se levantou e foi para a cozinha. Pamela recebeu uma mensagem de texto em seu celular. Era de um número desconhecido.

"Precisamos conversar!" 

"Quem é?" - ela respondeu no mesmo instante. 

"Valerie!" 

"Como conseguiu meu número?"

"A Katie conseguiu para mim."

"Claro que conseguiu. Eu já disse a ela e posso dizer a você, não é da minha conta o que está acontecendo com você e não temos nada para conversar." - depois da mensagem enviada não houve resposta. A menina ficou um tempo olhando para seu celular. 

-Algum problema?  - seu pai voltou para a sala e sentou onde estava há pouco tempo. 

-Hã, não! - ela guardou o celular no bolso. -Tudo bem! Eu vou subir para meu quarto.  - a menina saiu sem dar muitos detalhes e deitou em sua cama. Começou a pensar se deveria ou não conversar com Valerie, claramente alguma coisa estava errada. 

No outro dia, no hall da empresa, Pamela esbarrou em sua namorada. 

-Hã, desculpe amor! - Lucy falou assim que viu que era sua namorada que ela havia batido.

-Está tudo bem com você? O que está fazendo aqui? - agora elas estavam indo para um canto no hall do prédio. 

-Vim trazer um amigo, apresentar ele para a Katie. 

-Então não precisam de você, precisam de outro advogado. - agora a mente de Pamela vagou.

-Não posso te contar, elas são minhas clientes e temos sigilo.

-Tudo bem, não quero saber. - a menina ajeitou as mochilas nas costas.

-Está tudo bem com você? Não nos vemos faz dois dias e você parece estar aérea. Aconteceu alguma coisa com a gente? 

-Não Lu, está tudo bem! Minha cabeça está um pouco conturbada, mas não é nada com você. 

-Tá. Não vou estender o assunto, tenho uma reunião daqui há 30 minutos. - a advogada chegou perto e deu um beijo na bochecha da mais nova. - Me liga!  - Pamela nem respondeu sua namorada, ficou apenas olhando ela ir embora. 

-Cuidado para a baba não cair! - a voz de Stefan tirou a concentração da mulher. 

-O que você faz aqui embaixo? 

-Ué, fui almoçar! E você, já não devia estar lá em cima trabalhando? 

-É, deveria! - ela revirou os olhos e passou na frente de seu colega. Os dois pegaram o mesmo elevador e trocaram algumas informações, mas nada pessoal. Ela estava evitando contar coisas de sua vida pessoal para qualquer um dentro da empresa. Passaram pelo salão principal e viram Katie e Valerie conversando com um homem engravatado, com uma pasta na mão e agora estavam cumprimentando-o. 

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