13 Brenda

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Observo aquele homem dirigir-se até o elevador, enquanto penso como aquele olhar azul fixo no meu foi estranho. Principalmente depois de eu estar a aguardar que pegasse no cartão que lhe dava acesso ao quarto, e de ele não ter ouvido tanto eu, como Sandra chamá-lo 3 vezes.

Ele parecia hipnotizado e aquilo deu-me um arrepio. Nunca ninguém me olhou daquela forma.

— Tu viste como ele te olhou?— Sandra pergunta indignada.

— Sim, realmente foi estranho.

— Estranho? Ele estava completamente vidrado em ti. Será que se apaixonou? Não será difícil, linda como és.

Sandra ri e eu rio junto.

— Parva! Claro que não, como ele mesmo disse estava distraído. Mas confesso que ele parecia ver até a minha alma. Foi estranho. E posso dizer que não foi uma boa sensação.

— Ãh não foi uma boa sensação? Se eu tivesse aqueles olhos azuis cristal fixados em mim, eu também teria algumas sensações, mas posso garantir que seriam boas.

Sandra continua a rir.

— Sua doida. Deve ser é algum lunático.

— Doido ou não, ele é um gato.

Rio da sua cara, pois pela sua expressão parece que viu um Deus grego.

— Meninas, liguem para o cliente que esteve aqui agora há pouco, e informem que o Hotel oferece uma bandeja de queijos de boas vindas, pelo tempo de espera com a falha do sistema. O sistema será atualizado ainda esta tarde.

O gerente do hotel vem à recepção informar, e retorna para o escritório.

— Queres ligar tu para o sr. lunático? — Sandra pergunta com ar de maliciosa.

— Não, liga tu. Tenho que separar os clientes para o check-in do dia, não vá o sistema deixar os clientes à espera novamente.

— Ok, tu é que sabes. Eu é que não perco a oportunidade de ouvir aquela voz novamente. Houvessem mais clientes gostosos assim.

Reviro os olhos. Continuo o meu trabalho enquanto  Sandra liga para o quarto do hóspede.

— Meu Deus, a voz dele ao telefone é qualquer coisa. Um simples "muito obrigado" pareceu-me um sussurro ao meu ouvido.

— Vê lá se não queres, ir lá tu mesma levar a bandeja.— digo abanando a cabeça negativamente rindo dela.

Sandra e as suas saídas. Ela reagia sempre assim quando via um homem bonito e atraente, mas no fundo nunca acabava por se envolver sério com nenhum, acho que tem mais olhos que barriga. É daquelas mulheres que gosta de ser livre para puder apreciar as belezas da vida.

— Digo-te já que não fazia qualquer sacrifício. Até lhe servia as tostas na boca.

— Ah, vais mas é trabalhar.

Ela gargalha e de seguida concentra-se novamente no trabalho.

Novos hóspedes chegaram. O sistema demorou para voltar, ocupando muito mais o nosso tempo a procurar tudo manualmente.

Apercebo-me do estranho hóspede da manhã vir na direção da recepção. Provavelmente iria sair, e queria entregar o seu cartão de acesso ao quarto que sempre aconselhávamos os hóspedes a deixar na recepção, para não correrem o risco de os perder.

Sandra estava na pausa dela, e eu iria brincar com ela quando voltasse, pois havia perdido a oportunidade de interagir novamente com o seu deus grego.

— Boa tarde! —cumprimento já ele próximo da recepção.

Teu Coração ( Disponível na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora