Capítulo 19 - Confissões

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Casta não se aguentou em seu quarto, seu medo pela segurança de sua amiga era maior, então foi atrás da vampira. Antes de descer as escadas, viu sua mãe e Draculaura conversando, Casta ficou escondida atrás da parede, escutando tudo.

- Como? Eles te proibiram de ser quem você é! Colocaram pressão em cima de você para ser alguém que não é! Só para seguir os passos de seu pai. Mas todos esquecem que você não é ele e nunca vai ser! Nós fazemos nosso próprio destino, mas esses vampiros não deixaram você fazer isso! Por que ficar ao lado deles agora? Se junte a mim e vamos mostrar a eles o que perderam! Vamos dar a eles o que merecem!

Casta se perguntava como sua mãe foi capaz de falar ou pensar em coisas tão horríveis, pois sabia que na realidade o que sua mãe queria era que Draculaura matasse os vampiros. Como não percebeu antes? Sua mãe sempre quis a queda dos vampiros, lógico que isso tudo seria um plano dela! Casta sentia-se tola por não ter percebido antes, por ter negado a verdade tantas vezes, agora Draculaura pode estar em perigo por sua culpa. Mas para que sua mãe deseja toda essa vingança? O que ela vai ganhar com isso depois? Isso nunca vai acabar... Vai virar uma bola de neve, sempre alguém vai buscar mais vingança e essa guerra nunca terá um fim. Mesmo que fosse horrível e doloroso de aceitar, era claro que depois de derrotar os vampiros, sua mãe iria atrás dos outros monstros, até todos estarem aos pés das bruxas. A verdade fez seu estomago revirar-se, o nojo e terror que sentiu a deixou zonza, estava com muita raiva de sua mãe.

- Não! Eu nunca trairia meu povo! Eu sei que eles erraram muito com todas nós! Mas não é motivo para traí-los, pois como vocês tem seu lado e são pessoas boas, que se amam, protegem, sonham, e lutam por serem quem são, nós vampiros também somos assim! Nós amamos, erramos, aprendemos, protegemos, somos monstros! Somos seres iguais a todos! Todos erram, todos acertam e tem o direito de terem uma segunda chance! E é isso que dei a vocês e muitos mostraram que realmente merecem, mas parece que só você não vê isso e se recusa a dar uma segunda chance a nós. O que é irônico se pararmos para pensar que foi você que me trouxe aqui! Uma vampira! Por quê?

- Eu fui tola em pensar que entenderia...

"Não mãe. Eu fui tola em acreditar em você..." Casta pensa.

- Entender? Entender o que?

- Que os vampiros não são essas pessoas que você vê! Eles enganam, traem, matam! São terríveis! Mas continua ao lado deles? Por quê?

"Pode até ser verdade mãe, mas pelo menos sei que eles são mais confiáveis do que você! Pelo menos eles não mentiram para mim a minha vida toda! Eles nunca me traíram e me feriram dessa forma." Casta pensa, apertando seus punhos com força, a raiva tomou conta da bruxa, como sua mãe é capaz de tantas barbaridades? E ainda colocar a culpa só nos vampiros? Parecem que o vilão da história não são os vampiros, muito menos as bruxas, mas sim, a pessoa que mais ama e confiava nesse mundo todo, sua própria mãe... Como alguém é capaz de quebrar sua confiança e coração em tantos pedaços assim?

- Porque eu vivi com eles e eu sei que muitos são monstros bons, justos, amáveis, gentis, como eu. Você está errada em julgá-los dessa forma!

- Estava errada em pensar que se juntaria por livre espontânea vontade a mim...

- Eu vejo...

- Pode ir. Félix irá leva-la de volta. Aproveite seus momentos calmos com seus amigos enquanto duram... Pois tudo pode estar prestes a acabar... Ou não...

Casta assustou-se. Sua mãe realmente foi capaz de ameaçar sua amiga? Ela com certeza não é a pessoa que pensou que fosse... Sua mãe é o verdadeiro traidor de toda essa história. Era uma verdade dolorosa e difícil de aceitar, mas não iria mais defendê-la depois de tudo. Está na hora de seguir seu próprio caminho, Scarlet sempre esteve certa.

Ao ver Draculaura indo embora, Casta desce as escadas e empurra sua mãe, Cerci tropeça para o lado, mas continua de em pé, ela encara sua filha com os olhos completamente sem emoção, sua face estava séria, como se nada daquilo a atingisse, como se tudo fosse normal, e isso só serviu para deixar Casta com mais raiva.

- Mãe? Como foi capaz de fazer algo assim? Ameaçar minha amiga! Então o tempo todo isso não passou de mais um plano seu? – Casta anda na direção de sua mãe, mas ela nem se move.

- Filha? Não para ter escutado isso. – Cerci não moveu um músculo, mantia-se em uma pose superior em relação a sua filha, por ser mais alta que Casta, realmente transmitia uma imagem de superioridade, principalmente agora, pelo simples modo em que a olha de cima a baixo sem demonstrar emoção alguma.

- Não era? Você ameaçou minha amiga! AMEAÇOU! Tem noção do que é isso?

- O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta! Vá para seu quarto agora!

- NÃO! Eu não vou mais fazer parte disso!

- E vai fazer o que? Ir à trás de sua amiguinha? Perda de tempo. O destino dela já está selado.

- Não está!

- Está sim. Digamos que sou a mestra de um certo gênio da lâmpada chamado Jimmy...

- Foi você? Esse tempo todo foi você! Ficou brincando com as memorias e traumas da Draculaura por esse tempo todo... E por quê? Para se divertir?

- Não! Eu não faço nada sem motivos. Foi porque uma mente frágil, machucada, traumatizada é muito mais fácil de manipular, controlar e usar para meus próprios interesses. Com tempo você irá entender...

- V-você... Pretende controlar Draculaura a força? Com magia proibida? Não pode! Você sabe os efeitos que causa no usuário? Vai literalmente transformar a Draculaura em um morto vivo!

- Ela já é um morto vivo... É um vampiro...

- Você me entendeu...

- Qual o problema? Vou aprisionar a Draculaura dentro de seu subconsciente, tomar controle de seu corpo e controla-lo a meu favor. Vou fazê-la assistir a todas as coisas terríveis que seu corpo vai ser obrigado a fazer! Vou traumatizá-la cada vez mais! Com o tempo que eu estiver no controle de Draculaura, vou acabar matando a original, até chegar uma hora que sua alma verdadeira não exista mais? VOU! E EU NÃO LIGO! – Cerci solta uma risada maléfica, Casta ao escutar sentiu sua espinha gelar de pavor, nunca havia visto sua mãe dessa forma antes.

- Você vai transformá-la em uma casca vazia! Sem vida! A alma dela deixará de existir! A Draculaura original morrerá e quem vai a substituir vai ser só uma sombra da original, uma sombra maléfica... E ainda me diz que não liga? Você vai mata-la e não se importa? Vive colocando a culpa nos vampiros, falando o quão terríveis são... Mas a única pessoa horrível que vejo aqui é você. EU TE ODEIO! – Casta sai chorando em busca de Draculaura. Ela precisava salvar sua amiga, não importa a consequência.

Jimmy aparece ao lado de Cerci.

- Vai deixá-la ir?

- Óbvio! Tudo está indo de acordo com o planejado... Em breve Draculaura será minha! E os vampiros vão sofrer por tudo que fizeram a nós! Irão sofrer por terem tirado a minha mãe de mim... E todos os monstros irão enfrentar a minha ira junto.

- Claro mestre... – Jimmy desaparece.

Monster High: FALL OF THE VAMPIRESOnde histórias criam vida. Descubra agora