O presente de Hera

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Uma águia voava em meio às nuvens, tomando conta da Terra abaixo de suas asas. Mortais viviam suas vidas tranquilamente. Terminando sua vigia, ela alçou voo até chegar aos jardins do Olimpo, onde uma bela mulher de cabelos dourados, usando roupas adornadas com penas de pavão, admirava duas aves da mesma espécie que as donas das penas de seu vestido. A águia pousou diante dela, que a cumprimentou com uma reverência, e soltou uma romã sobre seu próprio colo.

— Por que retornou tão cedo, meu amor? — disse a mulher, acariciando a pena de um dos pavões ao seu lado.

Trovões explodiram acima de suas cabeças e a águia, cercada por nuvens, ganhou a forma de um homem alto, com músculos de um guerreiro e barba e cabelos brancos. Ele pegou na mão dela e, dando-lhe um beijo, disse:

— Eu quis lhe fazer uma surpresa, minha rainha Hera. Na verdade, é um presente para você. — A voz dele era tão potente quanto os trovões que explodiram. — Venha comigo.

Hera deu um sorriso para o marido, curiosa com o presente. Se levantou e o acompanhou. A longa cauda do seu vestido de penas se arrastando e varrendo o caminho atrás deles.

— E posso saber o motivo de tal surpresa, Zeus? — disse ela caminhando ao lado dele por um caminho cercado de rosas vermelhas.

Zeus deu um sorriso e erguendo uma de suas mãos, segurou seu raio para sinalizar que estava a caminho do que havia preparado. Da ponta do raio que brilhava e soltava zunidos envolto em eletricidade, subiu um longo raio de luz que atingiu o céu e se ramificou para todos os lados.

— Como eu poderia deixar o aniversário da minha amada passar em branco? — disse ele e Hera sentiu seu rosto corar.

Ele a conduziu até a beira do Olimpo e deu um passo adiante, pisando no completo vazio, mas imediatamente nuvens se formaram abaixo de seus pés, como degraus. Hera continuou o acompanhando, em torno dos pés dela, penas negras a rodeavam. Ambos desceram pelos céus até avistarem uma área descampada no meio de um bosque com sátiros e ninfas correndo e bebendo enquanto a música das flautas davam melodia à festa. Cachos de uva e barris de vinho se espalhavam por todo lado. No centro, uma grande tenda coberta com parreiras e mais cachos de uva.

— Isso é coisa do Dionísio. — Hera comentou dando um belo sorriso.

Zeus foi o primeiro a pisar no gramado e as criaturas se curvaram em respeito a eles. Hera foi recebida com uma grande caneca de vinho, trazida por uma ninfa. Zeus fez um gesto para que voltassem a aproveitar a festa e levou Hera até a grande tenda no centro.

— Isto está divino. — disse Hera, encantada com tudo que acontecia ao redor. Toda a comilança e bebedeira.

— Que bom que gostou, minha rainha. Mas essa ainda não é a surpresa. — disse Zeus, deitando-se sobre a imensa cama de lençóis brancos e macios.

Uma bandeja com cachos de uvas verdes e roxas estava no centro da cama. Zeus pegou um dos cachos e levou uma uva até a boca.Hera olhou ao redor, procurando o que poderia ser. As criaturas continuavam dançando e cantando em volta deles, com suas canecas de vinho. A embriaguez começando a surgir no ambiente. Zeus apontou seu raio para um local específico do bosque e ela seguiu com o olhar.

Dois centauros saíram do meio das árvores, segurando grossas correntes de ferro. Atrás deles, alguma coisa tão grande quanto eles, vinha caminhando com os braços acorrentados. Hera piscou sem acreditar. Era mesmo um minotauro? Seus olhos brilharam percorrendo os músculos de homem abaixo daquela cabeça de touro.

Zeus a observou caminhar até o minotauro, enfeitiçada pelo corpo da criatura. Os braços eram tão fortes e robustos que lembravam troncos. O peitoral negro brilhava debaixo da luz do Sol. Hera ergueu a mão para tocar no peito da criatura e ela soltou uma bufada por seu nariz. A argola que pendia de suas narinas balançava conforme seus movimentos.

Contos erótico mágicos ou não tão mágicos de um incubusOnde histórias criam vida. Descubra agora