Destinados

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Era noite de Samhain e Viktor encerrava sua celebração, sentado em meio à floresta. Trajava apenas seu manto preto e tinha fitas laranja presas ao cabelo, que escorria até seus ombros. De frente para seu caldeirão, pegou um pedaço de pão e partiu com os dedos. Enquanto mastigava, encarava a chama da vela. Era um bruxo solitário, mas há tempos vinha sonhando com o seu familiar. Com o cálice de vinho em mãos, despejou algumas folhas secas de mirra dentro do caldeirão e admirou a fumaça subir, mentalizando o seu desejo para que a Deusa e o Deus pudessem ajudá-lo a conseguir. Baixou o olhar para o cálice com água que utilizava para clarividência e percebeu a água encrespar com uma brisa morna. Sorriu, sentindo a presença dos elementais à sua volta. Continuou encarando a água e sua visão lhe mostrou um homem de pele negra e olhos penetrantes. Um olho era verde e o outro era quase azul. Viktor piscou, tentando compreender o que estava sendo mostrado para ele. Passou a mão sobre o cálice e pequenas ondas acompanharam o movimento. O misterioso homem continuava o encarando e deu um belo sorriso para ele antes de finalmente desaparecer.

Puxando mais o seu manto para cobrir seu peitoral, Viktor agradeceu à Deusa por ter conseguido comemorar Samhain sem que ninguém o interrompesse, colocou algumas frutas pequenas na boca e começou a desfazer o círculo de proteção, agradecendo a cada elemental conforme retirava suas representações e as guardava em seus respectivos embrulhos de cetim.

Removeu seu manto, revelando a beleza de seu corpo para a luz do luar. A pele branca, um pouco corada pelo calor da tarde. Peito com pêlos finos e escuros, braços torneados igualmente às suas coxas. Olhou para os lados, enquanto se agachava para pegar sua cueca na bolsa e expôs seu cuzinho. Vestiu a cueca, ajeitando as bolas grandes e depiladas junto com seu pau médio e após vestir sua bermuda clara e uma camisa larga, caminhou até a beira do rio com o cálice para se livrar da água. Ao retornar, se surpreendeu com um gato preto comendo o pão que havia sobrado de sua celebração. O felino era maior do que todos os gatos que ele havia visto em sua vida. Sorrindo, se aproximou e o gato ergueu a cabeça, lambendo os lábios e bigodes.

— Não se assuste. — disse Viktor, indo até a mochila e guardando o cálice. — Se tem fome, fique à vontade para comer. Da natureza para o que é da natureza.

O gato o observava atentamente e quando piscou, Viktor percebeu a cor dos olhos dele. Eram as mesmas do homem que havia visto. O gato caminhou de forma graciosa, passando pelo meio de suas pernas e esfregando-se nelas. A conexão entre eles foi imediata. Viktor se abaixou e passou as pontas dos dedos na cabeça dele que ronronou.

— Foi você que eu vi, não foi? Você é o meu familiar. — disse Viktor pegando o gato no colo e colocando a alça de sua bolsa no ombro. — Se for da sua vontade, me acompanhe e terá um novo lar. — Viktor olhou para a Lua enquanto colocava o gato de volta no chão. — Que assim seja!

Começou a caminhar para fora da floresta, indo em direção à sua casa e pelo canto do olho, percebeu que o felino o seguia, balançando o rabo e dando miados. Viktor pensava no que poderia dar para alimentar ele quando chegasse. Quase como se já soubesse onde Viktor morava, o gato tomou a dianteira e foi o resto do caminho até a entrada da casa. Viktor entrou em casa e tratou de arrumar algo para que o gato pudesse comer. Preparou um banho de ervas e sentindo-se revigorado, deitou-se na cama completamente nu. O gato logo subiu na cama e se aninhou perto dele. Pelo quarto, algumas velas e incensos apagados.

— Está satisfeito? — disse Viktor acariciando as costas do felino, que mantinha os olhos fixos nos dele. — Há quantas vidas você me conhece?

Viktor ficou alguns minutos pensando até que adormeceu sobre a luz pálida do luar que entrava por sua janela. Quando acordou, se virou para o lado em que o gato dormia e ficou boquiaberto ao ver o mesmo homem negro da sua visão dormindo nu e na mesma posição que o gato dormira. Estava tão perplexo que não teve reação alguma a não ser ficar observando as curvas do homem. As costas estavam curvadas, deixando os músculos contraídos até a bunda grande e firme. As mãos estavam debaixo do rosto, os bíceps fortes e uma barba rala. Como um felino, o homem se espreguiçou, esticando suas pernas e braços de barriga para cima e Viktor pôde ver sua ereção matinal. Desviou o olhar, mas desejou o que vira.

Contos erótico mágicos ou não tão mágicos de um incubusOnde histórias criam vida. Descubra agora